Revista M&T - Ed.169 - Junho 2013
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Estádios

Preliminar para a Copa

Utilizando soluções diferenciadas de engenharia, seis arenas esportivas estão prontas para receber os jogos da Copa das Confederações em teste final para o mundial de 2014
Por Camila Waddington

O Brasil passou no vestibular para a Copa e os seis estádios que recebem os jogos da Copa das Confederações ficaram prontos em tempo hábil. Para cumprir o cronograma, entretanto, muitos orçamentos foram estourados, conforme registra reportagem do Jornal do Brasil de 13 de abril.

A mais cara delas, a Arena Fonte Nova (BA) que teve custo final de R$ 2,2 bilhões, ante os R$ 592 milhões inicialmente previstos –, passou por um processo de implosão e demolição que impactou significativamente o mercado de reaproveitamento de resíduos de construção no Brasil. Lá, além da reciclagem de 1,5 mil t de ferro retiradas da antiga estrutura armada, foram britados e reaproveitados em forma de aterro cerca de 40 mil m³ de concreto.

O Maracanã (RJ), cuja inauguração ocorreu no final de abril com uma partida extraoficial, também custou mais do que o previsto (55%), saltando de R$ 600 milhões previstos para R$ 932 milhões. Agora, o estádio que abrigará a grande final da Copa de 2014 tem capacidade para mais de 78 mil torcedores. Até sua conclusão, as obras levaram 32 meses e o maior desafio técni


O Brasil passou no vestibular para a Copa e os seis estádios que recebem os jogos da Copa das Confederações ficaram prontos em tempo hábil. Para cumprir o cronograma, entretanto, muitos orçamentos foram estourados, conforme registra reportagem do Jornal do Brasil de 13 de abril.

A mais cara delas, a Arena Fonte Nova (BA) que teve custo final de R$ 2,2 bilhões, ante os R$ 592 milhões inicialmente previstos –, passou por um processo de implosão e demolição que impactou significativamente o mercado de reaproveitamento de resíduos de construção no Brasil. Lá, além da reciclagem de 1,5 mil t de ferro retiradas da antiga estrutura armada, foram britados e reaproveitados em forma de aterro cerca de 40 mil m³ de concreto.

O Maracanã (RJ), cuja inauguração ocorreu no final de abril com uma partida extraoficial, também custou mais do que o previsto (55%), saltando de R$ 600 milhões previstos para R$ 932 milhões. Agora, o estádio que abrigará a grande final da Copa de 2014 tem capacidade para mais de 78 mil torcedores. Até sua conclusão, as obras levaram 32 meses e o maior desafio técnico foi a colocação da cobertura metálica, que seguiu a forma circular do estádio.

GUINDASTES

No Estádio Nacional de Brasília (“Mané Garrincha”), o custo total extrapolou em 36% o previsto. A previsão inicial era de R$ 745,3 milhões, mas o valor final investido ficou acima de R$ 1 bilhão. O aporte foi seccionado nas várias etapas de obra, começando pelas fundações realizadas por tubulão. Mas, os equipamentos mais destacados nessa obra foram os guindastes de até 600 t. Eles foram usados massivamente no manejo das peças pré-moldadas no próprio canteiro de obras, além de fazerem a movimentação dos pilares circulantes de apoio ao anel de compressão da cobertura. Ao todo, foram aplicados 288 pilares nessa estrutura, executados com fôrma trepante e concreto de alta resistência, de 60 Mpa.

Já o anel de compressão é uma estrutura de concreto que sustenta a cobertura metálica. Com 1 km de perímetro, o anel não possui uma junta de dilatação, apesar de estar a 50 m do solo. Ele é composto por duas lajes sobrepostas e intercaladas com paredes, sendo que a laje inferior foi apoiada em treliças metálicas que, por sua vez, eram apoiadas no topo dos pilares.

Com aproximadamente 4,8 mil pessoas trabalhando nas obras, a construção da Arena de Brasília consumiu 206,6 mil m³ de concreto e mais de 24 mil t de aço.

