Valor Econômico
15/06/2021 11h00 | Atualizada em 15/06/2021 11h57
Empresas fabricantes de máquinas, equipamentos e outros bens de capital do país, por meio da sua entidade setorial Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), se organizam para discutir um programa de importação de aço, de forma a garantir a regularização do abastecimento da matéria-prima.
A avaliação é que o desarranjo que ocorreu no fornecimento da cadeia produtiva de insumos e materiais no país não vai se ajustar tão cedo – há empresa do setor que prevê dificuldades para conseguir material, com regularidade de entrega, até o final do ano.
...Empresas fabricantes de máquinas, equipamentos e outros bens de capital do país, por meio da sua entidade setorial Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), se organizam para discutir um programa de importação de aço, de forma a garantir a regularização do abastecimento da matéria-prima.
A avaliação é que o desarranjo que ocorreu no fornecimento da cadeia produtiva de insumos e materiais no país não vai se ajustar tão cedo – há empresa do setor que prevê dificuldades para conseguir material, com regularidade de entrega, até o final do ano.
Além desse problema que alegam, os fabricantes dizem que os preços praticados pela siderúrgicas e distribuidores locais estão bem mais elevados que o material importado, principalmente na rede varejista – que vende o material em lotes menores e até com serviços, como corte.
O objetivo é importar uma parcela do que se consome e, assim, completar o volume que é adquirido no Brasil. Segundo informações de fabricantes, que pediram anonimato, além do tempo mais longo de entrega, aqui as usinas siderúrgicas e distribuidores, muitas vezes, só entregam metade ou até 70% do volume pedido.
Segundo a Abimaq, que tem 1,6 mil associados, foram convidadas empresas das 41 câmaras setoriais da entidade. Quatro delas já se reuniram no fim de maio com importadores para indicar volumes de pedidos. Elas são ligadas ao agronegócio (fabricação de implementos e máquinas agrícolas, silos para armazenagem e equipamentos de irrigação.
O propósito da reunião é formar um pool de empresas que consiga montar um volume grande de compra. As empresas estão ciente que um pedido, colocado agora, vai demorar de quatro a cinco meses até receber o produto importado. Boa parte do material importado vem da China, além de outras fontes.
O setor consome diversos tipos de aço: laminados (chapas grossas, bobinas a quente e a frio, galvanizados, aços especiais, inox, fundido e forjado).
Do volume de aço consumido no país, a fabricação de bens de capital (máquina, equipamento e implemento agrícola) responde por 20,5%. O consumo nacional total foi de 21,5 milhões de toneladas em 2020.
“O preço do aço no Brasil está quase proibitivo e as entregas ainda não se normalizaram. Há dificuldade em se conseguir chapa galvanizada para montagem de silos”, diz José Velloso, presidente executivo da Abimaq. “As siderúrgicas e os distribuidores de aço estão esfolando os clientes com as seguidas altas de preços”.
Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, que reúne as siderúrgicas no país, disse que a situação vem se normalizando, porque isso foi, e continua, um problema mundial. E afirmou que as usinas não trabalham com estoques, mas com programação de pedidos.
Sobre o “lead time” – tempo da colocação do pedido ao recebimento -, afirmou que houve mesmo dilatação devido ao desequilíbrio ocorrido no fornecimento da cadeia produtiva, mas que já está normalizado. “A importação é uma opção comercial, tanto que entrou mais de 1 milhão de toneladas no país de janeiro a abril”, diz. Segundo ele, o pessoal da Abimaq pode fazer pool para importar, se é uma opção melhor, mas pode também fazer pool para comprar nas usinas brasileiras.
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