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05/06/2014 14h36 | Atualizada em 06/06/2014 16h18
Promovido pela Sobratema durante a M&T Peças e Serviços – 2ª Feira e Congresso de Tecnologia e Gestão de Equipamentos para Construção e Mineração, o 2° Congresso Nacional de Valorização do Rental contou com representantes de 13 estados e oito entidades ligadas ao setor.
Diretor da Alusa Engenharia e vice-presidente da Sobratema, Mário Humberto Marques apresentou no evento a ótica do cliente de locação de equipamentos no setor da construção. Segundo ele, persiste um desconhecimento acentuado de pontos básicos na relação locador x locatário no país, o que exige um maior compartilhamento de visões para se encontrar po
...Promovido pela Sobratema durante a M&T Peças e Serviços – 2ª Feira e Congresso de Tecnologia e Gestão de Equipamentos para Construção e Mineração, o 2° Congresso Nacional de Valorização do Rental contou com representantes de 13 estados e oito entidades ligadas ao setor.
Diretor da Alusa Engenharia e vice-presidente da Sobratema, Mário Humberto Marques apresentou no evento a ótica do cliente de locação de equipamentos no setor da construção. Segundo ele, persiste um desconhecimento acentuado de pontos básicos na relação locador x locatário no país, o que exige um maior compartilhamento de visões para se encontrar pontos de convergência.
Processo - Nessa linha, um aspecto crucial destacado pelo especialista diz respeito a uma melhor compreensão – por parte dos locadores – do que chamou de UTD (Unidades de Tomada de Decisão), ou seja, uma melhor compreensão do processo decisório nas empresas. “Não há um único interessado nos negócios, mas uma gama de influenciadores como acionistas, sindicatos, imprensa, governança, órgãos de controle, auditorias, controles internos e outros”, frisou. “Por isso, cabe ao setor comercial identificar os negociadores e satisfazer todos os interesses, pois todos afetam o negócio.”
Porém, segundo Marques, esse espectro mais amplo de tomada de decisão permanece desconhecido no mercado brasileiro. Citando um dos maiores expoentes da administração moderna, o austríaco Peter Drucker (1909-2005), o executivo ressaltou a centralidade dessa visão, na qual a identificação correta dos stakeholders é imprescindível para alavancagem dos negócios. “Nesse sentido, o comprador é só o foco visível, aquele que fica com a batata quente na mão”, afirmou.
Ao detalhar a participação da locação no setor de construção pesada, Marques destacou que a demanda tende a aumentar em momentos de flutuações, com picos de mobilização determinados pelo cronograma de permanência do equipamento na obra. “Na construção pesada e infraestrutura, a locação atende a um percentual de 30% da necessidade de frota”, frisou. “Mas em projetos com duração maior justifica-se a aquisição do bem, pois uma parte importante do lucro vem do uso do equipamento próprio.”
Para elaborar um mapa da locação, o especialista também discriminou a utilização de equipamentos no setor, traçando a distribuição das famílias por segmento, a saber: construção pesada, montagem, construção predial e indústria.
De modo geral, disse ele, há uma disputa feroz na Linha Amarela, sendo que os demais equipamentos ainda não têm tanta oferta, são facilmente trocados e ostentam uma remuneração menor sobre o capital.
Análise - Mas o ponto principal para o locador, segundo Marques, é saber auxiliar o cliente a se organizar melhor na gestão dessas frotas, o que nem sempre é simples e pode redundar em ociosidade da frota e descompasso nas negociações. “Na construção pesada, por exemplo, aluga-se mais máquinas da Linha Amarela, guindastes, manipuladores, plataformas, gruas e torres”, revelou. “Mas, como o planejamento nesse setor não é bom, há pouco tempo para análise detalhada e tudo é feito em cima da hora, de modo que o locador não tem uma visão completa do processo.”
Além disso, a decisão de comprar ou alugar demanda tempo, envolvendo acionistas e outros vetores que exigem uma maior organização do mercado. “O negociador conhece as fragilidades do locador e, por isso, essa decisão não pode ser apenas por preço. O comprador também não é o interlocutor ideal para aspectos técnicos, pois não tem acesso completo às UTDs.”
Outro aspecto nevrálgico ao setor é a segurança jurídica. Para Marques, apenas a ordem de compra não é suficiente, pois atualmente as grandes empresas adotam sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) que registram todos os contratos e não processam notas fiscais sem registro prévio. “Não mobilizem equipamentos sem estarem protegidos por contrato”, alertou. “Isso inclui definição do produto, vigência, aditivos, custos extras, tributação, forma de pagamento, documentação, multas, obrigações recíprocas e outros detalhes.”
Tendências - Em relação às tendências, Marques pontuou que até 2015 haverá uma reorganização do setor, com um esforço acentuado de redução de passivos. Já a partir de 2016, deve ocorrer um desaparecimento acelerado de oportunistas, gerando um mercado mais competitivo.
“Provavelmente, também veremos um aumento da média de idade da frotas, foco maior em manutenção, leilões de desova, deterioração de preços, maior concorrência internacional e melhor utilização de ativos próprios”, apregoa. “Por outro lado, trata-se de um nicho de oportunidades no qual será preciso realizar desinvestimentos fora do core business, oferecer preços mais competitivos em relação ao custo próprio e demonstrar diferenciais competitivos, provando ao cliente que vale a pena locar, mesmo com um custo unitário maior.”
Leia mais sobre o 2° Congresso Nacional de Valorização do Rental em:
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