Jovem Pan
08/02/2022 11h00 | Atualizada em 08/02/2022 13h16
A indústria de máquinas agrícolas registrou o melhor resultado da história em 2021, com faturamento de 43% acima do ano anterior. O ciclo de alta das commodities aumentou o apetite por investimentos no campo e o movimento tende a permanecer em 2022, porém com algumas diferenças em relação à expectativa de renda dos agricultores.
O centro-sul do Brasil, que registra quebra de safra, terá problemas financeiros e precisará de crédito e renegociação de dívidas, o que inibirá o apetite para novas aquisições em alguns bolsões.
No centro-oeste do país são esperados resultados posi
...A indústria de máquinas agrícolas registrou o melhor resultado da história em 2021, com faturamento de 43% acima do ano anterior. O ciclo de alta das commodities aumentou o apetite por investimentos no campo e o movimento tende a permanecer em 2022, porém com algumas diferenças em relação à expectativa de renda dos agricultores.
O centro-sul do Brasil, que registra quebra de safra, terá problemas financeiros e precisará de crédito e renegociação de dívidas, o que inibirá o apetite para novas aquisições em alguns bolsões.
No centro-oeste do país são esperados resultados positivos e haverá estímulo para investimentos, o que se reflete em demanda aquecida para o setor de máquinas.
A demanda alta ainda deverá encontrar estoques baixos, o que abre espaço para reajuste de preço ao consumidor. Fontes de grandes indústrias disseram que o valor da máquina deve subir, acompanhando altas de petróleo, dólar e insumos como microchips.
Do período pré-pandemia para cá, houve um incremento importante no valor pago pelo maquinário no Brasil. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apontam que em 2020, a alta no preço das máquinas foi de 11,1%, enquanto o custo da indústria subiu 19,4%. Em 2021, o reajuste ficou em 23,8%, à medida que o custo ficou 26,9% mais alto. Ou seja, mais um sinal de que a defasagem entre o custo e o repasse ao mercado deverá acontecer.
O atraso na entrega de máquinas aos produtores foi visto em diferentes regiões nos últimos anos e não deverá ser diferente em 2022.
Segundo Rodrigo Junqueira, vice-presidente da Massey Ferguson para América do Sul, uma das maiores empresas do setor de máquinas agrícolas no Brasil, a falta de matéria-prima pode gerar atraso de embarques.
No segmento da agricultura familiar, a Mahinda espera atender a demanda reprimida neste primeiro semestre, mas teme que o desempenho na segunda parte do ano seja contagiado pela perda de renda por seca e riscos associados à baixa disponibilidade de crédito para compra de máquinas, disse Jak Torreta, diretor geral da companhia no Brasil.
A Abimaq projeta aumento de 5% no faturamento com máquinas neste ano. Com demanda alta e custo da indústria defasado, há espaço para a ocorrência de altas de preço em 2022.
27 de novembro 2024
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