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Revista M&T - Ed.225 - Julho 2018
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Mercado de Usados

Uma opção viável

Como a comercialização de máquinas e equipamentos seminovos tornou-se uma alternativa para movimentar o mercado, tanto para quem precisa vender, como comprar
Por Melina Fogaça

Com a demanda reprimida pela falta de obras no setor da construção, o mercado de equipamentos pesados usados registrou um aumento substancial da procura nos últimos anos, principalmente em decorrência da necessidade de construtoras, locadoras e empreiteiras se desfazerem de suas frotas ociosas para equilibrar o caixa.

De fato, parece não haver dúvidas que a baixa demanda por equipamentos novos fortaleceu o mercado de usados. Ao menos essa é a opinião de Célio Neto Ribeiro, CEO da Web Pesados, uma empresa voltada exclusivamente para venda direta e leilões on-line no segmento de máquinas e veículos para construção, mineração, agricultura, logística e movimentação de materiais. “Devido ao alto custo das linhas de crédito e também das limitações da maioria das empresas em tomar recursos em bancos, muitas delas passaram a buscar alternativas no mercado de usados, principalmente nos setores de construção e mineração”, diz o executivo. “Além disso, a oferta atual de usados é maior do que a procura. Sendo assim, existem ótimas oportunidades para se comprar um seminov


Com a demanda reprimida pela falta de obras no setor da construção, o mercado de equipamentos pesados usados registrou um aumento substancial da procura nos últimos anos, principalmente em decorrência da necessidade de construtoras, locadoras e empreiteiras se desfazerem de suas frotas ociosas para equilibrar o caixa.

De fato, parece não haver dúvidas que a baixa demanda por equipamentos novos fortaleceu o mercado de usados. Ao menos essa é a opinião de Célio Neto Ribeiro, CEO da Web Pesados, uma empresa voltada exclusivamente para venda direta e leilões on-line no segmento de máquinas e veículos para construção, mineração, agricultura, logística e movimentação de materiais. “Devido ao alto custo das linhas de crédito e também das limitações da maioria das empresas em tomar recursos em bancos, muitas delas passaram a buscar alternativas no mercado de usados, principalmente nos setores de construção e mineração”, diz o executivo. “Além disso, a oferta atual de usados é maior do que a procura. Sendo assim, existem ótimas oportunidades para se comprar um seminovo com um custo-benefício muito grande.”

De olho nesse nicho, as empresas menores e médias têm sido as que mais aproveitam essas oportunidades, pois – como ressalta Ribeiro – possuem uma “cultura estratégica de comprar equipamentos seminovos”.

Alto custo do crédito abre espaço para o mercado de usados no país

Segundo Ricardo Santoro, diretor comercial da Superbid, o longo período de retração econômica também fez emergir uma nova realidade de preço, pois muitas construtoras estão revisando suas carteiras de ativos devido a reduções estratégicas obrigatórias, seja por não haver perspectiva no curto prazo de novos investimentos ou obras, assim como em razão de desativações pós-obra. “Com isso, hoje o comprador tem à disposição equipamentos que podem ser adquiridos em uma faixa variável de 20% a 40% de desconto, se comparados aos valores praticados no mercado”, diz o especialista, cuja empresa é especializada na recuperação de capital por meio de leilões on-line.

Para Ribeiro, da Web Pesados, esse abatimento pode ser ainda maior. Mas isso, evidentemente, depende das condições do equipamento. “Com poucas horas de uso, uma máquina seminova de uma marca forte pode ter seu preço [fixado] em torno de 50% de uma nova”, acentua.

Segundo Jacó Alles, coordenador de rental & remarketing da Volvo Construction Equipment para a América Latina, o preço de um equipamento usado de fato varia de acordo com o horímetro e o ano de fabricação, principalmente. “Só depois de verificar esses detalhes é que serão avaliadas as fotos e demais informações técnicas dos maquinários”, ele reitera.

Nesse sentido, outro fator “natural” que influencia o preço de um equipamento seminovo é seu estado de conservação. O próprio Alles revela que alguns clientes preferem comprar produtos mais em conta, ou seja, no estado em que se encontram, sem qualquer tipo de manutenção. Em contrapartida, outros preferem comprar equipamentos com histórico de manutenção, reformados e revisados. “Por meio de seus distribuidores, a Volvo disponibiliza uma estrutura para reforma e revisão de equipamentos recebidos como parte do pagamento na compra de produtos novos”, conta o executivo. “Também recebemos máquinas de outras fabricantes, mas não fazemos a manutenção nesses equipamentos.”

