P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.256 - Agosto 2021
Voltar
Escavadeiras

O fim do retrabalho

Encabeçando a lista dos equipamentos pesados para construção mais vendidos no Brasil em 2021, as escavadeiras hidráulicas vêm ganhando novos recursos que aprimoram a operação em campo
Por Santelmo Camilo

As escavadeiras são os equipamentos mais utilizados em obras de construção pesada, demolição, terraplenagem e mineração. A versatilidade operacional, aliada à possibilidade de ser implementada com diferentes ferramentas, contribui decisivamente para um vasto portfólio de aplicação dessa máquina.

Evidentemente, essa efetividade tem reflexo nas vendas. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que, de janeiro a abril, foram vendidas 2.955 unidades no mercado interno, em um aumento de 55,6% em relação ao mesmo período do ano passado. E a tendência de alta é confirmada pela indústria. “Estimativas mostram que a cada três equipamentos pesados atualmente vendidos no mundo, um é escavadeira”, comenta Maurício Briones, especialista de aplicação da Caterpillar.

Segundo Marcelo Mota, especialista de marketing de produto da New Holland Construction, a demanda crescente no mercado de commodities, juntamente com os investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos, fazem do uso de escavadeiras uma necessidade cada vez maior. “As projeções da AEM (Association of Equipment Manufacturers) apontam para um aumento de 35% da demanda no Brasil, além de 45% nos demais países da América do Sul”, ele acentua.

Produto Premium com alto valor agregado, as escavadeiras ainda são afetadas por taxas cambiais e outros fatores macroeconômicos, mas isso não tem freado seu avanço. “Em breve, estarão à frente dos demais equipamentos, inclusive das retroescavadeiras”, diz o especialista da New Holland, citando a atual líder do ranking mundial de vendas na Linha Amarela.

No Brasil, as escavadeiras dispultam a liderança de vendas. De acordo com o especialista de produto da Case CE, Trazilbio Neres Filho, a alta no preço das commodities agrícolas e minerais tem impulsionado a demanda. “Não à toa, a maior demanda i


As escavadeiras são os equipamentos mais utilizados em obras de construção pesada, demolição, terraplenagem e mineração. A versatilidade operacional, aliada à possibilidade de ser implementada com diferentes ferramentas, contribui decisivamente para um vasto portfólio de aplicação dessa máquina.

Evidentemente, essa efetividade tem reflexo nas vendas. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que, de janeiro a abril, foram vendidas 2.955 unidades no mercado interno, em um aumento de 55,6% em relação ao mesmo período do ano passado. E a tendência de alta é confirmada pela indústria. “Estimativas mostram que a cada três equipamentos pesados atualmente vendidos no mundo, um é escavadeira”, comenta Maurício Briones, especialista de aplicação da Caterpillar.

Segundo Marcelo Mota, especialista de marketing de produto da New Holland Construction, a demanda crescente no mercado de commodities, juntamente com os investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos, fazem do uso de escavadeiras uma necessidade cada vez maior. “As projeções da AEM (Association of Equipment Manufacturers) apontam para um aumento de 35% da demanda no Brasil, além de 45% nos demais países da América do Sul”, ele acentua.

Produto Premium com alto valor agregado, as escavadeiras ainda são afetadas por taxas cambiais e outros fatores macroeconômicos, mas isso não tem freado seu avanço. “Em breve, estarão à frente dos demais equipamentos, inclusive das retroescavadeiras”, diz o especialista da New Holland, citando a atual líder do ranking mundial de vendas na Linha Amarela.

No Brasil, as escavadeiras dispultam a liderança de vendas. De acordo com o especialista de produto da Case CE, Trazilbio Neres Filho, a alta no preço das commodities agrícolas e minerais tem impulsionado a demanda. “Não à toa, a maior demanda inclui regiões onde a mineração e o setor agrícola são mais proeminentes, como Sudeste, Sul, Centro-Oeste e o estado do Pará, na região Norte”, destaca.

De acordo com Gilson Capato, diretor comercial da Volvo CE, o mercado de escavadeiras aumentou mais de 50% no 1º quadrimestre, superando o de retroescavadeiras, que atingiu 10,2% na mesma base de comparação. “Muitos clientes estão preferindo utilizar escavadeiras em atividades nas quais se mostram mais rápidas que as carregadeiras”, diz ele.

