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Revista M&T - Ed.79 - Out/Nov 2003
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ENERGIA

Uma alternativa qualificada á geração tradicional

Especialista diz que competição entre sistemas convencionais e de co-geração de energia já chegou ao setor de transportes.

Para Jayme Buarque de Hollanda, o Brasil se encontra em um paradigma: a crise energética de 2001 introduziu uma mudança comportamental no consumidor que, incentivado sempre a gastar energia, viu-se de repente obrigando a reduzir sua demanda em 20%. Ao contrário do susto do “apagão”, que passou, o senso de economia prevaleceu e a maioria dos usuários se acomodou de tal forma naquele patamar menor de consumo que desestabilizou o setor elétrico nacional. “Isso resultou numa nova tendência: a busca da eficiência energética, que passa pelo uso de combustíveis alternativos como o gás e o álcool em sistemas de co- geração”, diz Hollanda.

Essas colocações foram feitas durante a palestra “O Uso Eficiente da Energia na Sociedade Brasileira”, realizada por Hollanda, presidente do INEE - Instituto Nacional de Eficiência Energética, durante o Congresso M&T Expo’2003. Nela. O engenheiro eletrônico comparou a cogeração - em que um trocador de calor é introduzido no sistema de transmissão de energia para produzir vapor - com a geração tradicional. Segundo Hollanda, o aproveitamento energético do primeiro sistema é de 85%. Com perda de apenas 15%, contra 65% e perda de 35% no outro. “Chamamos a isso geração distribuída, um conceito cuja difusão tem sido bastante dificultada no Brasil, inclusive depois da desestabilização do setor elétrico.”

O fato é que não está faltando energia, mesmo porque a legislação brasileira acabou abrindo a possibilidade de facilitar o uso de energias alternativas. Embora ainda existam obstáculos culturais para isso, há setores que já avançaram bastante. Exempl


Especialista diz que competição entre sistemas convencionais e de co-geração de energia já chegou ao setor de transportes.

Para Jayme Buarque de Hollanda, o Brasil se encontra em um paradigma: a crise energética de 2001 introduziu uma mudança comportamental no consumidor que, incentivado sempre a gastar energia, viu-se de repente obrigando a reduzir sua demanda em 20%. Ao contrário do susto do “apagão”, que passou, o senso de economia prevaleceu e a maioria dos usuários se acomodou de tal forma naquele patamar menor de consumo que desestabilizou o setor elétrico nacional. “Isso resultou numa nova tendência: a busca da eficiência energética, que passa pelo uso de combustíveis alternativos como o gás e o álcool em sistemas de co- geração”, diz Hollanda.

Essas colocações foram feitas durante a palestra “O Uso Eficiente da Energia na Sociedade Brasileira”, realizada por Hollanda, presidente do INEE - Instituto Nacional de Eficiência Energética, durante o Congresso M&T Expo’2003. Nela. O engenheiro eletrônico comparou a cogeração - em que um trocador de calor é introduzido no sistema de transmissão de energia para produzir vapor - com a geração tradicional. Segundo Hollanda, o aproveitamento energético do primeiro sistema é de 85%. Com perda de apenas 15%, contra 65% e perda de 35% no outro. “Chamamos a isso geração distribuída, um conceito cuja difusão tem sido bastante dificultada no Brasil, inclusive depois da desestabilização do setor elétrico.”

O fato é que não está faltando energia, mesmo porque a legislação brasileira acabou abrindo a possibilidade de facilitar o uso de energias alternativas. Embora ainda existam obstáculos culturais para isso, há setores que já avançaram bastante. Exemplos, diz Hollanda, são as usinas canavieiras que estão gerando quase 600 MW com emprego de bagaço de cana-de-açúcar ou siderúrgicas, que tendo como fonte o carvão, não só chegaram à auto- suficiência como a CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) e a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), como têm condição inclusive de atuar como exportadoras para o setor de transmissão e distribuição. Mesmo as usinas do Pró-Álcool, que já têm 20 anos e sofreram uma descontinuidade de investimentos e incentivos públicos, podem reverter seu quadro de desatualização. “Hoje o álcool já tem um preço competitivo, a produção brasileira está maior e a repercussão de seu uso por estados como a Califórnia, nos Estados Unidos, contribui para expandir as fronteiras atuais”, considera Hollanda.

Outras tecnologias de co-geração também têm sido implantadas no Brasil, como fez a Copei - Companhia Paranaense de Eletricidade -que está empregando o processo eletroquímico para transformar gás em energia e calor. O mesmo método, só que para módulos residenciais, também já foi anunciado por fabricantes como a General Eletric. Além disso, lembra Hollanda, a competição começa a migrar também para o setor de transportes na forma dos chamados veículos elétricos híbridos (VEH). uma solução de alta eficiência mecânica em torno de 65% contra 35% dos veículos convencionais - e ainda com autonomia em relação aos veículos simplesmente elétricos.

O VEH conta com acionamento elétrico, mas carrega um gerador a bordo e possui um sistema de controle computadorizado que detecta a baixa de carga da bateria. Opera com freio regenerativo, ou seja, através de energia inercial, é menos poluente e quando estacionado pode funcionar como um gerador simplesmente, fornecendo energia com qualidade para uma residência, por exemplo. Segundo Hollanda, “a quantidade de energia gerada por um veículo desses é de 30 kW. Assim, seriam suficientes apenas 20 milhões de veículos para atingir 500 GW. ou toda a potência elétrica brasileira atualmente instalada.”

O mais interessante é que não se trata de uma realidade distante. A Toyota, por exemplo, já está fabricando o Prius, um veículo elétrico híbrido do tipo paralelado, que tem recebido uma crescente aceitação do mercado e a Eletra, desenvolveu o Eletrabus. um VEH do tipo serial, que combina tração elétrica (fornecida pelo gerador embarcado) e motor a diesel e está sendo utilizado para transporte coletivo pela prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).

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