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Greve dos caminhoneiros tirou R$ 2,9 bi da construção

Efeito financeiro dos oito dias de paralisação é grande, mas mercado estima que atrasos em calendário de entrega terá um impacto ainda maior no setor

DCI

06/06/2018 09h51 | Atualizada em 06/06/2018 13h21

Uma estimativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) revela que os dias de greve dos caminhoneiros causaram perdas na ordem de R$ 2,9 bilhões ao setor.

Para além das perdas imediatas, o mercado estima que a falta dos produtos nos canteiros de obras pode postergar o calendário de entregas do setor neste ano.

“Depois de tirar os trens do trilho, colocar ele de volta não é fácil”, resume José Carlos Martins, presidente da Cbic.

De acordo com o executivo, o setor também tem sentido o efeito da nova politica de preços da Petrobras, já que o segmento sente a forte oscilação na compra de materiais asfáltic

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Uma estimativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) revela que os dias de greve dos caminhoneiros causaram perdas na ordem de R$ 2,9 bilhões ao setor.

Para além das perdas imediatas, o mercado estima que a falta dos produtos nos canteiros de obras pode postergar o calendário de entregas do setor neste ano.

“Depois de tirar os trens do trilho, colocar ele de volta não é fácil”, resume José Carlos Martins, presidente da Cbic.

De acordo com o executivo, o setor também tem sentido o efeito da nova politica de preços da Petrobras, já que o segmento sente a forte oscilação na compra de materiais asfálticos.

“Os aumentos também tiveram impacto considerável sobre todos os contratos de empreendimentos que utilizam esses produtos: obras rodoviárias, pavimentações urbanas, reposições de pavimentos em obras de saneamento, serviços complementares em loteamentos, obras do Minha Casa, Minha Vida, entre outros”, conta.

Canteiro de obras

Dentro das construções em andamento, a falta de produtos atrapalhou o calendário de obras por todo país.

“Com a entrega dos insumos completamente parada, soube de obras sem atividade nenhuma em vários locais do Brasil”, explica José Francisco Rodrigues Montes, engenheiro civil e conselheiro do Sindicato da Construção de Minas Gerais (Sinduscon MG).

O engenheiro estima que os atrasos, principalmente na entrega de concreto e cimento, compromete todo o calendário de entrega da construtora.

“Os lançamentos já estão menores que o ideal para o mercado ter uma retomada, e com esses atrasos muito possivelmente o fim das obras será jogado mais para frente”, comenta.

Segundo uma estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) a estimativa é que a situação do setor se normalize apenas em mês.

"Como as fábricas funcionam em regime de operação contínua, cimenteiras de todo o país estão sofrendo impactos, tanto na distribuição do produto como nas entregas dos insumos necessários à sua fabricação", comenta o Sindicato.

Em média, a indústria de cimento distribui diariamente 200 mil toneladas de cimento no Brasil, com o transporte rodoviário respondendo por 96% da distribuição.

Ligado fortemente à construção, a empresa de locação de equipamento LocaMais, que fica na região do Ipiranga, em São Paulo, precisou cancelar boa parte das entregas.

“Nossas máquinas são movidas a combustível, e não conseguimos reabastecer. Como a locação é feita por contrato, terei que ressarcir os locadores”, comenta Gustavo Pina, gerente geral da empresa.

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