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Descentralização do agronegócio brasileiro ajudou no abastecimento de alimentos no país e no mundo durante pandemia

Agro deve sair mais forte da crise sanitária mesmo se houver uma diminuição da demanda em decorrência da economia global

Assessoria de Imprensa

23/06/2020 11h00

A descentralização do agronegócio brasileiro possibilitou que a produção permanecesse de forma contínua mesmo durante a quarentena provocada pela pandemia do novo Coronavírus.

O país produz grãos e proteínas em diversas regiões, inclusive, em áreas com baixa intensidade demográfica. Com isso, além de enfrentar com resiliência o início da doença, garantiu o abastecimento de alimentos na mesa das famílias no Brasil e no exterior, mostrando seu valor e capacidade.

Essa avaliação foi apresentada durante o do Webinar Abag – O Agro de Ponta a Ponta, organizado pela Associaç

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A descentralização do agronegócio brasileiro possibilitou que a produção permanecesse de forma contínua mesmo durante a quarentena provocada pela pandemia do novo Coronavírus.

O país produz grãos e proteínas em diversas regiões, inclusive, em áreas com baixa intensidade demográfica. Com isso, além de enfrentar com resiliência o início da doença, garantiu o abastecimento de alimentos na mesa das famílias no Brasil e no exterior, mostrando seu valor e capacidade.

Essa avaliação foi apresentada durante o do Webinar Abag – O Agro de Ponta a Ponta, organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), realizado na semana passada.

O evento virtual, conduzido pelo presidente do conselho diretor da Abag, Marcello Brito, debateu o tema O Agro “Dentro da Porteira”: Os desafios da produção agrícola nacional em tempos de pandemia.

Contudo, o cenário pós-pandemia pode ser diferente, uma vez que a expectativa é de que haja uma queda na demanda por alimentos devido à grave crise financeira que já se instalou no mundo.

Mesmo assim, para os debatedores André Guillaumon, presidente da BrasilAgro, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé e a pecuarista Carmen Perez, a perspectiva é que o agro deva sair mais forte dessa situação.

“O agro sempre dá resposta. O que eu espero é que não fique apenas nas costas de nosso setor. Além disso, se houver uma condução econômica direcionada para nossa área, sofreremos consequências, mas não tão significativas como poderiam ser”, disse Melo, que acrescentou que no café foi percebida uma queda no consumo de cafés especiais, devido ao fechamento de bares, cafeterias, restaurantes e hotéis. Já a compra em supermercados cresceu no início, mas depois se estabilizou e apresenta uma queda.

Guillaumon ressaltou que o desemprego deve aumentar e, consequentemente, pode haver uma redução importante da demanda.

Mas, ele lembra que houve um desabastecimento de proteína no início da pandemia, em decorrência da gripe suína, que dizimou 40% do rebanho de porcos do mundo. Isso resultou em um avanço da exportação brasileira.

“O agro brasileiro tem um custo de produção muito competitivo, o que lhe dá uma grande vantagem diante dos outros países produtores”, avaliou.
Para Carmen, o mercado da proteína tende a se estabilizar entre 2023 e 2024. Ademais, o setor trabalha com um planejamento de longo prazo, então o pecuarista não tem como diminuir seu rebanho. “Ele está sempre olhando para frente”, ponderou.

Digitalização
O Webinar trouxe outros temas relacionados à pandemia, como a digitalização, que cresceu em todas as áreas da economia, mas também na vida social.

Os três debatedores concordaram o que agro avançou quase uma década nos últimos três meses nesse quesito. “Tudo acontecia de uma forma um pouco mais lenta no agro. Mas, hoje, mudou. O produtor está buscando soluções nesse sentido. Mas, as plataformas precisarão estar integradas.

Como resultado, poderá haver uma diminuição do custo de incorporação dessas tecnologias e, consequentemente, uma adoção mais acelerada”, afirmou Guillaumon.

No caso do café, Melo ressaltou ainda que a digitalização não cresceu apenas na compra de insumos, mas também na venda do próprio produto.

Por fim, o Webinar Abag tratou de dois assuntos. Primeiramente, o cooperativismo como uma alternativa importante para preservar a atividade do pequeno produtor rural.

“O cooperativismo a nível profissional pode garantir a proteção e a igualdade de condição para o micro e pequeno produtor, tanto no sentido comercial, como no financeiro, mas também para que ele possa concorrer com os grandes players”, salientou o presidente da Cooxupé.

Em segundo lugar, os participantes avaliaram a expectativa de impacto para o agronegócio caso seja aprovada a proposta da reforma tributária ou de outras PECs em discussão.

“Não se pode taxar a exportação. Estamos falando de um país que produz sete vezes o que consome. O agro precisa de mais crédito possível, independentemente da pandemia, mas também de segurança jurídica”, disse Guillaumon.

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