Valor Investe
22/06/2021 11h00 | Atualizada em 22/06/2021 11h12
O grande desafio no setor mineral é o financiamento de projetos no Brasil, principalmente para as pequenas e médias mineradoras.
Para o gerente de inteligência setorial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Pedro Dias, são investimentos que, em geral, a fase de maior risco geológico, além de outros desafios para esses projetos, como a volatilidade de preços. Isso dificulta a obtenção de recursos para o início da operação.
“Os projetos têm nesse estágio o risco geológico muito levado e os mecanismos mais eficientes são os de participação e capitaç&atil
...O grande desafio no setor mineral é o financiamento de projetos no Brasil, principalmente para as pequenas e médias mineradoras.
Para o gerente de inteligência setorial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Pedro Dias, são investimentos que, em geral, a fase de maior risco geológico, além de outros desafios para esses projetos, como a volatilidade de preços. Isso dificulta a obtenção de recursos para o início da operação.
“Os projetos têm nesse estágio o risco geológico muito levado e os mecanismos mais eficientes são os de participação e capitação em bolsa, além de investimento via fundo o que é o que vemos no mercado internacional. Além disso, os streaming (venda antecipada de minério), equity, ou royalties atrelados ao desempenho do projeto também são alternativas de financiamento. O BNDES tem um estudo para a atuação do banco via fundos, mas ainda não está concluído”, disse Dias.
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Segundo ele, é necessário que ocorra um trabalho para desenvolver competências dos agentes financeiros para fazer essa ponte entre o investidor e os projetos. “É necessário uma atuação mais forte desses agentes especializados para atuarem de maneira mais expressiva no setor.”
O BNDES, de acordo com o executivo, desde 2002, financiou R$ 25 bilhões em projetos de mineração, sendo que participou de grandes empreendimentos, como a expansão da Vale em Carajás (PA), o S11D, e a primeira mina de vanádio do país, a Vanádio Maracás, na Bahia. Dias ressaltou que esse volume de recursos foi possível em razão do conjunto de linhas com prazos longos, que pode chegar a 20 anos a juros competitivos. “E esses financiamentos se estendem, muitas vezes, a vida útil do projeto. Agora, o BNDES está estruturando produtos com operadores com condições atreladas ao ESG.”
Para Eduardo Cardoso, diretor financeiro da Ore Investments, uma gestora de fundos especializados em aportes em mineração, o momento atual do setor irá demandar investimentos, principalmente em metais em que há desbalanceamento entre demanda e oferta, como o cobre.
“É uma oportunidade para o investidor. O mercado financeiro brasileiro passa por uma enorme transformação e vemos uma mudança do perfil do investidor. Ele está com foco maior no em projetos de longo prazo e nisso entra a mineração.”
Segundo ele, a Ore, primeira gestora brasileira que atua exclusivamente na mineração, troca o investimento por participação nas empresas. “É um modelo recorrente em outras partes do mundo e no caso especifico da Ore investimos de forma mais intensiva em projetos de exploração e também em minas de pequena escala.”
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