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Cresce demanda da agricultura familiar por modernização

Os R$ 870 milhões reservados pelo BNDES para financiar investimentos agrícolas desta categoria não deram conta de atender a procura e receberam um aporte de 85,9% entre janeiro e março deste ano

DCI

25/04/2017 15h26 | Atualizada em 02/05/2017 20h30

A forte procura dos pequenos produtores rurais por máquinas agrícolas gerou uma alta de 86% nas linhas de crédito do Pronaf – Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar só neste ano, totalizando R$ 1,618 bilhão

Além do otimismo dos grandes, agora a demanda do pequeno produtor voltou com força total para os investimentos no campo. Compra de máquinas e projetos de infraestrutura lideram as buscas e puxam uma crescente necessidade de crédito.

"A maior prova disso foi o esgotamento dos recursos para financiamento de máquinas pelo Pronaf – Mais Alimentos ainda no ano passado, na metade da safra", constata Ana Helena de Andrade, vice-presidente da As

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A forte procura dos pequenos produtores rurais por máquinas agrícolas gerou uma alta de 86% nas linhas de crédito do Pronaf – Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar só neste ano, totalizando R$ 1,618 bilhão

Além do otimismo dos grandes, agora a demanda do pequeno produtor voltou com força total para os investimentos no campo. Compra de máquinas e projetos de infraestrutura lideram as buscas e puxam uma crescente necessidade de crédito.

"A maior prova disso foi o esgotamento dos recursos para financiamento de máquinas pelo Pronaf – Mais Alimentos ainda no ano passado, na metade da safra", constata Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Os R$ 870 milhões reservados pelo BNDES para financiar investimentos agrícolas desta categoria não deram conta de atender a procura e receberam um aporte de 85,9% entre janeiro e março deste ano.

Primeiro, a linha de crédito foi elevada para R$ 936 milhões – quando havia, pelo menos, R$ 300 milhões em pedidos de financiamento parados, à espera do incremento nos recursos. No mês passado o valor chegou a R$ 1,618 bilhão.

José Carlos Zukowski, diretor substituto do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção (DFPP) da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), conta que no início da safra vigente, em 2016, a conjuntura do mercado gerava muitas incertezas e os agricultores estavam adiando melhorias. Havia a expectativa de redução no apetite financeiro dos produtores, que resultou na alocação de um valor mais limitado para financiamento.

"Mas esse cenário vem mudando, aquecendo a demanda por máquinas, equipamentos e outros investimentos no setor rural", acrescenta.

Antes dos recursos acabarem, outras instituições financeiras fizeram remanejamentos entre as linhas de crédito rural que evitaram a entrada de novos aportes e, segundo o executivo da Sead, o BNDES não tinha essa possibilidade.

Olhando para frente, o cenário que se desenha para a próxima safra é de manutenção no otimismo da agricultura familiar. Considerando que a ampliação da produção rural está intimamente atrelada ao uso de recursos para modernização e ganho de produtividade, a tendência é que a necessidade de crédito do Pronaf siga em ascensão.

"Você tem os dois movimentos: de troca, para reposição de maquinário antigo; e de forte busca por equipamentos que gerem maior produtividade e menor consumo de combustível", explica a vice-presidente da Anfavea..

Na esteira da modernização, ela esclarece que as máquinas voltadas para o pequeno produtor não têm qualidade inferior, quando comparadas às linhas de grande porte. Segundo ela, as máquinas mantêm a mesma tecnologia avançada, porém, em tamanho reduzido.

Para dar suporte a este contexto, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou à Sead a elevação no limite de operações de investimento pelo Plano Safra da Agricultura Familiar 2017/ 2018, de R$ 165 mil para R$ 230 mil.

A entidade também pediu o reajuste na renda bruta do produtor para enquadramento no Pronaf, de R$ 360 mil para R$ 500 mil. As demandas estão em análise pelo governo federal.

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