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Setor de cargas especiais busca soluções para avançar

Além de adequação às novas exigências legais, atividade demanda maior capacitação técnica e regulamentação de procedimentos

06/06/2014 12h15 | Atualizada em 06/06/2014 16h16

Em apresentação no 2° Congresso de Tecnologia e Gestão de Equipamentos para Construção e Mineração, o vice-presidente executivo do Sindipesa (Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais)


Em apresentação no 2° Congresso de Tecnologia e Gestão de Equipamentos para Construção e Mineração, o vice-presidente executivo do Sindipesa (Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais), João Batista Dominici, destacou a movimentação que ocorre no setor no sentido de adequar as empresas às novas exigências legais que estabelecem a obrigatoriedade de projetos específicos para atividades de amarração de cargas. “Está havendo um esforço conjunto para sairmos da zona do conforto, o que inclui iniciativas privadas na busca de soluções”, afirmou.

Segundo ele, dentre as principais reivindicações dos profissionais do setor de cargas especiais estão o estabelecimento de normas que garantam gabarito vertical mínimo de 6,5 m, área de passagem em praças de pedágio de 8,5 m e lay-passes junto às passarelas, além de redução de custos, aumento da segurança, desburocratização e outros itens. “Precisamos ainda universalizar a certificação de operadores, estimular a nacionalização de caminhões superpesados e adequar implementos específicos para a atividade”, opinou Dominici.

O dirigente informou ainda que a entidade conseguiu a prorrogação da exigência do curso preparatório de 50 horas para motoristas de cargas indivisíveis e operadores de guindastes móveis, estipulado desde o ano passado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). "Os motoristas terão agora um prazo até junho de 2015 para capacitação", explicou. "Mas é preciso correr, pois muito provavelmente não haverá novos adiamentos."

Em seguida, o engenheiro Gustavo Cassiolato, diretor da Rigging Brasil, elaborou um panorama dos processos e metodologias aplicados à atividade de amarração de cargas. O especialista apontou problemas que o transporte de cargas extrapesadas enfrenta no país, como a insuficiência de veículos específicos, treinamentos e reciclagem, além de indisponibilidade de acessórios adequados à atividade. “Hoje, só temos cintas de poliéster, com baixíssima presença de correntes e cabos de aço”, disse. “Também sofremos com a falta de conhecimento técnico, incluindo uma análise cuidadosa de fatores importantes como forças atuantes, tensão, atrito e perda de capacidade dos materiais e dispositivos.”

Cassiolato também exibiu conceitos de fixação que aumentam a segurança do usuário, como os métodos de amarração envolvente e direta, em variações com contendores, bloqueadores, cabos, correntes, cantoneiras, divisórias e cintas. “O conceito mais importante, no entanto, é unir os pesos da carga e do veículo, gerando um centro de gravidade único”, explicou à plateia.

Outro destaque do engenheiro diz respeito ao projeto de criação da ABEMAC (Associação Brasileira de Engenharia de Movimentação e Amarração de Cargas), que pretende promover requisitos técnicos como os definidos pela Resolução 293/2008 e regulamentar a utilização de acessórios e sistemas no segmento. “Costuma-se comparar preço e não qualidade, o que não agrega qualquer valor e ainda põe em risco o nome da empresa e os usuários”, finalizou.

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