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Revista M&T - Ed.49 - Out/Nov 1998
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Financiamento

O que propõe o gerente do banco

As opções disponíveis do mercado, depois da crise que balançou as bolsas e da redução dos recursos da Finame
Por Wilson Bigarelli

Turbulência na Asia, caos na Rússia, queda nas bolsas brasileiras. A única certeza é que o mercado ficou desnorteado, na acepção da palavra. Mas, a vida continua e, nesse caso, como ficam os financiamentos, de equipamentos em particular. Ou,para ser mais exato, em que condições podem ser encontrados, depois do vendaval, o leasing puro (o financeiro), o Finame Leasing e o Finame propriamente dito? Eos bancos? O que propõem os bancos?.
Bem, tudo continua, mais ou menos, como estava, com juros mais salgados. A mudança mais significativa talvez tenha sido a redução do limite de financiamento, via Finame, do BNDES, de 100% para 60%. Uma diferença que os bancos particulares e aqueles outros ligados a fabricantes estão empenhados em cobrir, pqo Citibank, com uma área dc atendimento - Asset Based Finance (ABF) " especializada no segmento de construção e mineração (que mantém acordos operacionais com fabricantes como a Volvo Equipamentos), a palavra de ordem é viabilizar o crédito ao cliente e conquistar um mercado com baixo nível de inadimplência e que só tem a crescer diante das carências do país em infra-estrutura.
Fernando Pinho, gerente dos programas de financiamento do Citi nesse segmento, diz que “o finame ultima-mente tomou muito espaço . Uma opção diferenciada no mercado, segundo ele, mesmo em sua forma tradicional (taxa de juros do BNDES de 2,5% ao ano, mais a taxa de juros do agente financeiro e a variação pela TJLP — Taxa de Juros a Longo Prazo, cerca de 10 a 13% ao ano) com finan-ciamento de até 5 anos e possibilidade de carência de 12 meses.
“Essa operação alcançou um volume bastante expressivo, do mercado como um todo, porque é interessante em termos de taxa de juros, com um indexador que varia de acordo com a inflação, como se fosse uma TR ou algo do tipo”.
A debandada em relação ao Finame não ocorreu exatamente agora, diz ele, mas há cerca de um ano, no primeiro semestre de 1997, quando o BNDES


Por Wilson Bigarelli

Turbulência na Asia, caos na Rússia, queda nas bolsas brasileiras. A única certeza é que o mercado ficou desnorteado, na acepção da palavra. Mas, a vida continua e, nesse caso, como ficam os financiamentos, de equipamentos em particular. Ou,para ser mais exato, em que condições podem ser encontrados, depois do vendaval, o leasing puro (o financeiro), o Finame Leasing e o Finame propriamente dito? Eos bancos? O que propõem os bancos?.
Bem, tudo continua, mais ou menos, como estava, com juros mais salgados. A mudança mais significativa talvez tenha sido a redução do limite de financiamento, via Finame, do BNDES, de 100% para 60%. Uma diferença que os bancos particulares e aqueles outros ligados a fabricantes estão empenhados em cobrir, pqo Citibank, com uma área dc atendimento - Asset Based Finance (ABF) " especializada no segmento de construção e mineração (que mantém acordos operacionais com fabricantes como a Volvo Equipamentos), a palavra de ordem é viabilizar o crédito ao cliente e conquistar um mercado com baixo nível de inadimplência e que só tem a crescer diante das carências do país em infra-estrutura.
Fernando Pinho, gerente dos programas de financiamento do Citi nesse segmento, diz que “o finame ultima-mente tomou muito espaço . Uma opção diferenciada no mercado, segundo ele, mesmo em sua forma tradicional (taxa de juros do BNDES de 2,5% ao ano, mais a taxa de juros do agente financeiro e a variação pela TJLP — Taxa de Juros a Longo Prazo, cerca de 10 a 13% ao ano) com finan-ciamento de até 5 anos e possibilidade de carência de 12 meses.
“Essa operação alcançou um volume bastante expressivo, do mercado como um todo, porque é interessante em termos de taxa de juros, com um indexador que varia de acordo com a inflação, como se fosse uma TR ou algo do tipo”.
A debandada em relação ao Finame não ocorreu exatamente agora, diz ele, mas há cerca de um ano, no primeiro semestre de 1997, quando o BNDES “virou a chave”, passando a participar com 100% do financiamento e passou a permitir operações com carência de até um ano. “E uma tendência que temos observado, e que vem se acentuando de março para cá, mesmo em mercados como-os de São Paulo e Rio de Janeiro extremamente fortes em operações de leasing”.
E por isso, diz ele que, agora, quando o BNDES anuncia uma redução de 100 para 60% em regiões que não contam com incentivos fiscais especiais em sua participação nos produtos Finame (Circular 10/98, divulgada no dia 22 de setembro), os bancos estão trabalhando para entrar com a parcela restante do financiamento.
Ele reconhece que existem algumas dificuldades, já que a legislação brasileira não permite, com exceção dos financiamentos do BNDES, empréstimos indexados à TJLP. “O que nós e o mercado já estamos começando a fazer é dar outro tipo de linha tendo como correção outro indexador. Não há grande dificuldade, mesmo porque, na maior parte dos nossos financiamentos, os clientes já dão alguma entrada, normalmente 10 ou 20%.”
Uma das possibilidades, segundo ele, é oferecer aos clientes um empréstimo baseado na resolução 63 (recursos captados no exterior, que podem ser aplicados no Brasil) baseado em variação cambial. São taxas de mercado, já que cada banco tem o seu nível de taxa, que em média variam atualmente de 15 a 25% ao ano. “Essa é uma solução inicial, mas o mercado deve se acomodar e certamente surgirão novas alternativas”,
Fernando Pinho ressalta que o leasing continua disponível e que pode ser vantajoso em determinadas condições. Diferente do empréstimo em reais, da 63 ou de uma operação de FINAME. o leasing é uma operação de arrendamento mercantil, que funciona como se fosse uma locação (podendo ser jogado no balanço da empresa como despesa operacional), dando ao usuário a opção de ficar ou não com o bem no final do contrato.

