Num país que tem o futebol como paixão nacional, a definição do estádio de abertura da Copa do Mundo não poderia escapar de polêmicas, principalmente se esta arena fica localizada na maior metrópole desse país, que abriga grandes clubes que almejavam o mesmo objetivo. A definição pelo futuro estádio do Corinthians foi o primeiro passo em direção às discórdias, quando a FIFA excluiu o estádio do Morumbi, pertencente a outro clube de futebol paulistano, porque seu projeto de modernização não cumpria o caderno de encargos da entidade.
Descartado o maior estádio da cidade das honrarias de sediar a partida inaugural da Copa, a construção da nova arena precisava iniciar rapidamente, mesmo com o fato de a cidade ainda sequer ter sido eleita, até aquele momento, para receber a primeira partida da Copa. A viabilização da obra, orçada em R$ 820 milhões, instaurou outro ponto de polêmica, ao se apoiar em uma lei de incentivos fiscais, editada em julho último pelo prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo.
Por essa lei, o empreendimento pode ter acesso a R$ 420 milhões em incentivos, incluin
Num país que tem o futebol como paixão nacional, a definição do estádio de abertura da Copa do Mundo não poderia escapar de polêmicas, principalmente se esta arena fica localizada na maior metrópole desse país, que abriga grandes clubes que almejavam o mesmo objetivo. A definição pelo futuro estádio do Corinthians foi o primeiro passo em direção às discórdias, quando a FIFA excluiu o estádio do Morumbi, pertencente a outro clube de futebol paulistano, porque seu projeto de modernização não cumpria o caderno de encargos da entidade.
Descartado o maior estádio da cidade das honrarias de sediar a partida inaugural da Copa, a construção da nova arena precisava iniciar rapidamente, mesmo com o fato de a cidade ainda sequer ter sido eleita, até aquele momento, para receber a primeira partida da Copa. A viabilização da obra, orçada em R$ 820 milhões, instaurou outro ponto de polêmica, ao se apoiar em uma lei de incentivos fiscais, editada em julho último pelo prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo.
Por essa lei, o empreendimento pode ter acesso a R$ 420 milhões em incentivos, incluindo a isenção fiscal na aquisição de suprimentos, por conta do estímulo econômico que trará à região, uma das mais carentes da cidade, diga-se de passagem – ao abrigar um estádio de futebol dessas dimensões. Os opositores do projeto vislumbram nessa iniciativa um sinal de dirigismo em favor do Corinthians, que sequer tinha um estádio de futebol, para sediar a abertura da Copa de 2014.
Os defensores do projeto, por sua vez, destacam o papel da nova arena no desenvolvimento econômico da região. Pelos cálculos da prefeitura de São Paulo, ao sediar o jogo inaugural de um dos maiores eventos esportivos do mundo, a cidade deverá movimentar R$ 1,5 bilhão em turismo, o que excede em mais de três vezes o valor concedido na forma de isenção fiscal.
O fato é que, para um país que se comprometeu a não aplicar dinheiro público em obras de estádio para a Copa – que deveria se restringir apenas a obras de acessibilidade e outros benefícios que ficariam como legado à sociedade após o evento – o equacionamento do projeto da arena do Corinthians desperta muita polêmica. Os 20 mil assentos provisórios, por exemplo, que serão instalados para que o projeto se enquadre ao caderno de encargos da FIFA – mínimo de 65 mil cadeiras para estádios de abertura da Copa, terão seu custo arcado pelo governo do estado. Tudo para que a cidade não perdesse a honraria de sediar tão importante partida de futebol.
A obra contará ainda com R$ 400 milhões em financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas o Corinthians já informou que seu custo será pago com direitos de imagem. Isto significa que a remuneração da construtora será baseada na exploração do nome da arena, uma estratégia já utilizada por outros projetos de estádios de futebol.
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