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Valor Econômico
09/05/2018 09h39 | Atualizada em 09/05/2018 13h04
A economia brasileira tem condições de crescer a um ritmo de 2,5% a 3% nos próximos cinco anos sem que isso leve ao surgimento de maiores pressões inflacionárias, segundo estudo do Departamento Econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em um cenário de recuperação moderada, puxada pelo investimento, não há motivos para se temer o esgotamento brusco da capacidade ociosa em 2019 ou 2020, afirma Fabio Giambiagi, economista-chefe do banco.
Para ele, isso indica que a inflação e os juros podem ficar em níveis baixos por um longo período, desde que se adotem medidas para equilibrar as contas públi
...A economia brasileira tem condições de crescer a um ritmo de 2,5% a 3% nos próximos cinco anos sem que isso leve ao surgimento de maiores pressões inflacionárias, segundo estudo do Departamento Econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em um cenário de recuperação moderada, puxada pelo investimento, não há motivos para se temer o esgotamento brusco da capacidade ociosa em 2019 ou 2020, afirma Fabio Giambiagi, economista-chefe do banco.
Para ele, isso indica que a inflação e os juros podem ficar em níveis baixos por um longo período, desde que se adotem medidas para equilibrar as contas públicas e aumentar a produtividade.
Giambiagi destaca também que um crescimento sustentado de 4% a 5% ao ano está fora do radar nos próximos anos por total inviabilidade.
“A taxa de investimento ainda é baixa e a produtividade cresce pouco”, complementa.
No estudo, Giambiagi e o economista Guilherme Tinoco traçam um cenário para o crescimento da economia brasileira de 2018 a 2023.
Considerando uma expansão do PIB de 2,5% neste ano, os dois definiram uma trajetória de aceleração gradual da atividade, que leve ao término da ociosidade no fim desse período.
Na média dos cinco anos, o PIB cresceria 2,9%, atingindo 3,4% em 2023. O investimento, por sua vez, avançaria 6% em 2018 e 7% anuais no intervalo restante.
O estudo considera um hiato do produto (uma medida de ociosidade na economia) de 4,5%, um número que Giambiagi diz ser conservador.
O hiato mostra a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial (aquele que não causa pressões inflacionárias).
"Não há nenhuma hipótese heroica nas simulações", diz o economista-chefe do banco. Para a produtividade total dos fatores (PTF, que mede a eficiência com que capital e trabalho se transformam produção), a estimativa é de que um ritmo de crescimento que acelera de 0,5% ao ano em 2018 para 1% em 2023.
Para Giambiagi, os números mostram que há espaço para um crescimento moderado e firme sem que isso leve a pressões inflacionárias relevantes. Segundo ele, a economia brasileira tem vários riscos e desafios pela frente, como a delicada situação fiscal, mas há uma combinação de fatores que pode permitir um cenário de inflação e juros baixos por vários anos.
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