CONTRAPONTO

Se o estouro do orçamento foi a tônica da preparação para a Copa das Confederações, também há uma exceção importante a ressaltar. Esse contraponto é dado pelo Castelão, em Fortaleza. Previsto para ser entregue em fevereiro de 2013, em dezembro do ano anterior suas obras já estavam concluídas. O custo inicial previsto de R$ 623 milhões fechou em R$ 518,6 milhões, representando uma acentuada redução de 17%.

“A antecipação das obras está relacionada ao tipo de contrato utilizado, uma Parceria Público-Privada”, explica Daniel Martins Crisóstomo de Morais, engenheiro de planejamento do Consórcio Castelão, liderado pela Galvão Engenharia. “Com isso, a remuneração das quatro etapas de obras seriam liberadas somente após a disponibilização e entrada em operação de cada uma delas.”

Segundo ele, a equipe da obra cumpriu criteriosamente as etapas de planejamento e controle de projeto, alimentando continuamente os índices de acompanhamento da obra com dados reais e tomando decisões de andamento após cada reunião semanal.

Outra ação importante para o surpreendente resultado foi tirar vantagem da industrialização dos processos construtivos. Nesse rol, incluem-se concreto pré-fabricado, paredes de drywall, painéis de revestimento e estruturas metálicas para escadas e mezaninos, além de pisos em manta de borracha e esquadrias de vidro. “Também tivemos sucesso ao reverter situações adversas da obra a nosso favor, como a utilização do aterro oriundo da escavação para rebaixamento do campo na constituição das arquibancadas inferiores”, explica o engenheiro.

A demolição e reaproveitamento de 11 mil m³ de material implodido também podem ser citados como uma boa solução da obra. Nesse caso, o Consórcio Castelão lançou mão de uma recicladora, que entrava em ação após o concreto demolido ser partido em pedaços menores por uma escavadeira com crusher acoplado. Sua função era separar o ferro do concreto e encaminhar o segundo para o britador.

SUPERMÁQUINAS

A execução das demais fases da obra envolveu uma extensa lista de equipamentos de grande porte. Para Morais, no entanto, os casos mais interessantes foram os guindastes de 220 e 550 t, que atuaram na montagem dos pré-fabricados e pilares metálicos, além de realizarem o içamento dos módulos da cobertura. “O guindaste menor foi utilizado para os pilares, enquanto a máquina de 550 t foi aplicada nos módulos, que tinham o mesmo peso do pilar e foram içados a distâncias maiores”, detalha. “Para guiar e equilibrar a estrutura, essa solução foi apoiada pelo guindaste de 220 t.”

Nas próximas paginas, confira como está o andamento de outros estádios que serão utilizados na Copa do Mundo de 2014, como o Itaquerão (SP), o Beira-Rio (RS) e a Arena Amazonas (AM).

AS 12 SEDES DA CAPITAL MUNDIAL DO FUTEBOL

ARENA PANTANAL

CUIABÁ

A arena matogrossense contará com uma partida do grupo C e outros duelos sorteados entre as seleções da Copa do Mundo. As partidas devem ocorrer entre os dias 13 e 24 de junho de 2014.

Inauguração: outubro de 2013

Investimento: R$ 518,9 milhões

Capacidade: 43 mil pessoas

Construtora: Santa Bárbara Engenharia

ARENA DA AMAZÔNIA

MANAUS

Única sede brasileira da Copa do Mundo na região Norte, a nova arena amazonense sediará quatro jogos, todos durante a primeira fase da competição. O primeiro jogo será no dia 14 de junho e o último, no dia 25 do mesmo mês.

Inauguração: dezembro de 2013

Investimento: R$ 583,4 milhões

Capacidade: 44 mil pessoas

Construtora: Andrade Gutierrez

ARENA DA BAIXADA

CURITIBA

Na Copa do Mundo, o estádio paranaense receberá quatro partidas, todas válidas pela primeira fase da competição. Os jogos estão previstos para acontecer entre os dias 16 e 26 de junho.

