Mineração
Hoje em Dia
22/11/2017 10h50 | Atualizada em 29/11/2017 14h13
Municípios mineradores brasileiros intensificam a pressão para que a Câmara dos Deputados vote três Medidas Provisórias que alteram algumas regras da exploração de minério no país.
Os textos tramitam também no Senado. O assunto vem sendo debatido há anos, mas se as duas casas não aprovarem as matérias até o próximo dia 28 as discussões voltam à estaca zero e podem levar anos para serem regulamentadas por um projeto de lei.
“É uma questão de vida e morte para o Estado”, alerta o relator da MP 789, Marcus Pestana.
O assunto está previsto para começar a ser votado a partir de terça-feira na Câmara.
Além da MP 789, que discute a alta no pag
...Municípios mineradores brasileiros intensificam a pressão para que a Câmara dos Deputados vote três Medidas Provisórias que alteram algumas regras da exploração de minério no país.
Os textos tramitam também no Senado. O assunto vem sendo debatido há anos, mas se as duas casas não aprovarem as matérias até o próximo dia 28 as discussões voltam à estaca zero e podem levar anos para serem regulamentadas por um projeto de lei.
“É uma questão de vida e morte para o Estado”, alerta o relator da MP 789, Marcus Pestana.
O assunto está previsto para começar a ser votado a partir de terça-feira na Câmara.
Além da MP 789, que discute a alta no pagamento dos royalties do minério aos municípios, também merece atenção a MP 790, que altera o marco legal do setor e a MP 791, que cria a Agência Nacional de Mineração (ANM), em substituição ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Marcus Pestana propôs que a alíquota da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) seja fixada em 4% e não mais de acordo com a variação do preço do minério no mercado internacional. Assim, ele estima que a arrecadação dobre.
“Não se trata de aumentar a carga tributária, como vem sendo dito. É uma receita patrimonial sobre a venda do minério que pertence à União e à sociedade. Não se pode chamar de impostos”, afirma.
Para Valdir Salvador, consultor de Relações Institucionais da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), a alíquota cobrada no Brasil é infinitamente menor do que em outros países cujo forte é a mineração. Segundo ele, a Austrália tem alíquotas entre 5% e 7,5%, enquanto que no Canadá chega a 10%.
Ele destaca que outra mudança vai beneficiar os municípios. A nova regra determina que a alíquota incida sobre a receita bruta da venda e não mais sobre o faturamento líquido, como é atualmente.
Vitor Penido, presidente da Amig, e prefeito de Nova Lima, MG, calcula que o município arrecadava, mensalmente, R$ 12 milhões com a Cfem, mas, que, atualmente, com a variação do preço da tonelada do minério no exterior, este valor fique em torno dos R$ 4,5 milhões.
Mineradoras temem que haja impacto na balança comercial
Em nota, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) contestou as novas regras contidas nos relatórios das Medidas Provisórias (MPs) 789, 790 e 791.
Sobre a nova regra que prevê a mudança da alíquota da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), a entidade alega que esta nova situação irá afetar negativamente a composição de preços dos minérios, com impactos nos custos das indústrias e demais empresas de várias cadeias produtivas, que utilizam minérios como matérias primas. E também será afetada a competitividade do Brasil em exportar minérios, pondo em risco a balança comercial do país.
A entidade pede que seja retirado o item que prevê a “participação especial do governo no resultado da lavra de minérios, comparando equivocadamente a indústria mineral com a do petróleo para efeitos de cobrança de royalty sobre a renda”.
“Na mineração, a pesquisa é feita pelo próprio minerador, por sua conta e risco e altos investimentos, não havendo esse elemento surpresa de a produção superar o que foi identificado na fase de pesquisa geológica – dessa forma, fica descaracterizada qualquer similaridade com a indústria petrolífera”, segundo nota do Ibram
Este tema vem sendo discutido para a implantação de um novo marco regulatório para o setor – parte da MP 790.
02 de junho 2020
02 de junho 2020
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade