Agronegócio
DCI
09/02/2018 14h54 | Atualizada em 24/02/2018 14h44
A liberação de crédito para pré-custeio e a supersafra de 2016/2017 deixaram os produtores paranaenses mais dispostos a investir em renovação de maquinário e insumos.
Para Norberto Ortigara, secretário da agricultura do Paraná, contudo, o apetite para investimento dos produtores poderia estar melhor.
“Os preços das commodities não estão exuberantes, embora cubram custos em alguns casos, mas os produtores precisam programar a renovação de máquinas, implementos e buscar novas tecnologias”, avalia.
Por outro lado, ele destaca que o recente anúncio de R$ 12,5 bilhões de antecipação de pré-custeio para o ciclo 2018/2019 poderá animar os produtores a fechar negócios.
“Isso permite que o produtor não deixe para f
...A liberação de crédito para pré-custeio e a supersafra de 2016/2017 deixaram os produtores paranaenses mais dispostos a investir em renovação de maquinário e insumos.
Para Norberto Ortigara, secretário da agricultura do Paraná, contudo, o apetite para investimento dos produtores poderia estar melhor.
“Os preços das commodities não estão exuberantes, embora cubram custos em alguns casos, mas os produtores precisam programar a renovação de máquinas, implementos e buscar novas tecnologias”, avalia.
Por outro lado, ele destaca que o recente anúncio de R$ 12,5 bilhões de antecipação de pré-custeio para o ciclo 2018/2019 poderá animar os produtores a fechar negócios.
“Isso permite que o produtor não deixe para fechar negócios na última hora e possa barganhar preços com os fornecedores de fertilizantes e demais insumos”, avalia.
Safra paranaense
A safra do Estado está estimada em 34,3 milhões de toneladas de milho e soja para o ciclo 2017/2018.
Como em outras regiões do país, foram registrados atrasos no plantio da soja, em setembro, o que também deve afetar o período de plantio da safrinha de milho e a colheita, que está atrasada em 15 dias.
A área de milho primeira safra teve apenas 1% do total colhido, enquanto na área de soja, os trabalhos ainda não tiveram início, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral).
Apenas a Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel) deve receber 18 milhões de sacas de milho, soja e trigo, alta de 12,5% ante as 16 milhões de sacas entregues pelos produtores no ano passado, estima Dilvo Grolli, diretor presidente Coopavel.
Ele atribui o aumento à produtividade obtida nas lavouras e aos estoques elevados nas mãos dos produtores, que esperam o melhor preço para negociar.
“Temos muitas lavouras na região oeste com 70 sacas de soja por hectare, enquanto a média nacional deve ser de 60 sacas”, estima. Na região de atuação da Coopavel, apenas 2% da área de soja está pronta para a colheita.
Para o milho, a perspectiva é de uma produção menor que a do ano passado. “O produtores vão plantar menos milho por uma questão de viabilidade técnica, para buscar o máximo de resultado”, destaca.
Para estimular o plantio na safrinha, a cooperativa está pagando R$ 5 a mais por saca a ser entregue em junho e em julho.
A intenção é garantir a alimentação para aves e suínos. “Existe um problema sério: a conta do milho não fecha. O produtor de soja recebe R$ 62 e o de milho R$ 24. Nós não queremos que a soja baixe, mas que o valor pago ao produtor pelo milho aumente.”
Para ele, o produtor deve direcionar as áreas a serem cultivadas fora da janela de plantio que destinaria áreas antes previstas para a safrinha de milho para a produção de trigo. “O produtor não vai ficar parado. Se não plantar milho vai plantar trigo”, diz. “Com isso, a produção deve crescer do que 30% no Estado”, projeta.
No ano passado, a mostra gerou R$ 1,5 bilhão em negócios. “O produtor passou alguns anos segurando investimentos e está mais disposto e, precisando, renovar o maquinário para a próxima safra”, afirma Rogério Rizzardi, coordenador geral do Show Rural Coopavel, considerado um dos maiores eventos de tecnologia para o agronegócio da América Latina, que aconteceu em Cascavel, no Paraná, de 5 a 9 de fevereiro.
23 de junho 2020
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