Transporte
O Estado de S. Paulo
09/01/2019 09h37 | Atualizada em 09/01/2019 12h26
A equipe do novo governo está criando ferramentas de tecnologia da informação para tentar desatar o nó no transporte rodoviário de cargas.
A ideia é usar aplicativos semelhantes ao Uber para conectar empresas e caminhoneiros, eliminando os atravessadores.
“Hoje, o embarcador paga caro pelo frete e o caminhoneiro recebe pouco”, diz Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura.
Independente da nova ferramenta, o governo Bolsonaro manterá uma tabela com preços mínimos do frete. Como diz a lei aprovada pelo Congresso no ano passado, serão valores suficientes para cobrir os gastos operacionais dos caminhoneiros, pri
...A equipe do novo governo está criando ferramentas de tecnologia da informação para tentar desatar o nó no transporte rodoviário de cargas.
A ideia é usar aplicativos semelhantes ao Uber para conectar empresas e caminhoneiros, eliminando os atravessadores.
“Hoje, o embarcador paga caro pelo frete e o caminhoneiro recebe pouco”, diz Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura.
Independente da nova ferramenta, o governo Bolsonaro manterá uma tabela com preços mínimos do frete. Como diz a lei aprovada pelo Congresso no ano passado, serão valores suficientes para cobrir os gastos operacionais dos caminhoneiros, principalmente com óleo diesel e pedágios.
As propostas serão apresentadas a caminhoneiros e empresas na próxima semana. “Estamos otimistas, porque está todo mundo disposto a discutir a tabela, incluindo o setor produtivo”, destaca Freitas.
Segundo ele, há três ou quatro soluções tecnológicas que serão apresentadas.
As empresas são contra o tabelamento do frete e entraram com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo inconstitucionalidade da medida.
Há três ações sob a relatoria do ministro Luiz Fux, sem data para julgamento. As empresas reclamam de prejuízos com o aumento do custo do transporte e caminhoneiros ameaçam nova greve se o tabelamento for revogado.
Se nada for feito, o conflito deve se acirrar a partir de fevereiro, com o início da colheita da safra agrícola. O governo quer o fim do impasse antes disso.
A lei prevê que a tabela de frete deve ser revista e reeditada dias 20 de janeiro e 20 de julho. A próxima versão é a oportunidade para lançar um conjunto de tabelas possível de ser cumprido por ambos lados.
Os preços em vigor foram fixados na correria, para encerrar a greve, e até mesmo os caminhoneiros admitem erros.
“Vamos negociar a tabela do frete com todo mundo”, diz Freitas. “Queremos criar uma tabela que possa atender aos interesses de todos.”
Na sua visão, a solução para o impasse do frete poderá continuar em uso, independente do que o STF decidir.
A política de subsídio ao diesel, que garantiu desconto de R$ 0,46 por litro, terminou no dia 31. Decidida em meio à paralisação dos caminhoneiros, em maio, previa gasto de até R$ 9,5 bilhões em recursos públicos só no ano passado para bancar a redução de preços.
Freitas diz que a manutenção dessa política está em análise, mas acredita que o fim do subsídio não tem impacto significativo no preço, pois a cotação internacional do petróleo e o câmbio recuaram.
Além disso, uma tabela que reflita os custos dos caminhoneiros supera o problema do preço do diesel.
Por isso, o fim do subsídio não preocupa os caminhoneiros. A lei prevê revisão semestral nas tabelas, mas permite reajustes extraordinários se o diesel variar mais de 10% para cima ou para baixo.
No fim de 2018, a Petrobrás aprovou mecanismo que permite dar maior estabilidade ao diesel, e poderá manter o preço estável nas refinarias por até sete dias em períodos de volatilidade. As altas diárias em maio detonaram a greve que gerou prejuízos de R$ 15,9 bilhões
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