Atualmente, os recursos tecnológicos são itens indispensáveis para que as empresas possam atingir padrões de excelência em termos de produtividade e rentabilidade. No segmento de máquinas, essas soluções já fazem parte da rotina nos canteiros.
Sistemas como assistentes de operação 3D, balanças, geocercas eletrônicas e dispositivos para identificação de obstáculos são alguns exemplos de novidades que têm aprimorado a operação de escavadeiras. Por conta das diversas vantagens que esses diferenciais propiciam, a aceitação pelo público está em franca ascensão.
Esse crescimento já é percebido pelos principais players da indústria. Para Guilherme Ferreira, engenheiro de suporte a vendas da Volvo CE, os clientes se sentem cada vez mais atraídos pelos recursos tecnológicos.
“Porém, tais artifícios são mais comuns em grandes empresas e/ou em client
Atualmente, os recursos tecnológicos são itens indispensáveis para que as empresas possam atingir padrões de excelência em termos de produtividade e rentabilidade. No segmento de máquinas, essas soluções já fazem parte da rotina nos canteiros.
Sistemas como assistentes de operação 3D, balanças, geocercas eletrônicas e dispositivos para identificação de obstáculos são alguns exemplos de novidades que têm aprimorado a operação de escavadeiras. Por conta das diversas vantagens que esses diferenciais propiciam, a aceitação pelo público está em franca ascensão.
Esse crescimento já é percebido pelos principais players da indústria. Para Guilherme Ferreira, engenheiro de suporte a vendas da Volvo CE, os clientes se sentem cada vez mais atraídos pelos recursos tecnológicos.
“Porém, tais artifícios são mais comuns em grandes empresas e/ou em clientes envolvidos majoritariamente em obras de grande porte, que veem mais valor nesses avanços e conseguem mensurar os benefícios de forma mais fácil”, avalia.
“Nossa experiência com esses recursos vem de máquinas lançadas em outros mercados, pois ainda não foram disponibilizados nacionalmente, mas serão em um futuro breve”, anuncia.
A aceitação do público em relação às novidades também é notada por Maurício Briones, especialista em aplicação de escavadeiras da Caterpillar. Desde que a fabricante passou a oferecer tecnologias embarcadas em suas máquinas, seja como standard ou opcional, as novidades têm sido bem-recebidas pelos clientes. Entretanto, ele explica que existem níveis diferentes de aproveitamento de cada um dos recursos.
“Há aqueles que desfrutam de todas as possibilidades e outros que sequer se preocupam em utilizá-las”, diz o profissional. “Não é muito diferente se transpusermos essa situação para automóveis ou smartphones.”
Um dos avanços que tem se destacado é a telemetria (leia reportagens nesta edição). “Presente em toda a linha de produtos, a solução auxilia com informações precisas de utilização da máquina”, comenta Marcelo Rohr, especialista de produto da Case CE para a América Latina, lembrando que o consumo de combustível é fator de grande influência na rentabilidade.
“A telemetria informa, por exemplo, se a máquina está ociosa, além de emitir alertas de manutenções e falhas.”
No rol de tecnologias há, ainda, câmeras integradas que permitem uma melhor visibilidade, contribuindo para segurança operacional e a velocidade do trabalho.
“Modos personalizáveis dão ao operador a possibilidade de otimizar a aplicação, estabelecendo os parâmetros que deseja utilizar e os sistemas de assistência, a fim de melhorar a performance como um todo”, comenta Daniel Poll, diretor comercial e de pós-venda da Liebherr Brasil, que também oferece o LiDAT — sistema de gerenciamento de frota que fornece informações sobre localização e produtividade.
Na Komatsu, a solução de gestão Komtrax possibilita a extração de informações primordiais à operação da frota.
“Um exemplo é a capacidade do sistema de separar horas reais trabalhadas de horas em marcha lenta, o que ajuda a identificar oportunidades reais de otimização”, conta Leandro Urvaneja Bueno, gerente de marketing de produto e administrativo de vendas da Komatsu. “Tudo isso ajuda no aumento de eficiência.”
Clientes notam o valor dos avanços tecnológicos especialmente em obras de grande porte
Para Marcelo Mota, especialista em marketing de produto da New Holland Construction, outra tecnologia que merece destaque é o sistema de identificação de obstáculos.
“Com ele, a operação torna-se mais segura, seja no canteiro, pedreira ou mina, pois a máquina consegue identificar, alertar o operador e até mesmo parar o equipamento para evitar possíveis acidentes”, observa.
“Também temos observado uma crescente demanda por ferramentas capazes de aumentar a eficiência, como a automação de operações e o controle de nivelamento 2D/3D”, complementa Thomas Spana, gerente de vendas da divisão de construção da John Deere Brasil.
MELHORIAS
De fato, são muitas as tecnologias que melhoram o desempenho das escavadeiras. No caso da balança de pesagem, o sistema auxilia o operador a monitorar a carga que está sendo distribuída no caminhão, ajudando a evitar excessos.
Briones lembra que o uso da balança reduz os custos de retrabalho, além de diminuir o consumo de combustível, principalmente para empresas que trabalham com venda de material em pátio, como clientes do setor de areia e calcário.
“O equipamento com balança onboard reduz bastante os custos envolvidos de qualquer segmento que tenha a necessidade de pesar com frequência o material que está sendo escavado”, explica.
Mercado brasileiro apresenta diferentes níveis de aproveitamento dos recursos oferecidos pela indústria
O especialista da Caterpillar menciona ainda que as operações de terraplenagem, construção de condomínios, loteamentos e assentamento de tubos para redes de água e esgoto tiram proveito do uso da tecnologia de greide.
Isso porque, antes, havia a necessidade de uma empresa fazer a topografia 24 horas por dia. “Hoje, graças ao sistema 2D, o operador de escavadeira pode fazer tudo sozinho, melhorando bastante o aproveitamento dos recursos”, afirma Briones.
Atualmente, as geocercas eletrônicas também se destacam, determinando limites para o perímetro de alcance dos movimentos da máquina e aumentando a segurança ao evitar impactos em estruturas, tubulações, prédios e outros elementos.
Já mencionado por Mota, o sistema de identificação de obstáculos basicamente consiste em uma câmera capaz de reconhecer pontos de interferência.
O sistema analisa se o possível obstáculo é uma pessoa ou uma árvore, pedra ou poste, evitando que a escavadeira emita alarmes falsos ao trabalhar em uma estrada, por exemplo, onde existe muita vegetação no entorno da pista. Com recurso ‘inteligente’, o sistema só é acionado diante de riscos reais, como alguém atrás ou na lateral da máquina.
Além de emitir alertas de falha, tecnologia informa se a máquina está excessivamente ociosa
Outro aliado da segurança é o limitador de altura e profundidade do braço, apropriado para trabalhos em local fechado ou com restrição de altura (próximo a telhados ou linhas de alta tensão, por exemplo).
Essa solução também auxilia as atividades próximas a espaços com gasodutos, oleodutos ou tubulações de saneamento, uma vez que é possível determinar a profundidade máxima de escavação. Segundo os especialistas, a utilização dessas tecnologias tem o potencial de evitar danos a infraestruturas locais e ao próprio equipamento.
Já o assistente de levantamento é uma maneira mais visual para o operador movimentar pesos em segurança. “Todas as escavadeiras possuem uma tabela de capacidade de levantamento, que é bastante complicada. Então, acabamos fazendo com que os operadores levantem peso por tentativa e erro – o que não é lá muito seguro”, reconhece Briones.
“Para mudar isso, foi desenvolvido um sistema que indica os limites do equipamento ao levantar pesos, avisando se o operador pode realizar determinado movimento com segurança.”
Por fim, os assistentes de operação 2D permitem ao operador guiar o implemento da escavadeira de acordo com uma linha de referência. Trata-se de uma opção de entrada, com valor mais acessível e bom desempenho.
Por outro lado, a opção 3D auxilia na realização de movimentos de terra de acordo com o projeto, gerando precisão ainda maior, apesar da complexidade de uso.
Sistema de identificação de obstáculos é outro recurso que aprimora a segurança nas operações
RESULTADOS
Estrategicamente, o nível de aproveitamento dessas tecnologias tem sido acompanhado de perto pelos fabricantes. Na Case, Rohr conta que já testemunhou condições operacionais inadequadas e que fatalmente levariam à falha do equipamento, como a notificação de baixa pressão no sistema de injeção de combustível.
