P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.153 - Dez/Jan 2012
Voltar
Itaquerão

Obras avançam no estádio de abertura da Copa

Superada a fase de polêmicas, a construção da futura arena do Corinthians, em São Paulo, avança para sediar o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014

Quando a bola começar a rolar pela Copa do Mundo de 2014, dentro de um ano e meio, todo o planeta estará com as atenções voltadas para uma arena esportiva que, neste momento, resume-se a um canteiro de obras onde os trabalhos transcorrem em ritmo frenético. Conhecido como Itaquerão, o estádio escolhido para sediar a abertura de um dos principais eventos esportivos do mundo, em São Paulo, superou a fase de polêmicas (veja quadro na página 26) e começa a ganhar forma, com o avanço das obras de fundação e a execução da sua parte estrutural.

Localizado junto à estação Itaquera do Metrô, no extremo leste da capital paulista, o estádio vai ocupar um terreno de 198 mil m2. O projeto arquitetônico, desenvolvido pelo escritório CDC (Coutinho, Diegues e Cordeiro), contempla uma arena composta por quatro edifícios, em cada lado do campo de futebol, que totalizarão 189 mil m2 de área construída e vão abrigar bares, restaurantes, lojas, sanitários, estacionamento coberto, auditório e outras funcionalidades.

Como as duas maiores edificações da arena, denominadas de prédios oeste e Leste, sã


Quando a bola começar a rolar pela Copa do Mundo de 2014, dentro de um ano e meio, todo o planeta estará com as atenções voltadas para uma arena esportiva que, neste momento, resume-se a um canteiro de obras onde os trabalhos transcorrem em ritmo frenético. Conhecido como Itaquerão, o estádio escolhido para sediar a abertura de um dos principais eventos esportivos do mundo, em São Paulo, superou a fase de polêmicas (veja quadro na página 26) e começa a ganhar forma, com o avanço das obras de fundação e a execução da sua parte estrutural.

Localizado junto à estação Itaquera do Metrô, no extremo leste da capital paulista, o estádio vai ocupar um terreno de 198 mil m2. O projeto arquitetônico, desenvolvido pelo escritório CDC (Coutinho, Diegues e Cordeiro), contempla uma arena composta por quatro edifícios, em cada lado do campo de futebol, que totalizarão 189 mil m2 de área construída e vão abrigar bares, restaurantes, lojas, sanitários, estacionamento coberto, auditório e outras funcionalidades.

Como as duas maiores edificações da arena, denominadas de prédios oeste e Leste, são as que abrigarão praticamente todas essas instalações de apoio sob as arquibancadas elas concentram o maior volume de estruturas, como fundações, pilares e lajes. Por esse motivo sua construção vem sendo priorizada no cronograma da obra. “Ao todo, o projeto contempla grande volume de fundações profundas, totalizando cerca de 3.100 estacas, entre escavadas, cravadas e as estacas raiz”, explica Felipe Ferreira, engenheiro de produção da Odebrecht, contratada para a execução da obra.

Ritmo acelerado

Durante a visita da M&T ao empreendimento, em meados de dezembro, a obra contava com mais de 2.100 estacas executadas, em profundidades médias de 13 m, totalizando cerca de 20% de avanço físico. Mas um mês após essa data, a construtora já contabilizava a execução de 90% das fundações (mais de 2.700 estacas) e um avanço físico da ordem de 25% na totalidade do projeto. Nesse período, o número de operários no canteiro também aumentou de 700 para 1.000, devendo chegar ao total de 2.000 funcionários no pico da obra, ainda este ano.

A partir de janeiro, por exemplo, o projeto começou a contar com um segundo turno de trabalho, das 15h00 às 23h20, que se somou à equipe que já trabalha das 7h30 às 18h00. “No pico das obras, vamos contar com três turnos”, completa Ferreira. Ao todo, o projeto soma 900 mil m³ de terraplenagem, uma etapa já praticamente concluída.

