O Estado de S. Paulo
18/05/2021 11h00 | Atualizada em 21/05/2021 20h28
A despeito das dificuldades com a falta de equipamentos para pronta-entrega e aumentos de preços, o crescimento do mercado de máquinas e equipamentos tem sido exponencial neste ano.
O vice-presidente sênior da AGCO Corporation e chefe global da Massey Ferguson, Luis Felli, estima que no primeiro trimestre deste ano as vendas de tratores do setor tenham sido 20% maiores do que em igual período de 2020; as de colheitadeiras, 70%.
O diretor de marketing da John Deere para América Latina, Cristiano Correia, fala em aumento de 35% a 40% das vendas do mercado como um todo.
A Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq (CSMIA), que reúne mais de 400 fabricante
...A despeito das dificuldades com a falta de equipamentos para pronta-entrega e aumentos de preços, o crescimento do mercado de máquinas e equipamentos tem sido exponencial neste ano.
O vice-presidente sênior da AGCO Corporation e chefe global da Massey Ferguson, Luis Felli, estima que no primeiro trimestre deste ano as vendas de tratores do setor tenham sido 20% maiores do que em igual período de 2020; as de colheitadeiras, 70%.
O diretor de marketing da John Deere para América Latina, Cristiano Correia, fala em aumento de 35% a 40% das vendas do mercado como um todo.
A Câmara de Máquinas Agrícolas da Abimaq (CSMIA), que reúne mais de 400 fabricantes de maquinário para agricultura, pecuária e armazenagem, contabilizou em 2020 um aumento real (já descontada a inflação do período) de 17,6% no faturamento, que atingiu R$ 22,2 bilhões.
Desde então, mesmo com um volume considerado reduzido de crédito oficial no mercado, as vendas não pararam de crescer: no primeiro trimestre deste ano, as receitas subiram 63% sobre igual período de 2020.
"Estamos com uma demanda muito alta. Está chegando com atraso, mas está chegando", diz Pedro Estevão Bastos, presidente da câmara. Segundo ele, não há perspectiva, neste momento, de queda de demanda.
"Produtores costumam comprar mais máquinas entre abril e julho, para receber em setembro, quando começa o plantio (da soja). Nossa expectativa é de um aumento de 20% nas vendas neste ano."
Ao tratar de atrasos na entrega de equipamentos enfrentados pelos produtores, o coordenador do mestrado profissional em agronegócio da FGV EESP, Felippe Serigati, fala em disrupção da cadeia produtiva, em um momento positivo para o setor agrícola – os preços em reais da soja e do milho, por exemplo, mais do que dobraram nos últimos doze meses –, além da própria taxa de câmbio muito favorável ao exportador.
"A demanda está maior do que é em condições normais em todo o mundo. A política fiscal expansionista em diversos países (por causa da pandemia) gerou um fôlego financeiro e ainda mais demanda", diz.
Mais recorde
Na safra 2020/21, que termina em junho, o Brasil deve colher uma produção recorde de 135,5 milhões de toneladas de soja, 8,6% a mais do que no ciclo anterior.
De milho, a estimativa é de 108,9 milhões de toneladas, com um crescimento de 6,2% na comparação com a safra 2019/20, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de abril.
A safra de soja terminou de ser colhida em abril, e a segunda safra do milho será retirada do campo a partir de junho. Para a próxima temporada, 2021/22, a consultoria Agroconsult estima uma expansão de 4% da área plantada com soja, para cerca de 40 milhões de hectares, e de 5% para a segunda safra de milho (a mais volumosa), chegando a 15 milhões de hectares.
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