Assessoria de Imprensa
17/07/2023 08h18 | Atualizada em 17/07/2023 11h50
O setor de automóveis elétricos no Brasil passou por uma notável transformação ao longo do último ano, impulsionado por significativos investimentos. Essa expansão promete um crescimento expressivo nas vendas desses veículos, além de um aumento na produção nacional e nas exportações.
Um exemplo notável desse avanço pode ser observado na fábrica da montadora Build Your Dreams (BYD) localizada no Estado da Bahia, evidenciando a crescente relevância do país nesse mercado. Outras regiões, como o ABC Paulista, também estão se destacando nesse cenário, com a inauguração
...O setor de automóveis elétricos no Brasil passou por uma notável transformação ao longo do último ano, impulsionado por significativos investimentos. Essa expansão promete um crescimento expressivo nas vendas desses veículos, além de um aumento na produção nacional e nas exportações.
Um exemplo notável desse avanço pode ser observado na fábrica da montadora Build Your Dreams (BYD) localizada no Estado da Bahia, evidenciando a crescente relevância do país nesse mercado. Outras regiões, como o ABC Paulista, também estão se destacando nesse cenário, com a inauguração recente da fábrica de ônibus da Eletra.
Apesar dos avanços promissores no setor de automóveis elétricos, existe uma preocupação legítima em relação ao impacto que esse crescimento pode ter nas exportações dos minérios brasileiros.
O aumento na produção de veículos elétricos demanda uma quantidade significativa de minerais, como o lítio e o cobre, que são essenciais para a fabricação das baterias.
Como o Brasil é um importante produtor desses minérios, há o temor de que a demanda interna possa afetar negativamente as exportações desses recursos naturais.
O assunto ganhou ainda maior notoriedade com a recente restrição da China na comercialização de dois minérios, o gálio e o germânio.
Mas, será que o potencial de exportação de minérios estaria ameaçada com o avanço da indústria nacional de automóveis elétricos? Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, o país tem potencial para ambas as exportações.
“O avanço da indústria do carro elétrico no Brasil tem o potencial de ampliar o número de exportação de automóveis nos próximos anos e isso não afeta a extração nacional de minérios importantes. Porém, é claro que quando tratamos de carros elétricos estamos falando de um produto que conta com um valor agregado, o que pode ser positivo para a nossa balança comercial”, afirmou o executivo.
Porém, Pizzamiglio afirmou que isso depende muito dos dados da produção nacional, que precisam melhorar os resultados apresentados no último ano. Um exemplo disto está na Vale, que registrou uma queda de 14,5% na produção de cobre no quarto trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 66,3 mil toneladas.
Ao longo do ano, a produção de cobre foi de 253,1 mil toneladas, uma redução de 14,7% em relação ao ano anterior. O minério é essencial para a produção dos automóveis elétricos e é um produto exportado pelo Brasil.
"A crescente importância do lítio como componente essencial para baterias de carros elétricos têm impulsionado investimentos e iniciativas de exploração. Com o Brasil buscando se posicionar como um dos principais produtores, junto com Chile e Argentina, estamos presenciando um mercado em ascensão na América do Sul”, afirmou o executivo.
As projeções indicam que as receitas dos produtores de lítio, cobre, cobalto e níquel podem quadruplicar até 2050, atingindo US$ 13 trilhões entre 2021 e 2040. O comércio exterior desses minerais estratégicos desempenhará um papel fundamental na economia global da transição verde.
O Brasil registrou um notável crescimento nas exportações de lítio em 2022, com um aumento de aproximadamente 38,6%. De acordo com os dados mais recentes, o valor total das exportações alcançou US$ 3.620.891, superando os resultados de 2020, quando o país exportou cerca de US$ 2.611.646 em baterias de íons de lítio.
Outro aspecto que precisa de atenção é em relação ao aumento da demanda interna por carros elétricos. Segundo os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram registrados 6.435 emplacamentos em maio deste ano, estabelecendo a maior marca mensal de vendas de veículos leves eletrificados desde o início da série histórica e esse número tende a aumentar para o mês de junho. Com isso, o país ultrapassou a marca de 150 mil veículos elétricos em circulação, chegando a 152.453 em maio.
Para Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa especializada em soluções para a eletromobilidade, estamos vendo um passo no caminho para a eletrificação do país.
“Os dados deixam claro que o Brasil tem o potencial de se tornar um grande símbolo da eletrificação, principalmente considerando a nossa matriz energética limpa e o potencial que é disponibilizado pela eletrificação das frotas de ônibus. A meu ver, esse é o primeiro grande passo para um futuro que é irreversível e imensurável”, afirmou o executivo.
Esse cenário tende a aumentar, principalmente com o barateamento dos carros elétricos no país. Algo que pode ser observado após o lançamento do BYD Dolphin. Automóvel que, pelo preço mais acessível, tem movimentado o preço da modalidade no país.
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