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Agritechs oferecem soluções inéditas para o produtor rural e a agroindústria

Nos próximos anos, espera-se um crescimento na oferta de produtos e serviços na área de inteligência de dados, principalmente com recursos ligados à internet das coisas

Valor Econômico

04/04/2018 09h56 | Atualizada em 04/04/2018 14h04

As agritechs, startups voltadas para o agronegócio, têm um campo vasto para crescer. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), nos últimos dois anos, quase quadruplicou a quantidade — ainda modesta — de empresas no setor, que miram um mercado que movimenta mais de R$ 15 bilhões, ao ano.

Em 2017, o agronegócio contribuiu com 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a maior participação em 13 anos, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Nesse cenário, novos empreendedores arregaçam as mangas para oferecer soluções inéditas para o produtor rural e a agroindústria.

“De 4,2 mil startups cadastrad

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As agritechs, startups voltadas para o agronegócio, têm um campo vasto para crescer. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), nos últimos dois anos, quase quadruplicou a quantidade — ainda modesta — de empresas no setor, que miram um mercado que movimenta mais de R$ 15 bilhões, ao ano.

Em 2017, o agronegócio contribuiu com 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a maior participação em 13 anos, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Nesse cenário, novos empreendedores arregaçam as mangas para oferecer soluções inéditas para o produtor rural e a agroindústria.

“De 4,2 mil startups cadastradas, 2% ou 84 empresas estão nesse segmento”, afirma Rafael Ribeiro, diretor executivo da ABStartups. Na maioria delas, o objetivo é oferecer alternativas tecnológicas que tornem o agronegócio mais rentável e produtivo.

Hoje, entre as tendências de maior potencial estão aplicativos de gerenciamento agrícola, sistemas de gestão para a agricultura de precisão e sensores que ajudam os fazendeiros a organizar e proteger ativos, diz Ribeiro.

Nos próximos anos, espera-se um crescimento na oferta de produtos e serviços na área de inteligência de dados, principalmente com recursos ligados à internet das coisas (IoT, da sigla em inglês).

Segundo a ABStartups, a maioria ou 90% dos empreendedores são homens e 60% estão nos Estados de São Paulo e Minas Gerais (20%).

É o caso da Sintecsys Agtech, de Jundiaí, SP, que opera desde 2016 com solução que detecta incêndios nas plantações.

“Já conseguimos R$ 5 milhões em contratos, em um ano de operação”, afirma o CEO Rogério Cavalcante.

O carro-chefe da companhia inclui uma sala de monitoramento, um software de criação própria para a detecção de fumaça e um conjunto de câmeras que funciona como os “olhos” dos fazendeiros.

Cada dispositivo pode monitorar até 20 mil hectares em um raio de 15 quilômetros, a um custo mensal de R$ 6 mil.

Com contratos em Minas Gerais, São Paulo e Amapá, a empresa de 22 funcionários conquistou grandes clientes como a Raízen, a International Paper e fundos de investimentos florestais, com mais de 300 mil hectares monitorados. “A meta é combater o incêndio enquanto ele é um foco pequeno.”

Para driblar o entrave de fazer contato com os agricultores, o plano de Renato Ferraz, diretor da SciCrop, fundada em 2015, é montar uma rede de parceiros e revendedores.

Na Neger Telecom, o plano do empresário Eduardo Neger é fechar 2018 com R$ 18 milhões de faturamento, R$ 2 milhões a mais do que o registrado no ano passado. O empreendimento de base familiar que começou há 30 anos vendendo chocadeiras avícolas é conhecido hoje por soluções tecnológicas de ponta.

Um dos produtos do portfólio é um amplificador de sinal de celular, que garante elevar a cobertura em ambientes internos, como galpões, além de sítios e fazendas. Custa R$ 2 mil e é vendido pelo correio. “Montamos a solução para que ela coubesse em uma caixa de Sedex”, explica Neger, que investe até 5% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento. Desde 2010, já foram despachadas 30 mil unidades.

Outro lançamento, anunciado no ano passado, é o MetroSat, um rastreador para proteger máquinas e equipamentos. Do tamanho de um sabonete, usa a comunicação por satélite para rastrear, criar alertas e alarmes automáticos de movimento.

Custa R$ 600, com mensalidades de R$ 100. “Vendemos de 30 a 40 unidades ao mês”, diz. Para divulgar o aparelho e aumentar as vendas, o empresário usa a mesma base de clientes do amplificador de sinal de celular.

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