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ABM fortalece a agenda de terras raras no Brasil

Iniciativas da associação integram pesquisa, indústria e políticas públicas para posicionar o país como líder em materiais críticos

Assessoria de Imprensa

17/12/2025 08h10 | Atualizada em 17/12/2025 08h16

Cada vez mais presente nas discussões estratégicas do setor mineral, o tema das terras raras tem mobilizado a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), que avança em duas importantes parcerias com o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Ambas as iniciativas reforçam o compromisso da entidade em gerar conhecimento, desenvolver tecnologias e ampliar o valor agregado no segmento minero-metalúrgico.

Em outubro, o IPT lançou a Rede de Mineração Urbana e Reciclagem Avançada (Reminera), iniciativa dedicada a desenvolver tecnologias, mercados e modelos de neg&o

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Cada vez mais presente nas discussões estratégicas do setor mineral, o tema das terras raras tem mobilizado a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), que avança em duas importantes parcerias com o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Ambas as iniciativas reforçam o compromisso da entidade em gerar conhecimento, desenvolver tecnologias e ampliar o valor agregado no segmento minero-metalúrgico.

Em outubro, o IPT lançou a Rede de Mineração Urbana e Reciclagem Avançada (Reminera), iniciativa dedicada a desenvolver tecnologias, mercados e modelos de negócio voltados à recuperação de materiais estratégicos.

A ABM passou a integrar o projeto colaborando com expertise e rede institucional, contribuindo para fortalecer as pesquisas e estudos voltados para o desenvolvimento da indústria nacional.

Já em dezembro, a Regional Rio de Janeiro da ABM e o CETEM promoveram o evento “Terras Raras: Desafios e Oportunidades para o Brasil”.

O encontro, que aconteceu nas instalações do CETEM/RJ, contou com apresentações dos pesquisadores Fernando Lins e Ysrael Marrero Vera, com a moderação do vice-coordenador de Processamento e Tecnologias Minerais do CETEM, Paulo Braga.

Contexto – A pesquisadora e Diretora Técnica da Unidade de Materiais Avançados do IPT e membro da Comissão Técnica de Mineração da ABM, Sandra Lúcia de Moraes, destacou que o grande interesse nesses materiais decorre do fato de poucos países dominarem toda a cadeia de processamento, o que os torna altamente estratégicos no cenário geopolítico global.

O Brasil, por sua vez, possui a segunda maior reserva minerária mundial desses elementos.

Conforme mostra o e-book Terras Raras do IPT, Sandra acrescenta que o valor desses materiais está diretamente relacionado ao desempenho tecnológico que proporcionam.

“Outro valor está agregado ao alto desempenho tecnológico na produção de ímãs de alta capacidade magnética, estabilidade térmica e compacidade, possibilitando motores elétricos mais leves e eficientes, sensores precisos e dispositivos miniaturizados”, explicou.

A conjuntura atual, marcada pela urgência da transição energética, torna o tema ainda mais relevante, disse ela, “uma vez que a produção de energias renováveis e sistemas eletrificados depende diretamente desses materiais”.

Projeto – Com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento de novos modelos de negócio na economia circular, o IPT, em parceria com a ABM, entre outros, lançou o projeto Reminera.

A iniciativa pretende estruturar uma rede composta por centros de pesquisa, associações e empresas da cadeia de materiais, com foco no conceito de “reminerar” materiais já utilizados.

O programa está estruturado em quatro eixos principais: desenvolver tecnologias avançadas de reaproveitamento de materiais; estruturar novos mercados para produtos e processos baseados na circularidade; fomentar modelos de negócios inovadores e sustentáveis; e gerar impacto econômico, social e ambiental positivo para empresas e sociedade.

Parceria – Durante o evento promovido pelas instituições, Paulo Braga apresentou o histórico de atuação do instituto.

“O CETEM atua na área dos minerais estratégicos, especificamente de terras raras, desde 1980, quando o Brasil já tinha uma pequena produção desse bem mineral”, disse.

“Por isso, trouxemos alguns dos nomes mais relevantes do setor para divulgar este conhecimento”, completou.

O pesquisador Fernando Lins abriu as apresentações com um panorama político e mercadológico do setor, destacando vantagens competitivas do Brasil.

Ele citou fatores como matriz energética renovável, baixa densidade de carbono por unidade de energia/eletricidade e potencial para atrair indústrias de transformação mineral — resultando em um aumento de empregos qualificados.

Na análise do especialista, a possível aprovação do PL 2.790/2024, que institui a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos (PNMCE), representa um avanço importante.

O texto prevê que cerca de 80 grandes mineradoras invistam 0,40% da receita bruta em P&D, fortalecendo a inovação no setor.

“O cenário reúne geologia, recursos, energia limpa e políticas emergentes, mas ainda faltam avanços em governança e legislação socioambiental”, observou.

“Temos vários ministérios animados com o cenário, mas sinto que falta agilidade na execução”, apontou Lins.

Na sequência, o pesquisador Ysrael Marrero Vera apresentou a abordagem técnica do tema, explicando os 17 metais do grupo, seus processos de extração, localização geológica, etapas da cadeia industrial e tendências para o futuro.

Desafios – Tanto Sandra como Lins alertaram, entretanto, para o desafio que o Brasil enfrenta, de superar a sua tendência de exportar matéria-prima bruta sem agregar valor, perdendo assim as maiores oportunidades econômicas e tecnológicas associadas a esses ativos.

Para isso, são necessários investimentos em desenvolvimento tecnológico e plantas completas, abrangendo toda a cadeia produtiva, desde a extração e beneficiamento das terras raras até a produção de imãs, passando pelas fases de separação química e produção dos metais e ligas.

“Poucos países no mundo, com destaque para a China, dominam todas estas etapas, o que torna o desenvolvimento tecnológico fator determinante para a transformação de um ativo mineral crítico em produtos estratégicos para a competitividade da indústria nacional”, afirmou a entidade.

A íntegra do evento está disponível no canal oficial do CETEM.

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