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Revista M&T - Ed.177 - Março 2014
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Implementos

Vassouras hidráulicas ganham terreno no Brasil

Acoplados a equipamentos compactos, acessórios vêm se popularizando no país, mas erros operacionais e falhas de manutenção ainda limitam potencial de utilização

Com o avanço no uso de máquinas compactas em um amplo raio de aplicações como obras de terraplenagem, demolição, construção civil e plantas industriais, uma miríade de acessórios passou a ser disponibilizada no mercado nacional.

As opções incluem as tradicionais caçambas carregadeiras, perfuratrizes hidráulicas e kits de escavação. Outras são ainda incipientes, como as vassouras hidráulicas, utilizadas na limpeza de grandes áreas e que tendem a ser tornar cada vez mais comuns no país. No entanto, esses implementos ainda enfrentam um relativo desconhecimento e, consequentemente, padecem com falhas de montagem, manutenção e operação que limitam seu potencial de utilização e desempenho.

RECOLHEDORAS

Em sua configuração básica, o modelo mais difundido no mercado brasileiro é composto por uma caixa frontal que direciona os detritos para trás e para baixo, abafando a poeira e o som. Denominada vassoura recolhedora, a máquina inclui um rolo com cerdas giratórias para varrer o piso e uma caçamba traseira, que recolhe a sujeira lançada pelo rolo e atua como pá para detritos maiores como pedras, pedaços de asfalto, terra e outros materiais.

Devido a tais características, como explica Marcos Alves, especialista da locadora Nilcap, as recolhedoras são indicadas para uso conjunto com fresadoras de asfalto, por exemplo. “O acessório é robusto, mas sofre desgaste nas cerdas e na lâmina da base da caçamba, que ficam em permanente atrito com o solo”, explica.

Segundo Marcos Piccolo, da fábrica italiana de acessórios Cangini, o funcionamento do equipamento deve ser mais divulgado, pois muitos usuários ainda não conhecem em detalhes seu modo de operação na pavimentação. “Enquanto a fresadora avança, o operador deve primeiro mover o equipamento para frente, usando o rolo no sentido inverso”, explica. “A caçamba então recolhe os detritos maiores ou os empurra para frente, para dentro do rolo. As cerdas então fazem boa parte da sujeira circular pela caixa e cair na caçamba, atrás do rolo.”

CONSERVAÇÃO

Destaque-se que, conforme o volume de detritos, o estado de conservação das cerdas e a regulagem do rolo, apenas


Com o avanço no uso de máquinas compactas em um amplo raio de aplicações como obras de terraplenagem, demolição, construção civil e plantas industriais, uma miríade de acessórios passou a ser disponibilizada no mercado nacional.

As opções incluem as tradicionais caçambas carregadeiras, perfuratrizes hidráulicas e kits de escavação. Outras são ainda incipientes, como as vassouras hidráulicas, utilizadas na limpeza de grandes áreas e que tendem a ser tornar cada vez mais comuns no país. No entanto, esses implementos ainda enfrentam um relativo desconhecimento e, consequentemente, padecem com falhas de montagem, manutenção e operação que limitam seu potencial de utilização e desempenho.

RECOLHEDORAS

Em sua configuração básica, o modelo mais difundido no mercado brasileiro é composto por uma caixa frontal que direciona os detritos para trás e para baixo, abafando a poeira e o som. Denominada vassoura recolhedora, a máquina inclui um rolo com cerdas giratórias para varrer o piso e uma caçamba traseira, que recolhe a sujeira lançada pelo rolo e atua como pá para detritos maiores como pedras, pedaços de asfalto, terra e outros materiais.

Devido a tais características, como explica Marcos Alves, especialista da locadora Nilcap, as recolhedoras são indicadas para uso conjunto com fresadoras de asfalto, por exemplo. “O acessório é robusto, mas sofre desgaste nas cerdas e na lâmina da base da caçamba, que ficam em permanente atrito com o solo”, explica.

Segundo Marcos Piccolo, da fábrica italiana de acessórios Cangini, o funcionamento do equipamento deve ser mais divulgado, pois muitos usuários ainda não conhecem em detalhes seu modo de operação na pavimentação. “Enquanto a fresadora avança, o operador deve primeiro mover o equipamento para frente, usando o rolo no sentido inverso”, explica. “A caçamba então recolhe os detritos maiores ou os empurra para frente, para dentro do rolo. As cerdas então fazem boa parte da sujeira circular pela caixa e cair na caçamba, atrás do rolo.”

