Revista M&T - Ed.174 - Novembro 2013
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Implementos

Setor de implementos rodoviários deve crescer 20% em 2013

Agribusiness é o principal impulsionador desse mercado, que também foi beneficiado por planos de financiamentos do BNDES e pelo crescimento da construção pesada

Até o final do ano, a previsão é que sejam comercializados aproximadamente 64 mil implementos rodoviários no país. O volume representa mais de 20% sobre as 52,5 mil unidades vendidas no último ano. A informação é da Randon, que atribui tais resultados ao crescimento do agronegócio, às condições de financiamento do BNDES por meio do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) e ao crescimento em alguns setores estratégicos da economia brasileira, como a construção pesada.

Para Norberto José Fabris, diretor corporativo de implementos e veículos da empresa, os implementos rodoviários voltados ao agronegócio, como as caçambas graneleiras e basculantes, foram os modelos com maior aumento nas vendas neste ano. “Em seguida, vem a linha de tanques para transporte de combustíveis e produtos químicos”, diz ele.

A Rossetti, outro importante player do setor, valida a percepção de que o agribusiness vem puxando o setor. Nessa linha, o fabricante revela que, no primeiro semestre, a maior procura foi por implementos do tipo semirreboque basculante vanderleia ou rodotrem utilizados princip


Até o final do ano, a previsão é que sejam comercializados aproximadamente 64 mil implementos rodoviários no país. O volume representa mais de 20% sobre as 52,5 mil unidades vendidas no último ano. A informação é da Randon, que atribui tais resultados ao crescimento do agronegócio, às condições de financiamento do BNDES por meio do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) e ao crescimento em alguns setores estratégicos da economia brasileira, como a construção pesada.

Para Norberto José Fabris, diretor corporativo de implementos e veículos da empresa, os implementos rodoviários voltados ao agronegócio, como as caçambas graneleiras e basculantes, foram os modelos com maior aumento nas vendas neste ano. “Em seguida, vem a linha de tanques para transporte de combustíveis e produtos químicos”, diz ele.

A Rossetti, outro importante player do setor, valida a percepção de que o agribusiness vem puxando o setor. Nessa linha, o fabricante revela que, no primeiro semestre, a maior procura foi por implementos do tipo semirreboque basculante vanderleia ou rodotrem utilizados principalmente no transporte de grãos. “O ano começou em ritmo lento, com a queda de mais de 20% no mercado de basculantes sobre chassis”, diz Daniel Rossetti, gerente de marketing da empresa. “Porém, equilibramos as nossas receitas nesse período com o aumento de 25% nas vendas de semirreboque basculantes. Já na virada para o segundo semestre, houve uma onda de compras de diversas modalidades e agora o mercado estabilizou em um nível satisfatório, o que nos permitirá fechar o ano com expressivo crescimento em relação a 2012.”

PRODUTOS

Rossetti também classifica como estáveis as vendas atuais de implementos voltados para a construção e mineração. Esses segmentos, aliás, integram os principais focos de atuação da empresa, representando atualmente cerca de 30% de seu faturamento. “Por isso, mantemos um mix de produtos que inclui desde semirreboques para transporte de agregados na construção até vanderleias basculantes para transporte de minérios e agregados a maiores distâncias”, diz ele.

Na Randon, o rol de implementos rodoviários aplicados à construção e mineração também é vasto, indo de semirreboques de três eixos, com até 25 m³ de capacidade, a vanderleias de três eixos distanciados para carga de até 30 m³. “Temos ainda os modelos carrega-tudo, aplicados tanto no transporte de máquinas para as minas e canteiros de obras como no transporte de peças de dimensões maiores”, diz Fabris.

Na Guerra, os resultados também têm sido bons em 2013. A empresa revela ter atingido as metas de faturamento e aumentado sua participação no mercado, com apoio preponderante de toda a linha de implementos graneleiros em segmentos do tipo bitrem, rodotrem e semirreboque. “Os implementos voltados para a construção e mineração já representam cerca de 10% do faturamento da empresa”, afirma. “E o foco nessa linha está nos basculantes, usados principalmente no transporte de brita e calcário, mas com aplicabilidade em diversas outras atividades do ramo.”

Diretor superintendente da Noma, Marcelo Noma corrobora o bom momento vivido pelo mercado de implementos rodoviários. E vai além, demonstrando que a empresa vem crescendo desde 2012, quando a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) registrou um acentuado decréscimo de 16% no mercado. “No ano passado, nós crescemos 18% em receitas e 15% em volume de vendas, na contramão do mercado”, pontua. “Agora, as expectativas são ainda melhores, pois o setor deve expandir como um todo, permitindo que até 2015 com a instalação de uma nova fábrica em Tatuí estejamos entre as três maiores fabricantes de implementos rodoviários do segmento pesado no Brasil.”

DISPUTA

Com o mercado em franca ascensão, evidentemente os fabricantes trabalham com mais empenho no lançamento de tecnologias que possam diferenciá-los dos concorrentes. É o caso da América Implementos. A empresa aposta na comercialização de semirreboques com silos para transporte de cimento, mostrando como a construção civil principalmente no nicho concreteiro mantém-se vistosa para a oferta de implementos rodoviários.

Os carros-chefes de vendas da empresa são os modelos autodirecionais do tipo vanderleia, com capacidades de 36 e 40 m³ e dotados de suspensão pneumática de fábrica. Utilizados para transporte de cimento a granel, cal e outros materiais, o equipamento opera também por transferência pneumática, ou seja, descarrega o material em silos fixos por descarga a ar.

Operando com o mesmo sistema nos silos, a empresa lançou ainda um modelo de três eixos mecânicos com capacidade de 33 m³. “Lançamos esse implemento há cerca de um ano para alcançar um nicho de equipamentos mais simples e econômicos”, diz Odair Françoso Júnior, gerente nacional de vendas da empresa.

Os novos projetos da América estão cada vez mais voltados para a mudança na configuração do transporte de cimento, uma vez que, segundo o executivo, 60% do cimento são transportados ensacados e 40%, a granel. “Há indícios de que essa proporção está sendo revertida e, em cima dessa tendência, estamos projetando o futuro”, revela o executivo.

NOVIDADES

Já a Rossetti também aposta na aferição de carga. Durante a Exposibram 2013, a empresa apresentou uma balança que mede a carga do basculante em tempo real. “Demonstramos essa operação com a ajuda de um guindaste para carregar a carga na caçamba”, explica Daniel Rossetti. “A balança aferiu o peso em tempo real, mostrando que é diferente de outras soluções disponibilizadas no mercado, nas quais a pesagem é feita somente após o carregamento.”

O executivo explica que a margem de erro é inferior a 4% e, por isso, a tecnologia auxilia com precisão o operador responsável por encher as caçambas basculantes.

Outras novidades da Rossetti incluem o rodotrem para transporte de até 74 toneladas de peso bruto total e o semirreboque vanderleia, com capacidades de 20 a 46 m³. Segundo o executivo da empresa, o segundo modelo tem as mesmas características de uma vanderleia convencional, mas será fabricado com chapas de aço mais finas, de 2 mm, o que reduz o peso do implemento e viabiliza ganhos de carga total do caminhão.

Já na Guerra, as novidades tecnológicas incorporadas aos implementos rodoviários incluem o incremento de freios ABS nos modelos basculantes.
Fabris, da Randon, sublinha que a utilização de materiais com maior escoamento na fabricação de implementos rodoviários também permite reduzir o peso do equipamento, mantendo a mesma resistência mecânica. Por isso, a evolução das ligas de aço utilizadas nos produtos é tão importante aos olhos dos profissionais do mercado. “Mas a evolução da eletrônica embarcada, como forma de segurança para a operação, tem igual importância”, pondera o executivo.