A análise é corroborada por Thomás Spana, gerente de vendas da divisão de construção da John Deere. “Nos últimos 12 meses, as vendas de escavadeiras dispararam para 645 unidades/mês, enquanto as de retroescavadeiras chegaram a 584 unidades/mês”, compara. “E as vendas estão com boa capilaridade em todas as regiões, embora o Centro-Oeste apresente uma curva de crescimento mais vigorosa.”

Isso porque o agronegócio tem puxado a demanda nos últimos dois anos. Enquanto o mercado da construção registrou um crescimento de 117% e market share de 34% para esse equipamento, no setor agrícola o salto foi ainda mais expressivo no período – de 181% –, passando de 12,5% para 17% na participação.

EVOLUÇÃO

E a evolução tecnológica tem sido crucial para esse avanço das escavadeiras. Entre as principais tendências apontadas está o realinhamento em relação a peso, potência e recursos tecnológicos, visando atender a mercados mais exigentes quanto aos custos operacionais. “Os clientes que decidem automatizar suas operações mostram que um maior investimento inicial é revertido rapidamente em ganhos, com a redução de desperdícios e retrabalhos, economia de combustível e mão de obra, além de velocidade na execução das obras”, destaca Briones, da Caterpillar.

Para exemplificar, ele cita números obtidos em operações com escavadeiras da nova geração da marca, que apontam aumento de até 45% de eficiência do operador. “Ou seja, o serviço é realizado com mais rapidez e assertividade, eliminando retrabalhos, correções ou lentidão em operações que requerem precisão”, afirma. “Os tempos de ciclo caíram, assim como o número de incidentes que afetam a produtividade.”

O conforto dentro da cabine também aumenta a disposição do operador, diz ele, assim como a facilidade no uso das tecnologias e recursos. “E tudo isso é revertido em produção”, crava Briones, destacando ainda uma redução de 20% no consumo de combustível, proveniente das inovações estruturais e da tecnologia embarcada na máquina, que reduzem o desperdício de tempo e de motor ligado em marcha lenta, ou seja, sem trabalhar. “O menor índice de retrabalho também favorece a gestão de custos, ao evitar consumo adicional de combustível”, diz ele.

Atualmente, a categoria de escavadeiras responde por um em cada três equipamentos pesados vendidos no mundo

A análise é reforçada por Wellington Mitsuda, gerente de marketing de produto da Komatsu, para quem as novas tecnologias incorporadas às escavadeiras – combinando hidráulica com controle eletrônico – definitivamente proporcionam uma maior produtividade, com menor consumo de energia quando comparadas às gerações anteriores de máquinas. Isso se traduz em um maior volume de material movimentado, com menor gasto de combustível.

“No campo de tecnologias que auxiliam o operador a executar o seu trabalho com mais eficiência, podemos citar o controle semiautomático, que utiliza informações de posicionamento GNSS e as converte em ajustes nos movimentos do equipamento de trabalho, de modo que a escavação ou nivelamento siga o projeto executivo digitalizado, que é baixado no painel e controlador da máquina”, detalha Mitsuda. “Esse tipo de tecnologia proporciona ganhos expressivos na produtividade, sem falar na precisão e segurança da operação.”

Melhorias na velocidade de giro aprimoram a eficiência operacional dos equipamentos

A nova geração de escavadeiras da Série 10M0 mantém a tradição das escavadeiras da marca, entregando desempenho e confiabilidade com redução significativa no consumo de combustível em relação à série antecessora. Dependendo das condições de aplicação e utilização, essa redução pode chegar a 19%.

“Essa revolução tecnológica é proporcionada pela utilização de um sistema hidráulico de maior eficiência, sistema de refrigeração variável e diferentes modos de trabalho, que atendem a diferentes tipos de demandas operacionais”, assegura Mitsuda.

PRODUTIVIDADE

Dentre os feedbacks positivos que a John Deere tem recebido dos clientes, Spana cita a velocidade de giro das escavadeiras. “Constatamos um aumento de eficiência em torno de 20%”, posiciona. “Ou seja, o cliente que estava acostumado a carregar um caminhão em 3 min, passa a carregar em 2,5 min com as novas máquinas, sem mudar nada na operação.”

Combinação de eficiência hidráulica, potência e eletrônica aumenta o equilíbrio do conjunto

Recentemente, a companhia deu mais um passo no desenvolvimento tecnológico de suas escavadeiras ao implementar ajustes que aumentam a estabilidade das esteiras, além de inserir um novo pacote de iluminação adicional para melhorar a visibilidade em ambientes confinados e operações noturnas.

“Todavia, a eficiência de combustível e a automação também têm sido aspectos importantes no avanço das escavadeiras”, ressalta Spana. “O operador pode, por exemplo, ter um controle melhor dos limites de profundidade de escavação e da movimentação da lança, caso a máquina tenha uma barreira eletrônica.”

De acordo com ele, a tecnologia deve ser utilizada prioritariamente como um recurso para manter a disponibilidade do equipamento. “Se um dispositivo emite alerta de pane no motor ou no sistema hidráulico, isso torna possível evitar paradas inesperadas e reduzir custos elevados com manutenção”, frisa Spana, informando ainda que a companhia está com uma nova família de caçambas, com ângulo de ataque e redução de massa (peso) de até 30%, melhorias que – associadas ao modo Eco de potência – “aumentam a eficiência e garantem menor consumo de combustível da escavadeira”.

Busca por maior segurança operacional e economia no consumo está entre as principais tendências globais na demanda

Na Case CE, uma das novidades recentes no portfólio de produtos é a série C de escavadeiras, reunindo modelos que, segundo a fabricante, são referência em tecnologia, produtividade e baixo custo operacional. Com opções de porte entre 13 t e 50 t, os modelos da linha trazem recursos tecnológicos que aliam força de escavação e alto torque de giro, resultando em ciclos mais rápidos de trabalho.

“Os modelos combinam eficiência hidráulica, potência do motor e recursos eletrônicos, que proporcionam equilíbrio ao equipamento ao disponibilizar a força adequada a cada aplicação”, conta Trazilbio Filho. “Isso garante economia quando a tarefa é leve e a entrega de potência quando é necessária.”

Segundo ele, todos os modelos possuem motor com certificação Tier 3/MAR 1, o que garante baixo índice de emissões de gases, atendendo às normas de controle. “O modelo CX220C S2 tem aproximadamente 57% da demanda da marca no mercado nacional”, revela o especialista. “Integrante da faixa de 20 t, essa máquina possui maior versatilidade operacional, atendendo plenamente aos mercados de maior demanda, como construção, agrícola e rental.”

Por sua vez, o supervisor de vendas da Liebherr, Marcio Abirached, observa que a busca por equipamentos mais seguros e econômicos está entre as principais tendências globais na atualidade. “Por isso, as escavadeiras atuais incluem tecnologias que utilizam muita eletrônica embarcada e trazem sistemas de segurança de série, como válvulas de segurança, cabine ROPS/FOPS e guarda-corpo, entre outros”, detalha. “Com relação à economia, os sistemas eletrônicos otimizam o consumo de combustível e lubrificantes com troca prolongada.”

Para ele, a eletrônica na máquina permite o aproveitamento máximo do sistema hidráulico. Isso faz com que as escavadeiras fiquem mais rápidas e reduzam o consumo, um dos principais custos com equipamentos. Como exemplo, Abirached cita a escavadeira R938, da classe de 40 t, com densidade específica de 1,8 t/m³ e caçamba de 2,5 m³.

Sistemas mais intuitivos e inteligentes de automação vêm redesenhando as operações

A produção média dessa máquina é de 395 t/h, com consumo médio de combustível de 22 l/h. “Com a maior caçamba da classe, esse modelo tem alta força de escavação e de arranque, além de bombas hidráulicas independentes, aumentando assim a produtividade e tornando os ciclos de trabalho mais ágeis”, comenta o supervisor. “Esses resultados se devem à tecnologia embarcada, associada à robustez do equipamento.”

ROBUSTEZ

Na New Holland, a linha de escavadeiras da Série C EVO é composta por oito modelos, dos quais seis foram nacionalizados nos últimos anos, ampliando a oferta da marca no país. A fabricante investiu R$ 36,5 milhões no desenvolvimento e lançamento desses produtos, incluindo aportes na fábrica de Contagem (MG) e no Campo de Provas em Sarzedo (MG).

Os modelos trazem cabine com estrutura mais robusta para a proteção do operador em caso de capotamento e queda de objetos, maior espaço interno e visibilidade frontal e lateral aprimoradas, além de baixos níveis de ruído interno e vibração, sistema de ar-condicionado digital, rádio com entrada USB, assento com múltiplas regulagens e cooler para alimentos e bebidas, garantindo o conforto do operador durante o trabalho.

