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Argentina deve passar o Brasil em termos de redução nos custos logísticos

A armazenagem deficitária gera perdas anuais da ordem de 34 milhões de toneladas na agricultura brasileira

Assessoria de Imprensa

13/12/2017 09h05 | Atualizada em 20/12/2017 11h53

Anualmente, o Brasil perde aproximadamente 34 milhões de toneladas de grãos por falta de uma estrutura adequada de armazenagem em todas as etapas da cadeia produtiva do agronegócio.

O cálculo é do especialista em logística, Renato Pavan, e foi detalhado em palestra no seminário Infraestrutura de Transportes e Logística: Visão dos Usuários, promovido na semana passada em São Paulo, pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove); Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Cargas (Anut); e Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom).

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Anualmente, o Brasil perde aproximadamente 34 milhões de toneladas de grãos por falta de uma estrutura adequada de armazenagem em todas as etapas da cadeia produtiva do agronegócio.

O cálculo é do especialista em logística, Renato Pavan, e foi detalhado em palestra no seminário Infraestrutura de Transportes e Logística: Visão dos Usuários, promovido na semana passada em São Paulo, pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove); Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Cargas (Anut); e Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom).

“O ponto mais crítico da falta de armazéns está nas fazendas, uma vez que hoje apenas 14% da produção agrícola brasileira é armazenada nelas, enquanto nos Estados Unidos esse percentual chega a 65%”, ressalta Pavan, salientando que isso gera ainda mais ineficiência na economia brasileira, já tão prejudicada por conta dos elevados custos causados pelas condições inadequadas das rodovias, ferrovias e portos.

“Hoje, o custo da tonelada de grãos transportada de Sorriso, no Mato Grosso, até o porto de Santos é de US$ 102, enquanto nos Estados Unidos não passa de US$ 51, e na Argentina sai por US$ 79”, diz.

Especificamente no caso da Argentina, Pavan chamou a atenção para planos futuros daquele país em reduzir ainda mais seus custos logísticos para escoamento da safra de grãos.

“Está em negociação pelo governo argentino a construção de uma ferrovia de 1.200 quilômetros ligando as regiões produtoras de grãos com os portos no Chile, que deve aumentar a competitividade dos grãos argentinos, além de facilitar o acesso aos mercados asiáticos, pela facilidade de navegação pelo Pacífico.”

Com isso, afirma o executivo, a Argentina deve ultrapassar o Brasil em termos de ações para reduzir os custos logísticos, beneficiando sobretudo a sua produção de grãos.

Outro palestrante do evento, Cláudio Graeff, presidente do Comitê de Logística e Competitividade da Abag, concorda com a avaliação de Pavan sobre a questão da armazenagem.

“Hoje, sem dúvida nenhuma, a falta de armazéns é a principal deficiência da cadeia produtiva do agronegócio”, analisa.

Para Graeff, no entanto, é na armazenagem que está também a melhor possibilidade de se equacionar o problema.

“Ao contrário da deficiência em rodovias, ferrovias e portos, que demanda elevados investimentos, no caso de armazém, a necessidade de recurso é menor e os investimentos podem ser feitos pelo próprio produtor rural. Penso que essa saída é provisória para atenuar o problema, enquanto não se resolve a forma de financiar os grandes empreendimentos de transportes”, pondera.

No encontro também foi feita uma avaliação econômica e jurídica sobre vários projetos de lei que tramitam no Legislativo e que interferem nos preços dos fretes do transporte de cargas, estabelecendo uma política de preços fixos.

“Todas as propostas em análise geram dúvidas quanto a sua constitucionalidade e são claras ameaças à livre iniciativa, livre negociação e também ao  regime de concorrência, fatores  essenciais para o funcionamento da economia de mercado”, afirma Leonardo Zilio, gerente de Relações Setoriais do Sindicom.

Segundo cálculos da entidade, se essas propostas forem transformadas em lei, no curto prazo, teremos um aumento de até 9% nos custos do frete. No longo prazo, podemos chegar a uma elevação de até 30%.

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