CONSERVAÇÃO

Destaque-se que, conforme o volume de detritos, o estado de conservação das cerdas e a regulagem do rolo, apenas um movimento pode concluir o trabalho. Porém, os acessórios com esse desenho foram construídos para realizar a limpeza em duas passagens (ida e volta) pela área a ser varrida. “Depois que varrer mais ou menos 15 metros, o operador deve voltar em marcha ré, usando o rolo no sentido inverso, ou seja, girando para frente e lançando a sujeira diretamente para a caçamba”, explica Piccolo.

Essa é a etapa em que toda a sujeira restante é varrida. “Nesse movimento, até as pedras maiores – que a caçamba não recolheu – são capturadas por meio do rolo”, completa Alves.

Como o modelo depende da ação da caçamba, que é utilizada como pá em contato direto com o chão, sua aplicação é indicada apenas para pisos lisos e com inclinação moderada. Se for utilizado sobre paralelepípedos, por exemplo, as imperfeições na altura do piso podem danificar a lâmina ou mesmo comprometer o resultado do trabalho.

Por isso, manutenções preventivas, montagem correta e regulagem das escovas no rolo são cuidados importantes nesse tipo de acessório. Segundo Sérgio Malavazzi, representante da Osborn International, o aproveitamento ideal da rotação do rolo – sem dispersão de detritos e poeira – exige que a disposição das cerdas no eixo das vassouras seja precisa.

“Os rolos devem empurrar a sujeira para o centro do implemento, evitando lançá-la para os lados e para fora da caixa”, pontua Malavazzi. “Além disso, para funcionar corretamente, é importante montar as escovas somente com cerdas em ziguezague e não alternadas, com cerdas de modelos diferentes ou montagem em espiral.”

UNIVERSAL

De acordo com os especialistas, existem modelos específicos para aplicação em áreas nas quais o piso não pode ser raspado. No entanto, Piccolo explica que as vassouras para uso universal são planejadas para operar apenas quando a máquina se desloca para frente.

Por isso, a caixa recolhedora foi transferida para a parte frontal do acessório, sendo que o rolo empurra a sujeira para dentro dela, enquanto o operador observa o trabalho de frente. “A caixa recolhedora fica apoiada sobre rodas e trabalha rente ao chão, mas sem contato direto com ele”, explica o expert da Cangini. “O rolo de cerdas opera embutido e há pulverizadores de água internos, instalados para diminuir a suspensão de poeira.”

Alves, da Nilcap, ressalta que esse acessório pode ser instalado em skid loaders, empilhadeiras e pás articuladas. “As rodas e a posição da caixa evitam desgaste excessivo e acidentes”, diz ele. Nesse sentido, aliás, Eduardo Arrunategui, engenheiro da locadora e distribuidora de implementos Zemax, sublinha que qualquer equipamento pode ser danificado se o operador não ficar atento aos buracos e à velocidade de trabalho.

“A maior parte das vassouras é fabricada para reproduzir o efeito da varrição manual, mas em escala maior e sem pausas. Por isso, durante a operação, a velocidade da máquina deve se aproximar a de uma caminhada, ou seja, 6 km/h”, aponta. “Acelerar demais a máquina só irá deixar falhas na varrição, elevar o risco de danos aos equipamentos e aumentar desnecessariamente o consumo de combustível.”

REGULAGEM

Outro ponto importante recai sobre a qualidade das cerdas e a regulagem da altura entre o rolo e o chão, de modo a evitar desgaste excessivo e varrição ineficiente. A regulagem da altura do rolo determina se a área de contato com o piso está correta. Malavazzi enfatiza que, ao término da montagem das escovas no rolo, o comprimento da área de contato com o piso deve ser de 70 mm. “Para averiguar a regulagem do rolo basta girá-lo com a máquina parada e, depois, levantar a vassoura”, ele detalha. “Se for maior que 70 mm, é sinal que existe muita pressão e ocorrerá desgaste em excesso, enquanto se for menor, a varrição apresentará falhas.”

