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Máquinas importadas preocupam fabricantes nacionais

O temor dos fabricantes é de que acabem sobrando poucas empresas produtoras de máquinas para mineração, cimento e agregados no Brasil

Valor Econômico

26/11/2014 08h40 | Atualizada em 03/12/2014 14h17

Os bens de capital importados continuam invadindo o mercado nacional. Segundo Valter Furlan, presidente da Câmara Setorial de Cimento e Mineração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), nos casos de mineração e cimento, metade dos equipamentos adquirida neste ano veio de fora.

"Considerando que o mercado está 60% menos comprador do que cinco anos atrás, os fabricantes nacionais estão fornecendo não mais que 20% do que faziam em 2008", afirma Furlan, acrescentando que a cadeia de valor desses segmentos está registrando o fechamento de uma empresa de 50 funcionários por dia nos últimos três anos.

Furlan diz que o temor dos fabri

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Os bens de capital importados continuam invadindo o mercado nacional. Segundo Valter Furlan, presidente da Câmara Setorial de Cimento e Mineração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), nos casos de mineração e cimento, metade dos equipamentos adquirida neste ano veio de fora.

"Considerando que o mercado está 60% menos comprador do que cinco anos atrás, os fabricantes nacionais estão fornecendo não mais que 20% do que faziam em 2008", afirma Furlan, acrescentando que a cadeia de valor desses segmentos está registrando o fechamento de uma empresa de 50 funcionários por dia nos últimos três anos.

Furlan diz que o temor dos fabricantes é de que acabem sobrando poucas empresas produtoras de máquinas para mineração, cimento e agregados no Brasil.

"Essa hipótese pode vir a se concretizar se o governo federal não reconhecer que esses segmentos são importantes para a geração de mão de obra bem remunerada e também que contribuem para a inovação."

Pelos dados da Abimaq, em 2013 uma máquina para mineração produzida no Brasil resultou 37% mais cara do que uma fabricada nos EUA ou Alemanha. Os técnicos da entidade explicam que essa diferença se deve ao conjunto de barreiras tributárias e econômicas que inclusive dificultam a abertura de novas empresas e acabam levando outras à falência.

Para Marcelo Motti vice-presidente para o Brasil da finlandesa Metso, a questão de importação de maquinário não é nova no Brasil. "Os fornecedores internacionais, em especial os chineses, vêm penetrando no país por meio de preços muito baixos e, em alguns casos, como uma estratégia oportunista de obter referências neste mercado para uma segunda onda de aproximação."

Para ele, a deficiência dos serviços prestados aos novos clientes pelos fornecedores asiáticos traz desafios aos consumidores dos equipamentos após o início de sua operação.

Não por acaso, Nicola D'Arpino vice-presidente da New Holland Construction para a América Latina, garante que a importação de equipamentos para o setor de mineração não chegou a prejudicar as vendas de produtos fabricados no Brasil, visto que este segmento se caracteriza pelo fornecimento de soluções completas, com pacotes de equipamentos, peças e serviços. "No caso do produto importado, os clientes têm dificuldade de atendimento no pós-venda."

Já na visão de Roque Reis, vice-presidente da Case Construction para a América Latina, eventos como a Copa do Mundo e as eleições gerais geraram em 2014 um período de incertezas e contenção de investimentos.

Segundo ele, isso redundou em redução na importação de máquinas e equipamentos neste ano. Outra característica do setor minerador é que os equipamentos móveis de grande porte e que atuam diretamente nas minas não são fabricados no Brasil.

"Dessa forma, não são prejudicadas as vendas das máquinas fabricadas internamente e que servem de apoio à produção mineral, como as motoniveladoras e tratores de esteira", diz.

 

 

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