O Estado de S.Paulo
15/12/2022 08h05 | Atualizada em 20/12/2022 08h40
A locação de caminhões já conta com frota superior a 35 mil veículos no Brasil e ganhou corpo na segunda metade do ano com a entrada das montadoras no segmento.
A atividade é comum na Europa, há três décadas. No Brasil, já tem desde veículos urbanos de carga (VUCs) até modelos maiores e completos, com o cavalo mecânico e a carreta. Como regra, os contratos de locação são longos, com duração mínima de 12 meses.
“É um mercado que está se iniciando, ainda é explorado por poucas empresas e tem muito espaço para crescer em 2023 entre as locadoras e as fá
...A locação de caminhões já conta com frota superior a 35 mil veículos no Brasil e ganhou corpo na segunda metade do ano com a entrada das montadoras no segmento.
A atividade é comum na Europa, há três décadas. No Brasil, já tem desde veículos urbanos de carga (VUCs) até modelos maiores e completos, com o cavalo mecânico e a carreta. Como regra, os contratos de locação são longos, com duração mínima de 12 meses.
“É um mercado que está se iniciando, ainda é explorado por poucas empresas e tem muito espaço para crescer em 2023 entre as locadoras e as fábricas de caminhões”, afirma Paulo Miguel Júnior, conselheiro gestor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).
A locadora Vamos tem 30.600 caminhões e trabalha com prazo mínimo de 36 meses. A empresa está sob o comando da mesma holding que controla a transportadora JSL. A frota da Localiza conta com 5.000 unidades, com contratos de 12 a 96 meses.
As fábricas de caminhões instaladas no Brasil começam a ingressar nesse território. Elas contam com suas redes de concessionárias para oferecer o serviço e o apoio financeiro dos próprios bancos.
A primeira montadora a entrar no segmento foi a Volkswagen Caminhões e Ônibus. A divisão VW Truck Rental surgiu em agosto no Brasil, e a empresa oferece desde o Delivery Express, com peso bruto total (PBT) de 3.500 quilos, até o Meteor 28.460 – cavalo mecânico capaz de tracionar 70.000 quilos. São seis modelos ao todo. A oferta também inclui carrocerias para carga seca ou baús. Os contratos da montadora são de 36 ou 60 meses.
A Volvo ingressou nas locações em setembro. A empresa oferece caminhões, ônibus e equipamentos de construção. Os prazos para locação vão de 24 a 60 meses. A montadora de origem sueca é uma opção a ser considerada por quem precisa alugar caminhões e máquinas de construção ao mesmo tempo.
Em novembro, foi a vez de a Scania anunciar sua entrada no segmento. A locação começa no primeiro bimestre de 2023 e inclui caminhões da linha Super, modelos fora de estrada e movidos a gás natural ou biometano. Os prazos também vão de 24 a 60 meses.
“A locação de caminhões pela Scania já ocorre na Europa há 30 anos. Lá temos 6 mil veículos alugados”, recorda Renata Campos, gerente responsável pela Scania Locação. Ela informa que houve um estudo de viabilidade antes de surgir a nova divisão. “Os clientes queriam usar caminhões Scania, mas sem necessariamente adquiri-los.” Segundo Renata, os caminhões comprados para locação já respondem por mais de 20% do mercado europeu.
“A compra de um bem como esse carrega o balanço das empresas, e algumas preferem investir em outros ativos – galpões, por exemplo. São clientes que não querem se preocupar com a revenda de um veículo; por isso, optam pela locação”, afirma Renata.
De acordo com a executiva, a maior demanda das locações parte do agronegócio, “para o transporte de cana, madeira ou grãos. Mas estamos recebendo todo tipo de proposta. Tudo vai depender da necessidade”, garante. A Scania Locação também terá ônibus.
Paulo Miguel Júnior, da Abla, afirma que os principais clientes das locadoras são transportadoras, embarcadores e empresas ligadas ao agronegócio para transporte de soja, milho e madeira. Os caminhões alugados também são utilizados para o transporte interno nas fazendas. “As locadoras têm toda a gama de caminhões, com base nos VUCs. São operações bem estruturadas. Dependendo dos clientes, a empresa focará mais em um tipo específico de caminhão”, garante o executivo da associação.
Renata, da Scania, afirma que a locação mais comum é a do cavalo, mas recorda que a montadora vai trabalhar sob demanda, entregando “aquilo que o cliente desejar”, o que pode incluir também o implemento.
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