Operações globais de remediação ambiental movimentam valores estimados em 1,5 bilhão de reais
Nos últimos anos, o crescimento do mercado de remediação ambiental no Brasil vem se tornando um ponto positivo em termos de preservação da natureza e da saúde pública. Isso porque retrata uma maior conscientização sobre a importância do gerenciamento de áreas contaminadas, por exemplo, a fim de recuperar esses locais e reduzir os riscos a níveis mais toleráveis. Anualmente, esse setor movimenta valores estimados em 1,5 bilhão de reais, por meio da atuação de empresas especializadas em consultoria técnica na área.
Segundo Ulysses Mourão, gestor executivo da Geoklock, o setor industrial é quem mais demanda atividades nesta área, por meio de investigação e remediação de passivos de áreas fabris em operação ou desativadas. Já o m
Operações globais de remediação ambiental movimentam valores estimados em 1,5 bilhão de reais
Nos últimos anos, o crescimento do mercado de remediação ambiental no Brasil vem se tornando um ponto positivo em termos de preservação da natureza e da saúde pública. Isso porque retrata uma maior conscientização sobre a importância do gerenciamento de áreas contaminadas, por exemplo, a fim de recuperar esses locais e reduzir os riscos a níveis mais toleráveis. Anualmente, esse setor movimenta valores estimados em 1,5 bilhão de reais, por meio da atuação de empresas especializadas em consultoria técnica na área.
Segundo Ulysses Mourão, gestor executivo da Geoklock, o setor industrial é quem mais demanda atividades nesta área, por meio de investigação e remediação de passivos de áreas fabris em operação ou desativadas. Já o mercado de postos de combustíveis movimenta os serviços em outra escala, tanto em investimento como em técnica. “Nos próximos anos, o Real Estate também deve impulsionar nosso setor, estimulado por melhorias no cenário econômico”, avalia Mourão. “E, atualmente, as áreas denominadas Brownfields devem ser consideradas como importantes alternativas para o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, devido à escassez e alto custo de Greenfields em cidades como São Paulo.”
MERCADO
Apesar dessa evolução, o mercado brasileiro ainda tem muito potencial para se desenvolver. Um estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) mostra que em 2017 a receita global de remediação foi de cerca de 37 bilhões de dólares, com os Estados Unidos – precursores em relação à legislação neste setor – representando 34% desse total, seguidos pela Europa Ocidental (24%) e Japão (13%). A América Latina, por sua vez, contribuiu com apenas 3% desse montante. “Naturalmente, estes países estão mais adiantados em termos de tecnologias, porém no Brasil também temos muitos projetos em que usamos tecnologias trazidas de lá com sucesso”, avalia Marina Brito, gerente comercial da Servmar.
Mourão acrescenta que as reformas na legislação ambiental e a elaboração de novas diretrizes técnicas por parte dos órgãos reguladores também podem contribuir para a expansão do segmento. “Nas últimas décadas, houve evolução significativa na base de conhecimento técnico por parte das empresas consultoras de maior porte e dos órgãos ambientais de controle, principalmente em São Paulo, impulsionada por maior proximidade com as áreas técnicas e desenvolvedores de tecnologias de países desenvolvidos”, diz.
No Brasil, os tratamentos ainda são realizados majoritariamente por meio de tecnologias importadas
No Brasil, as técnicas mais usuais são as mecânicas, com tratamento ex-situ, que apresentam baixa efetividade e estendem-se por longos anos. “Porém, seguindo o modelo americano e para atender as exigências de alguns órgãos ambientais, vemos um crescimento exponencial para as técnicas de remediação in-situ, como biológicas e processos químicos avançados”, esclarece Flávia Oliveira, responsável comercial da Oxi Ambiental.
PROJETOS
A Geoklock, por exemplo, tem utilizado tecnologias como ISCO, SVE, extração multifásica, Biorremediação e Sistema de Dessorção Térmica, cujos resultados técnicos atendem integralmente às metas de remediação estabelecidas.
“Em alguns casos, a combinação de técnicas de remediação se faz necessária para atendimento à complexidade dos passivos ambientais identificados”, complementa Mourão.
No caso da Servmar, a empresa aplica técnicas de remediação consagradas no mercado mundial, desde bombeamento e tratamento até remediação termal (ERH), passando por biorremediação, barreiras hidráulicas e reativas e oxidações químicas. “A combinação de técnicas de remediação depende do modelo conceitual da área a ser recuperada”, pontua Marina Brito.
Já a Arcadis tem utilizado diversas técnicas conjugadas e abordagens diferenciadas junto aos órgãos ambientais para buscar a rápida adequação e manutenção de concentrações abaixo das metas de remediação. “Destaco o uso de remediação termal conjugada com biorremediação, aplicada com sucesso no encerramento em menos de dois anos de área contaminada com solventes clorados, que já possuía mais de 12 anos de trabalhos desenvolvidos sem a devida conclusão, ou a aplicação de técnicas inovadoras, como a aplicação de remediação termal com aquecimento solar (Thermal In-Situ Remediation) e a recirculação dinâmica de água subterrânea (Dynamic Groundwater Recirculation)”, conta Rodrigo Santini, diretor executivo de meio ambiente da Arcadis Brasil.
ESTÍMULO
Mesmo com o alto nível e a capacidade técnica das empresas nacionais, é consenso que o Brasil precisa incentivar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. “Grande parte dos tratamentos ainda é realizada por meio de tecnologias importadas, inviabilizando grande parte dos projetos de remediação por conta do alto investimento exigido do cliente”, afirma Flávia Oliveira.
Para Mourão, o país ainda está distante de ser considerado um mercado maduro no tema. “O mercado brasileiro de remediação necessita urgentemente de soluções inovadoras, que permitam a compatibilidade técnica e econômica no equacionamento dos casos ambientais, principalmente no setor industrial, que foi fortemente afetado pelo cenário econômico de baixo crescimento nos últimos anos”, ressalta.
Por fim, Flávia Oliveira afirma que gostaria de ver mais parcerias entre universidades, consultorias e indústrias na elaboração de projetos na área. “Este é o melhor caminho para o desenvolvimento de novas tecnologias”, conclui.
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