Quanto à variedade entre os materiais das cerdas, uma escolha correta também faz diferença na qualidade da varrição, demanda de tempo de trabalho e desgaste das escovas. “Aconselhamos intercalar escovas com cerdas de polipropileno e aço, para evitar o entrelaçamento entre os fios metálicos”, recomenda. “O acessório deve estar bem regulado e o operador ficar atento à pressão que a máquina aplica sobre as cerdas.”

ANGULAR

Construídos para concentrar detritos para posterior recolhimento, os modelos angulares apresentam apenas o rolo de escovas, de porte maior e deslocado em relação à simetria da máquina, de modo a varrer grandes áreas e empurrar a sujeira para a lateral das vias.

Arrunategui afirma que esse modelo é indicado para limpeza de pisos em que há necessidade de uma operação mais ágil, como aeroportos, circuitos e vias em áreas litorâneas. “Comparada aos outros modelos, a vassoura angular pode até parecer simples, mas a velocidade de trabalho e a eficiência são seus grandes diferenciais”, frisa o representante da Zemax. “Basta haver uma canaleta na lateral da via onde a sujeira possa ser depositada.”

Novamente, Malavazzi reforça que a habilidade do operador, a regulagem do acessório e a qualidade dos materiais utilizados na fabricação das cerdas são as variáveis que exigem maior atenção. O especialista explica ainda que, diferentemente das características das cerdas em polipropileno, as escovas montadas com cerdas em compostos com plástico reciclado (PET) tendem a desgastar-se mais rápido e ser menos resistentes ao efeito memória. “Para que a vassoura alcance o melhor desempenho é fundamental somar qualidade do implemento, montagem correta das escovas, treinamento do operador e  aplicação de cerdas de boa qualidade”, ressalta o especialista.

Mecanização oferece vantagens

Especialista em minicarregadeiras da Case CE, Durval Victor explica que, em média, uma minicarregadeira equipada com vassoura hidráulica substitui 18 trabalhadores dedicados à varrição manual. “Em uma operação mecanizada, é possível prever um custo de 22 reais por hora de trabalho”, afirma. “Em contrapartida, uma equipe de 15 trabalhadores não alcançaria custo por hora de trabalho inferior a 60 reais.”

Outro aspecto que favorece o trabalho mecanizado são os benefícios oferecidos pelos componentes adicionais das máquinas. “Para quase todos os modelos, os fabricantes oferecem componentes que aumentam a durabilidade do acessório e a segurança na operação”, afirma Marcos Piccolo, da Cangini. “Itens como escovas giratórias laterais, aspersores, lâminas em ligas de aço reforçado e roletes especiais aumentam consideravelmente a vida útil e a eficiência das vassouras.”

Oferta cresce, mas ritmo ainda é lento

Com a crescente popularização, diversas marcas já oferecem modelos de vassouras hidráulicas ao mercado brasileiro, desde empresas nacionais a players globais. “Os investimentos em obras no âmbito rodoviário e urbano, por exemplo, podem criar grande oportunidade de vendas de vassouras recolhedoras nos próximos anos”, confirma Chrystian Moreira Garcia, gerente de desenvolvimento de mercados da Sotreq, distribuidora que oferece sete diferentes modelos da marca Caterpillar.

A empresa brasileira Xingu desenvolve acessórios voltados para o uso exclusivo em minicarregadeiras. Em seu portfólio, a empresa oferece modelos equipados com motor hidráulico bidirecional acoplado ao eixo das escovas por meio de correntes e engrenagens. Com seis modelos, a série SPS de vassouras coletoras da italiana GF Gordini é distribuída com exclusividade pela AGF Equipamentos. As máquinas estão disponíveis para minicarregadeiras entre 1,5 e 5 t.

Já a Bobcat produz vassouras para acoplamento nas carregadeiras da própria marca, disponibilizando cinco opções para limpeza de pátios, estacionamentos, depósitos e calçadas. Segundo Plínio Santos, gerente de importação da Silmáquinas, a demanda por vassouras já apresenta uma musculatura comercial razoável no país, mas poderia ser melhor. “Além de caros, esses equipamentos são muito frágeis e susceptíveis a problemas técnicos, fazendo com que o mercado não se amplie mais rapidamente”, afirma o especialista.

 

 

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