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BNDES muda foco na infraestrutura

Em vez de financiar projetos diretamente, banco vai aplicar recursos em fundos de investimento

O Estado de S. Paulo

16/05/2018 08h50 | Atualizada em 16/05/2018 13h02

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai mudar a forma de financiar projetos de infraestrutura.

O banco deve lançar, em duas semanas, um programa para compra, no mercado financeiro, de participação em fundos de investimento em infraestrutura, em vez de financiar os projetos diretamente. Inicialmente, o banco terá R$ 5 bilhões para esse programa.

Segundo Dyogo Oliveira, presidente do BNDES, a estratégia de alterar a forma de atuação do banco nesses projetos tem por objetivo atrair outros investidores, apoiar a criação desse tipo de fundo e garantir mais recursos para a área.

“A vantagem dess

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai mudar a forma de financiar projetos de infraestrutura.

O banco deve lançar, em duas semanas, um programa para compra, no mercado financeiro, de participação em fundos de investimento em infraestrutura, em vez de financiar os projetos diretamente. Inicialmente, o banco terá R$ 5 bilhões para esse programa.

Segundo Dyogo Oliveira, presidente do BNDES, a estratégia de alterar a forma de atuação do banco nesses projetos tem por objetivo atrair outros investidores, apoiar a criação desse tipo de fundo e garantir mais recursos para a área.

“A vantagem desse novo modelo é que o banco assume um risco menor do que quando financiava os projetos sozinho”, comenta.

Oliveira explicou que o programa terá duas modalidades de compra das cotas. Na primeira modalidade, o BNDES poderá adquirir até 30% das cotas de fundos já existentes ou que estejam em processo de captação.

Segundo o executivo, o banco vai definir critérios de qualificação dos gestores e de aplicação dos recursos.

Na segunda modalidade, o BNDES fará uma seleção dos gestores para criar fundos novos de investimentos em infraestrutura, como rodovias, saneamento, energia, aeroportos. Para esses fundos, o banco poderá entrar comprando até 49% das cotas. Eles, preferencialmente, terão participação de agências multilaterais como parceiros.

O BNDES poderá adquirir até 10% de cotas subordinadas, que funcionam com uma espécie de demonstração de boa qualidade do fundo, desde que o gestor do fundo faça o mesmo.

Se o fundo tiver prejuízo, o valor é descontado primeiro dos detentores das cotas subordinadas. “Se o banco comprar uma parte das cotas subordinadas, é um incentivo para que outros investidores comprem, porque fica menos arriscado”, diz.

Para ele, a vantagem desse modelo é que o banco assume um risco menor do que quando financiava os projetos sozinho.

“Os fundos detêm uma capacidade de fazer negócio que pode ser mais rápida na etapa subsequente, que é a de aplicar os recursos nos projetos”, avalia. “Vamos passar a fomentar o mercado para que também atue atraindo mais recursos.”

Esse novo modelo é também diferente do estímulo direto à compra de debêntures incentivadas de infraestrutura. Agora, será o fundo que vai comprar os papéis lançados para bancar os grandes projetos.

“O BNDES vai deixar de ocupar um papel de monopólio, onde ele excluía os investidores privados e concorria com outros credores privados, para fazer um papel de coordenação”, explica Gabriel Galípolo, presidente do banco Fator.

“Quando ele compra uma parte das cotas do fundo, quer dizer que ele vai dar liquidez.” Outro ponto positivo é o fato de o banco ficar com parte das cotas subordinadas. Com isso, o banco vai fornecer o crédito e, ao mesmo, tempo atuar como uma espécie de garantidor.

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