Atualmente, equipamentos podem ser adquiridos com descontos de até 40%

CARTEIRA

Com a tendência em alta, a demanda para o segmento de usados deixou de se concentrar apenas em compradores dentro do país, passando a abranger também o mercado exterior. “Nesses casos, os compradores incluem desde revendedores que fazem negócios na plataforma digital até o consumidor final, que compra com finalidades variadas, desde a simples troca de uma máquina operacional usada até a renovação da frota com seminovos”, diz Santoro, da Superbid.

Internamente, o comércio de seminovos se espalhou pelo país. Na Web Pesados, como explica Ribeiro, “o mercado de maior incidência em negócios atualmente está na região Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, seguida pela região central do Brasil, que se posiciona um pouco à frente da região Sul”. Já para a Sotreq, uma das maiores provedoras de soluções, produtos e sistemas Caterpillar no Brasil, a região Sudeste também se destaca. “Esta região tem um desempenho de quase 50% da movimentação de seminovos, mas as demais regiões dividem os outros 50% da demanda”, afirma Felipe Ongaro, coordenador de máquinas usadas da distribuidora.

Como se vê, já não há limites geográficos para essas máquinas. Um aspecto que ajuda a explicar essa disseminação é a diversidade atual do portfólio de seminovos, o que fez com que todos os segmentos produtivos passassem a absorver máquinas usadas, desde fazendas até indústrias de grande porte. “Contudo, o maior público ainda se mantém entre as empresas de pequeno e médio porte”, completa Ongaro.

Segundo as empresas, segmento vem registrando resultados financeiros interessantes

RESULTADOS

Mesmo com a maior oferta, ainda há desafios a superar. De acordo com Ruslan Rodarte, diretor da Ágil Equipamentos, a falta de financiamento competitivo dificulta uma comercialização ainda maior desses maquinários de segunda mão. “Enquanto o mercado de construção pesada não crescer, ainda iremos ver uma evolução lenta nos negócios”, diz ele, que é especializado em compra, venda e corretagem de equipamentos pesados usados.

Quem compartilha dessa opinião é Ribeiro, da Web Pesados, apontando que a demanda interna está muito aquém da potencialidade do país. “No entanto, as expectativas são boas em relação a 2018, pois sentimos que alguns setores já vêm sinalizando um crescimento na demanda, como a construção civil e a mineração, principalmente, que tiveram uma leve recuperação em seus preços”, complementa.

Em sintonia com essa recuperação, o segmento vem registrando resultados financeiros expressivos no Brasil. Poucos revelam números precisos, mas ainda assim é possível perceber a dimensão e o potencial do negócio. A Pesados Online, por exemplo, afirma ter obtido um faturamento em torno de 10 milhões de reais no ano passado, comercializando especificamente equipamentos seminovos de construção e mineração da Hyundai e de outras marcas, com maior destaque para escavadeiras.

De acordo com o CEO da Web Pesados, a empresa obteve um aumento “significativo” da demanda, se comparada a 2016, com destaque para o agronegócio, que atualmente vive uma realidade muito diferente dos demais setores produtivos. “De modo coerente, o setor que mais possui demanda é também o mais pujante do país, vindo em seguida o setor da construção e da mineração”, afirma Ribeiro, citando uma maior saída de tratores de esteiras e motoniveladores, mas também escavadeiras de até 20 t, pás carregadeiras de até 13 t, rolos compactadores, espargidores, caminhões-pipa e caminhões-basculante.

Sem revelar dados, a Superbid também admite que o sucesso no campo tem impulsionado o mercado de maquinários usados, no caso, agrícolas. “Hoje, além de construtoras, também atuamos com grandes grupos deste setor”, afirma Santoro.

Para a Ágil, que igualmente não cita percentuais, a expectativa é de que a depreciação do real ajude na exportação. “Nossas máquinas são caras e os custos com trade e logística também oneram, tornando o processo bem pouco competitivo”, comenta Rodarte. “Por isso, o câmbio é nosso melhor argumento.”

A Sotreq, por sua vez, revela ter registrado um crescimento de aproximadamente 60% nos negócios em 2017, quando comparado a 2016. E, neste ano, a tendência se mantém em um viés de alta. “Em 2018, acreditamos que teremos um crescimento de 30% no mercado interno e de 20% em exportação”, conclui Ongaro.

Saiba mais:

Ágil Equipamentos: agilequip.com

Pesados Online: www.pesadosonline.com.br

Sotreq: www.sotreq.com.br

Superbid: www.superbid.net

Web Pesados: www.webpesados.com.br

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