Inauguração: julho de 2013

Investimento: R$ 234 milhões

Capacidade: 41 mil pessoas

Construtora: Engevix

ESTÁDIO BEIRA-RIO

PORTO ALEGRE

O estádio gaúcho receberá cinco partidas, quatro pela fase de grupos e uma das oitavas de final. A primeira está agendada para o dia 15 de junho, entre representantes do grupo E. As outras quatro partidas ocorrerão no dia 18, 22, 25 e 30 de junho.

Inauguração: dezembro de 2013

Investimento: R$ 330 milhões

Capacidade: 61 mil pessoas

Construtora: Andrade Gutierrez

ESTÁDIO NACIONAL

BRASÍLIA

Além de sediar jogos importantes na Copa de 2014, a capital brasileira dará o apito inicial para a Copa das Confederações no dia 15 de junho, com presença da Seleção Brasileira contra o Japão.

Inauguração: abril de 2013

Investimento: R$ 1,015 bilhão

Capacidade: 72 mil pessoas

Construtora: Andrade Gutierrez

ARENA CORINTHIANS

SÃO PAULO

O estádio receberá a abertura da Copa do Mundo em 2014. Ao todo, serão quatro jogos na primeira fase, uma nas oitavas de final, uma nas quartas de final e mais a disputa do 3° e 4° lugar.

Inauguração: dezembro de 2013

Investimento: R$ 820 milhões

Capacidade 65 mil pessoas

Construtora: Odebrecht

MARACANÃ

RIO DE JANEIRO

Mais famoso do Brasil, o estádio sediará as duas partidas mais importantes em 2013 e 2014: a partida final da Copa das Confederações, no dia 30 de junho, e o jogo decisivo da Copa do Mundo.

Inauguração: maio de 2013

Investimento: R$ 932 milhões

Capacidade: 79 mil pessoas

Construtora: Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta

MINEIRÃO

BELO HORIZONTE

A capital mineira receberá três jogos da Copa das Confederações 2013. O primeiro jogo está agendado para o dia 17 de junho, entre Taiti e Nigéria. No ano seguinte, sediará seis jogos da Copa do Munda da FIFA.

Inauguração: dezembro de 2012

Investimento: 666,3 milhões

Capacidade: 65 mil pessoas

Construtoras: Consórcio Construcap – Egesa e HAP

ARENA FONTE NOVA

SALVADOR

O estádio terá três partidas da Copa das Confederações nos dias 20, 22 e 30 de junho. Ao longo da primeira fase da Copa do Mundo, em 2014, também sediará quatro partidas, incluindo a partida eliminatória das oitavas de final e uma das quartas de final.

Inauguração: abril de 2013

Investimento: R$ 1,485 bilhão

Capacidade: 55 mil pessoas

Construtora: Odebrecht e OAS

ARENA PERNAMBUCO

RECIFE

Os campeões mundiais Espanha e Itália estarão em campo na arena pernambucana, que receberá quatro jogos, sendo três da fase de grupos e um da rodada decisiva da fase inicial.

Inauguração: maio de 2013

Investimento total: R$ 500,2 milhões

Capacidade: 46 mil pessoas

Construtora: Odebrecht

ARENA DAS DUNAS

NATAL

A arena potiguar será palco de quatro partidas na Copa do Mundo de 2014, todas válidas pela primeira fase do torneio. O quarto jogo é o que promete atrair mais atenção, quando estará em campo o cabeça-de-chave D1, disputando a última rodada do grupo.

Inauguração: dezembro de 2013

Investimento: R$ 417 milhões

Capacidade: 43 mil pessoas

Construtora: OAS

ARENA CASTELÃO

FORTALEZA

Em 2013, três jogos da Copa das Confederações serão disputados na arena cearense. A Seleção Brasileira também está na rota do local para as partidas da Copa do Mundo e deve participar de uma partida no dia 4 de julho, caso obtenha a liderança na 1ª fase.

Inauguração: dezembro de 2012

Investimento: R$ 518,6 milhões

Capacidade: 64 mil pessoas

Construtora: Consórcio Castelão - Galvão Engenharia e Andrade Mendonça Construtora

 

 

 

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