Com a conclusão das fundações, a construtora começa a realizar a montagem das estruturas, que serão executadas em pré-moldados de concreto em 90% dos casos. Para isso, a construtora começou a produzir antecipadamente essas peças, estocando-as no canteiro. O fornecimento de metade desses pré-fabricados de concreto, entretanto, ficará por conta de terceiros, já que o canteiro não comportaria uma estrutura para sua produção nos volumes e prazos estabelecidos. Ao todo, o projeto contempla o consumo de 11.682 lajes, 3.274 vigas, 1.937 degraus e 594 pilares, entre outras peças pré-moldadas.

Frota mobilizada

Apesar da visibilidade do empreendimento, em se tratando da arena que vai sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014, a obra não exige recursos de grande monta, como nos grandes projetos de infraestrutura. A frota de equipamentos mobilizados no canteiro, por exemplo, totaliza cerca de 75 unidades, entre bate-estacas, escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras, rolos compactadores, compressores de ar e veículos de apoio. “Ao todo, contamos com 100 caminhões para o transporte de materiais e, quando as atividades de montagem avançarem, vamos operar com cinco gruas e 10 guindastes móveis”, afirma Ferreira.

Ele destaca que, como a maior parte do parque de equipamentos da construtora já está mobilizada em grandes projetos de infraestrutura, como hidrelétricas, rodovias e outros, optou-se pela locação na maior parte da frota em utilização na obra. “Dos equipamentos utilizados, os nossos são apenas cinco gruas, uma bomba de concreto e dois caminhões guindauto, sendo que todo o restante é fornecido por terceiros”, diz Ferreira. Ele ressalta que, pelo fato de a obra ser localizada na cidade de São Paulo, é possível lançar mão desse recurso diante da oferta de locação a custos competitivos e com qualidade de atendimento.

Na lista de terceirizados se incluem os equipamentos de terraplenagem fornecidos pela Engeterra, bem como as perfuratrizes e bate-estacas da Roca Fundações, que foi contratada para a execução das bases da obra. Devido à logística de suprimento, uma boa parte do concreto moldado in loco também é fornecido por concreteiras, enquanto o suprimento externo de pré-moldados ficará por conta da CPI.

Acabamento e sustentabilidade

Outro diferencial do empreendimento é o foco na sustentabilidade. “O projeto contempla diversos quesitos nessa área, como a eficiência energética e térmica, bem como a reutilização de águas pluviais para a lavagem de banheiro e até mesmo a irrigação do gramado”, explica Ferreira. Segundo ele, a obra foi planejada para atender os padrões da norma ISO 14.001, certificação à qual será submetida em breve.

O engenheiro ressalta que o acabamento também será um ponto alto do empreendimento, contemplando a utilização de materiais nobres. Nessa área, o destaque fica para a fachada do prédio Oeste, que dará acesso à arena. Ela será toda em pele de vidro, totalizando uma área de 6.150 m², cujas esquadrias ficarão apoiadas à estrutura de fechamento por meio de insertos metálicos. O estádio contará ainda com cobertura metálica apoiada sobre estruturas espaciais.

O alto nível de acabamento também poderá ser observado pela qualidade dos assentos, que deverão atender aos padrões da FIFA para eventos esportivos internacionais. Nesse ponto, vale ressaltar que o projeto da arena contempla 48 mil assentos, dos quais 800 serão cobertos. Como a entidade que regula o futebol internacional exige um mínimo de 65 mil assentos para estádios que sediam a abertura de uma Copa do Mundo, ele contará com 20 mil assentos provisórios, que serão retirados após a realização do evento.

logística de suprimento

Apesar da construção do estádio do Corinthians ser em uma região densamente povoada, cercada por habitações, por linhas de trem e Metrô e por avenidas com tráfego intenso, o projeto não padece de grandes problemas de logística. Segundo Felipe Ferreira, engenheiro de produção da Odebrecht, os acessos ao canteiro não são complicados, o que facilita o suprimento da obra.

Para evitar impacto no trânsito da avenida Radial Leste, um dos principais corredores viários de São Paulo, a saída e chegada de materiais ao canteiro é feito por vias ao Sul do terreno, o que transforma a rodovia dos Trabalhadores em principal acesso à obra. Esse planejamento é fundamental diante do volume de materiais gerados pela terraplenagem, bem como pela quantidade de caminhões betoneira e de pré-moldados que deverão chegar ao canteiro ao longo de todo o projeto.

 

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E

Mais matérias sobre esse tema