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Revista M&T - Ed.134 - Abril 2010
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Complexo de Suape

Obra da refinaria avança a passos largos

Com a conclusão da terraplenagem, a construção da Refinaria Abreu e Lima prossegue em 15 contratos para a instalação das inúmeras unidades de infraestrutura e de processamento de petróleo

Com um custo estimado em R$ 13 bilhões, a Refinaria Abreu e Lima está sendo implantada no Complexo Industrial de Suape (PE) por meio de uma parceria entre a Petrobras e a empresa de petróleo venezuelana PDVSA. Para instalar a segunda maior refinaria do País, com capacidade para o processamento de 230 mil barris de petróleo por dia, o projeto contemplou a assinatura de 15 contratos com consórcios construtores.

Além da terraplenagem, em fase de conclusão, sua implantação envolve um intrincado conjunto de obras para a montagem das diversas instalações da refinaria, a instalação de infraestrutura elétrica e de telecomunicações e a construção de uma tubovia no interior da usina. “No pico das obras de terraplenagem, mobilizamos cerca de 740 equipamentos entre escavadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras e caminhões rodoviários”, diz Hosanah Vieira dos Santos, gerente setorial para a construção e montagem da infraestrutura da refinaria Abreu e Lima.

As máquinas trabalharam em uma área total de 650 hectares, caracterizada por grandes mudanças topográfica


Com um custo estimado em R$ 13 bilhões, a Refinaria Abreu e Lima está sendo implantada no Complexo Industrial de Suape (PE) por meio de uma parceria entre a Petrobras e a empresa de petróleo venezuelana PDVSA. Para instalar a segunda maior refinaria do País, com capacidade para o processamento de 230 mil barris de petróleo por dia, o projeto contemplou a assinatura de 15 contratos com consórcios construtores.

Além da terraplenagem, em fase de conclusão, sua implantação envolve um intrincado conjunto de obras para a montagem das diversas instalações da refinaria, a instalação de infraestrutura elétrica e de telecomunicações e a construção de uma tubovia no interior da usina. “No pico das obras de terraplenagem, mobilizamos cerca de 740 equipamentos entre escavadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras e caminhões rodoviários”, diz Hosanah Vieira dos Santos, gerente setorial para a construção e montagem da infraestrutura da refinaria Abreu e Lima.

As máquinas trabalharam em uma área total de 650 hectares, caracterizada por grandes mudanças topográficas. “Havia trechos de 50 m e outros de 5 m de elevação em relação ao nível do mar, o que exigiu uma configuração diferenciada do terreno, proporcionando pouco espaço para as manobras dos equipamentos”, diz Hosanah.

As condições de relevo foram determinantes para a escolha dos caminhões basculantes usados na movimentação de terra, todos do tipo 6x4, equipados com caçamba de 12 a 20 m³ de capacidade. “Não pudemos optar por caminhões rodoviários maiores e nem mesmo pelos modelos articulados, pois em várias frentes de trabalho não havia espaço suficiente para a manobra de veículos desse porte”, conta o especialista.

Ao todo, os caminhões rodoviários transportaram 23,5 milhões de m³ de materiais, volume suficiente para cobrir 2,5 mil campos de futebol com uma camada de terra de 1 m de espessura. Parte desse material – 19,5 milhões de m3 – foi utilizada no alteamento do terreno natural, já que a região se caracteriza pela presença de solo mole (com baixa capacidade de suporte), a profundidades de até 9 m.

Aterro em solo mole
Tal realidade exigiu a realização de aterros compactados sobre o local, com intenso acompanhamento dos técnicos. “Não era possível remover o solo mole porque não havia bota-foras suficientes para depositarmos todo esse material”, complementa o especialista.

Por esse motivo, optou-se pelo aterro da área com camadas de aproximadamente 2 m de espessura. Após a compactação, técnicos acompanhavam a movimentação desse material três vezes por semana e, geralmente, ao final de 60 dias a área já estava adensada e liberada para receber nova camada de aterro. Segundo Hosanah, esse procedimento se repetiu até que o solo alcançasse a cota especificada no projeto da refinaria.

Ele explica que a terraplenagem, realizada entre setembro de 2007 e maio deste ano, foi dimensionada para dotar o terreno de condições para suporte das edificações e demais instalações previstas na refinaria. Entre elas estão o prédio administrativo e a subestação de energia elétrica, com capacidade para 20 MW. “Ainda teremos a construção de 10 pontilhões com 10,5 m de largura cada um, destinados à travessia de tubovias.”

Segundo o especialista, essa etapa da obra inclui a pavimentação das principais vias internas de acesso, totalizando uma área de 18 mil m². As vias pavimentadas contarão com canaletas de drenagem em concreto pré-moldado, instaladas a profundidades que variam de 50 cm a 3,40 m, com larguras entre 50 cm e 2 m. “Essa variação leva em conta o volume de água que escoa em cada trecho”, explica Hosanah.

As obras de terraplenagem ainda previram outras necessidades de infraestrutura da refinaria, como um canal de 1,5 km de extensão e um reservatório com 126 mil m2 de área. Esse reservatório, destinado ao armazenamento de águas pluviais, servirá como manancial hídrico de reforço ao sistema de abastecimento de água da refinaria.

Obra da tubovia
Um dos grandes diferenciais da obra será a estrutura empregada para a distribuição de materiais líquidos no interior da refinaria, baseada em uma tubovia responsável pelo transporte desses fluidos entre uma instalação e outra. Ao todo, essa estrutura contará com 12 linhas de dutos com diâmetros entre 8” e 46”. “Ela soma 85 km de dutos, apesar de ter uma extensão de apenas 7 km”, diz Flávio Alexandre Silva, gerente setorial de construção e montagem de obras extramuros na Refinaria Abreu e Lima.

A extensão total apontada pelo especialista é produto da quantidade de linhas – 12, ao todo – pelo comprimento delas – 7 km cada uma. “Um dos principais desafios na sua execução será instalar todos os dutos numa mesma vala”, pondera Silva. Para isso, o projeto contempla a abertura de valas com 1,5 m de profundidade e 50 m de largura, com o emprego de escavadeiras hidráulicas. Apesar de as tubulações ocuparem uma largura de 35 m, os 15 m restantes serão reservados à faixa de serviço.

Após a preparação do terreno, os dutos serão desfilados ao longo da vala e lançados por side-booms ou guindastes de 60 t. “Como o projeto prevê a instalação de 12 linhas, pretendemos montar duas ou mais delas de cada vez, dependendo da espessura dos tubos”, afirma Silva.

A soldagem seguirá o mesmo princípio, com a execução de até três linhas simultaneamente, desde que todas sejam compostas por tubulações de menor espessura (8 polegadas). “Com isso, podemos otimizar a mobilização de equipamentos”, reforça Silva. Segundo ele, os dutos serão revestidos com tripla camada de polietileno e com proteção catódica. Nas áreas com grande incidência de lençóis freáticos, eles ainda receberão revestimento em cimento, para proteção contra flutuações e consequentes problemas mecânicos.

Segundo a expectativa dos especialistas, no pico das obras o projeto deverá mobilizar mais de duas centenas de guindastes – muitos deles de grande porte, com capacidade acima de 200 t – para a montagem das instalações. Nessa etapa, quando a usina estiver instalando suas inúmeras unidades de refino, a quantidade de equipamentos de movimentação de cargas utilizada deverá superar até mesmo o que foi empregado na construção do Estaleiro Atlântico Sul.

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