As vendas globais de equipamentos para construção aumentaram 10% em 2021, atingindo um nível recorde de 1,1 milhão de unidades ao redor do mundo, de acordo com dados da consultoria Off-Highway Research, recentemente atualizado.

Para este ano, o setor espera uma queda na demanda de cerca de 5%, o que ainda daria a 2022 o segundo maior volume de vendas já registrado pelo setor de máquinas pesadas.

“A combinação de taxas de juros baixas, gastos com infraestrutura e preços altos de commodities foi uma combinação sólida para o mercado de equipamentos de construção no ano passado”, diz Chris Sleight, diretor administrativo da Off-Highway Research.

“A construção residencial está em alta, mas também há uma forte demanda por equipamentos em minas e o pipeline de obras de infraestrutura parece sólido”, observa.

Com exceção da China, todos os principais mercados do mundo cresceram no ano passado. Níveis mais robustos foram observados na América do Norte (até 25%) e na Europa Ocidental (até 22%), enquanto os mercados emergentes, excluindo Índia e China, cresceram 24%.

“As vendas de equipamentos na China mudaram para um ritmo diferente do resto do mundo desde o início da pandemia”, ressalta Sleight.

Ele ressalta que a China adotou medidas de estímulo logo no início da pandemia, em março de 2020. Como resultado, o país asiático registrou um crescimento de 30% nas vendas de equipamentos naquele ano, levando o mercado a volumes que não eram vistos há uma década.

“Entretanto, esse impulso foi logo exaurido e as vendas de equipamentos começaram a cair no segundo trimestre de 2021”, aponta Sleight.

“Embora a retração tenha sido acentuada, os volumes extremamente altos de equipamentos vendidos no primeiro trimestre tiveram um efeito compensatório, de modo que o mercado chinês como um todo caiu apenas -6% em 2021”, destaca.

Para 2022, as perspectivas continuam otimistas, diz o especialista, com crescimento das vendas de equipamentos em muitos países, novamente excetuando-se a China.

No entanto, a demanda global de equipamentos de construção atualmente é maior que a oferta – uma situação agravada por gargalos no transporte marítimo, escassez de profissionais qualificados e problemas na cadeia de fornecimento.

Muitos fabricantes relatam que estão com a produção tomada para 2022, o que deve fazer com que as vendas globais de equipamentos permaneçam em níveis elevados ao longo do ano, embora os desafios permaneçam para a indústria.

“A inflação e a perspectiva de aumento das taxas de juros podem ser um freio ao crescimento”, avalia Sleight. “Mais recentemente, a invasão da Ucrânia e as consequentes sanções internacionais também exacerbaram a situação”, acrescenta.