“Para um melhor controle das operações, as escavadeiras contam com painel de LED com tela de 7 polegadas”, explica Mota, destacando que a tela pode ser dividida entre duas opções de câmera (para visão traseira ou lateral) e exibe de maneira amigável as principais informações de funcionamento – como temperatura do fluido do motor e do óleo hidráulico, nível de combustível no tanque e consumo efetivo, dentre outras.

Também a Volvo CE menciona inúmeras tecnologias lançadas nos últimos anos para auxiliar o operador e, até mesmo, automatizar os movimentos das escavadeiras, sempre pensando no aumento da produtividade com custos reduzidos de operação. “É o caso, por exemplo, do Dig Assist, um sistema inteligente e intuitivo que dá ao operador uma visão tridimensional da máquina, proporcionando um grande sincronismo entre a caçamba e o display, eliminando a necessidade de verificar a profundidade da escavação”, descreve Boris Sánchez, gerente de suporte a vendas da marca na América Latina.

Segundo o especialista, trata-se de um sistema bastante intuitivo, com alertas sonoros e visuais personalizáveis que informam ao operador quando os limites de altura e profundidade da operação são excedidos, conferindo maior autonomia na condução da escavadeira. “Os resultados de campo do uso desse dispositivo mostram um aumento da produtividade de até 50%”, garante Sánchez.

Projetos de hibridização e eletrificação avançam na indústria

O especialista de produto da Case CE, Trazilbio Neres Filho, vê a eletrificação como uma tendência irreversível para escavadeiras, principalmente nas extremidades das classes de operação – ou seja, miniescavadeiras para uso geral e grandes modelos de mineração –, devido à baixa mobilidade exigida nas aplicações.

Por sua vez, as classes intermediárias – que trabalham em obras de infraestrutura, rental, terraplenagem e construção – são mais mobilizadas e, por isso, podem apresentar dificuldade logística de carregamento, caso evoluam para essa tecnologia.

“As escavadeiras movidas a eletricidade já são realidade em alguns mercados e o gás metano também aparece como alternativa viável”, avalia. “A questão é que os custos de produção de energia elétrica sofrem oscilações em nosso mercado, enquanto o metano ainda carece de eficiência logística, o que inibe a aposta nessas alternativas.”

Apesar dos desafios que ainda enfrenta, a tecnologia híbrida deve seguir em evolução no segmento de escavadeiras

De todo modo, a Case tem desenvolvido protótipos elétricos e movidos a metano, assim como a Liebherr, que já iniciou a corrida para a tecnologia híbrida com o protótipo R9XX. Há alguns anos, a fabricante apresentou um sistema que pode fornecer potência de pico de curto prazo com até duas vezes a potência nominal do motor diesel.

“A combinação entre tecnologia elétrica e hidráulica resulta em menor consumo, somado ao maior desempenho no manuseio de materiais”, destaca Marcio Abirached, supervisor de vendas da fabricante.

A Volvo, por sua vez, já comercializa escavadeiras com tecnologia híbrida em alguns mercados. Diferentemente do sistema híbrido tradicional, em que há um motor a combustão e outro elétrico, a tecnologia híbrida-hidráulica utiliza a energia do sistema hidráulico para assistir o motor.

“A tecnologia reduz o consumo em até 15%, mantendo a mesma força e desempenho de um modelo convencional”, assegura Gilson Capato, diretor comercial da marca, destacando que ainda não há data definida para comercializar essa configuração na América Latina. “Mas é uma tecnologia robusta e de baixa complexidade de manutenção, que se paga em um período de seis a 12 meses de uso, dependendo da aplicação.”

Já a Komatsu iniciou a fabricação e comercialização em larga escala de sua 1ª escavadeira híbrida (PC200-8 Hybrid) ainda em 2008. Em 2016, a fabricante expandiu a tecnologia para a classe de 30 t, sendo que até o ano passado já contabilizava aproximadamente 5 mil unidades vendidas em 40 países.

Saiba mais:
Case CE: www.casece.com/latam/pt-br
Caterpillar: www.caterpillar.com/pt
John Deere: www.deere.com.br
Komatsu: www.komatsu.com.br
Liebherr: www.liebherr.com
New Holland Construction: www.newholland.com.br
Volvo CE: www.volvoce.com.br

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E