Na verdade, no leasing financeiro, os contratos são amarrados de tal forma que o cliente acaba ficando com o bem. Não podendo também abrir mão do equipamento antes de 24 meses. O máximo que ele pode fazer é transferi- lo para outro financiado.
Uma modalidade mais flexível de leasing, reconhece Fernando Pinho, seria o chamado leasing operacional, que ainda não está disponível no mercado. O leasing operacional é como se fosse, por exemplo, a locação de carros que se faz fora do Brasil. Ele não tem prazos mínimo ou máximo. Então, funciona efetivamente como uma locação. No final, o cliente tem a opção de comprar o bem ou não, pelo valor de mercado. A vantagem principal é que o cliente não precisa ficar com o bem por dois anos, como no leasing financeiro. ’Oleasing operacional, na verdade, é uma locação com opção de compra. Mas não há hoje no mercado nenhuma instituição financeira que já tenha começado a fazer leasing operacional”, explica Fernando Pinho . O que o mercado — e o próprio Citibank — oferecem é uma outra modalidade de leasing, o internacional, que pode ser feito canto para aquisição de um bem doméstico quanto para bem importado. O leasing internacional tem uma legislação própria, sendo necessária uma autorização do Banco Central para fazer a operação. Outra diferença, em relação ao leasing financeiro, é que localização do agente financeiro, dentro ou fora do Brasil. Na operação de leasing internacional, é a empresa de leasing lá fora, que compra o equipamento e arrenda para um cliente aqui no Brasil, E uma operação com prazos mais longos e mais competitivos do que o das empresas no Brasil. Normalmente, as empresas proocuram as operações de leasing internacional quando querem um custo mais competitivo, quando fazem investimentos mais vultuosos e procuram prazos mais longos e preços menores.
Há, no entanto, alguns inconvenientes.
No Citibank, por exemplo, o valor mínimo para operações de leasing financeiro internacional é de USS 1 milhão. Além disso, há necessidade de um contrato em inglês, uma opinião legal tanto do advogado de quem vende o equipamento, como do advogado de quem compra, e aprovação do Banco Central, já que envolve entrada e saída de dólares.
O Citibank também tem algumas parcerias com fabricantes. Com a Caterpillar mantém um programa desde 1995. E um programa regional que está em toda a América Latina, cuja regência é feita pelo Citibank em Miami. Mais recentemente, o banco também estabeleceu programas “de vendor” com outros fabricantes, como a Volvo Equipamentos.
“Na verdade, não só no Brasil, mas na América Latina como um todo, o setor de construção e mineração é um setor de enfoque do Citibank, onde o banco vem se especializando e está trabalhando para ter linhas competitivas".

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