Como exemplo de uso inteligente da eletrônica avançada em implementos, ele cita os inclinômetros, que medem a inclinação lateral das caçambas basculantes durante a descarga. O procedimento, nesse caso, é interrompido sempre que o produto atinge um ângulo considerado de risco, diminuindo a incidência de tombamentos.

VANDERLEIAS

Mas Fabris também destaca o avanço no desenvolvimento das vanderleias nos últimos anos. O especialista ressalta que essa modalidade de implemento rodoviário com três eixos distanciados foi criada para permitir o transporte de maior volume de carga líquida, em conformidade com as leis brasileiras. “Voltando à evolução recente, a Randon projetou o basculante deslizante para vanderleia, que possui uma caixa de carga de 9 metros de comprimento deslizando sobre o chassi, o que permite um descarregamento mais seguro”, afirma. “A caixa é deslocada por um cilindro hidráulico até a parte traseira, para efetuar a descarga,”

Assim, como ele explica, foi possível obter a distribuição de carga exigida por lei e, ao mesmo tempo, manter a condição de basculamento dos implementos usados tradicionalmente em três eixos comuns.

Já a Rossetti desenvolveu uma tecnologia que dispensa o deslizamento da caçamba durante o basculamento. De acordo com Daniel Rossetti, o produto é patenteado e apresenta uma extensão da caçamba na parte traseira para eliminar qualquer dispositivo de deslizamento sobre o chassi ou os eixos. “O deslizamento gera desgaste de componentes e ainda resulta em uma operação lenta de basculamento”, diz ele. “Já o nosso produto realiza ciclos rápidos, de 2,5 minutos, um prazo até quatro vezes mais ágil que os basculamentos deslizantes.”

O especialista explica que o basculamento é acionado na cabine e faz uso somente de um cilindro hidráulico central, que ergue a caçamba até o ângulo necessário para o deslize da carga, sem expor o caminhão a riscos de tombamento. Segundo ele, esse implemento foi desenvolvido para manter o centro de gravidade do caminhão durante o basculamento. “É um diferencial de segurança, pois como as caçambas tradicionais de vanderleias são compridas, precisam ser erguidas a altos ângulos para o despejo de material, o que pode configurar um risco de instabilidade para o conjunto em regiões com fortes ventos, por exemplo”, explica.

CONCEITO

Em parceria com a SR Equipamentos Rodoviários, a Noma apresentou um “produto conceito” no ano passado. Ele é formado por uma caçamba que, ao invés de bascular, empurra o material carregado para o despejo. “Ela é composta por uma tampa retrátil e movida horizontalmente por um cilindro hidráulico”, explica Silvio Roberto Romanelli, diretor da SR. “Com isso, é possível fazer o descarregamento de material em locais confinados, como túneis de menor diâmetro, onde o basculamento seria inviável.”

Segundo as empresas, a tecnologia permite que o despejo de material seja realizado com o caminhão em movimento. Com isso, reduz-se o trabalho da motoniveladora, que pode ter sua operação otimizada em até 80%, como constatado em testes recentes realizados pela Noma.

Agribusiness também sustenta crescimento do setor de máquinas

Para a safra 2012/13, especialistas estimam que o Brasil obtenha uma produção recorde de aproximadamente 186,15 milhões de toneladas de grãos, um volume que representa um aumento de 12,1% em relação ao período anterior. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atualizados em julho deste ano. A tendência de crescimento, aliás, acontece desde 2005 e, no acumulado até 2013, já contabiliza um incremento de 61%. O único registro de queda aconteceu em 2009, afetando as linhas de crédito e o preço de insumos, principalmente fertilizantes. Para combater a crise, o governo federal reagiu com políticas pontuais voltadas para o desenvolvimento rural, aquecendo também o setor de equipamentos para construção.

 

 

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