“Nesse caso, o concessionário prontamente alertou o cliente”, diz ele. “Foi então realizada a limpeza do sistema e a troca dos filtros de combustível, de acordo com a documentação técnica, evitando falha crítica com bombas e injetores.”
Especialista em marketing de serviços da CNH Industrial, Christopher Machado também afirma monitorar as situações em que os dados gerados pelo sistema ajudam os clientes.
“Pode-se destacar o monitoramento de ociosidade, que indica quanto tempo a máquina permanece ligada sem produzir”, aponta o executivo, acrescentando que, além da depreciar a máquina, os altos níveis de ociosidade podem ocasionar problemas técnicos e aumentar o consumo.
“Por meio da análise da ociosidade é possível identificar oportunidades na operação, como a escavadeira aguardando muito tempo os caminhões encostarem para carregamento”, delineia.
Além disso, o pacote de soluções conectadas Fleet Connect permite que o concessionário preste serviços proativos para evitar condições de falha. “Esse sistema contata o cliente antes mesmo de uma eventual parada, o que reflete em maior disponibilidade do equipamento”, completa Machado.
Soluções voltadas para a gestão da frota permitem extrair informações primordiais na operação
O impacto desses sistemas é tão relevante que a John Deere realizou estudos para aferir com exatidão como as tecnologias de controle de máquina permitem, por exemplo, alcançar um nivelamento mais próximo do desejado em comparação aos métodos convencionais.
Realizado em ambiente controlado, o trabalho apontou redução de 37% no tempo de execução e melhoria de 53% na precisão. “De forma geral, os clientes que usam a tecnologia de controle reduzem o tempo de operação em 30% em média”, diz Spana.
PERSPECTIVA
Categoria mais demandada no mercado brasileiro nos últimos anos, as escavadeiras da classe de 20 t correspondem atualmente a praticamente 50% do mercado total.
Porém, também é possível notar um crescimento exponencial no segmento de máquinas de 13 t, impulsionado por obras urbanas que necessitam de máquinas capazes de operar em áreas menores de trabalho, assim como pelo setor de rental.
“O mercado segue demandando equipamentos pesados para cumprimento dos projetos de infraestrutura em implementação”, opina Rohr. “Por isso, há um crescimento não só das escavadeiras, como também das pás carregadeiras.”
Modos personalizáveis permitem otimizar a aplicação de acordo com a necessidade do usuário
A alta demanda deve fazer com que o desempenho em 2023 seja satisfatório para muitas empresas, embora sem alcançar os resultados históricos obtidos no ano passado.
“Estamos otimistas, com vários lançamentos de atualização de produtos”, aponta Briones, confirmando que a demanda se mantém em bom nível em muitos mercados.
A perspectiva de um desempenho similar ao do ano passado é compartilhada por Bueno, da Komatsu. “Estamos prevendo que a demanda seja muito próxima, variando principalmente no mix de produtos, mas ainda puxada fortemente por modelos de 20 t e abaixo disso”, avalia.
Já Mota, da New Holland, comenta que o mercado de máquinas está em constante flutuação, acompanhando o cenário político-econômico do país. “Para 2023, observa-se uma tendência de queda em relação a 2022, como estimam as entidades de classe”, ressalta.
“Ainda assim, é um bom volume e que indica o potencial de crescimento do mercado brasileiro.”
De fato, números da Abimaq sobre as vendas internas mostram que o acumulado de janeiro a julho foi de 18.092 máquinas na Linha Amarela. Isso representa uma queda de 19,6% na comparação com o mesmo período de 2022.
Após um crescimento significativo nos últimos anos, o mercado de escavadeiras, especificamente, registrou uma queda ainda maior de janeiro a julho, de 37%, de acordo com os dados divulgados pela Abimaq. E essa retração é corroborada pelas fabricantes. “Como todo o setor, sentimos uma redução de volume na ordem de 15% a 20%”, afirma Poll, da Liebherr.
Para as fabricantes, diminuição expressiva no mercado traz desafios à cadeia de fornecimento
Vale destacar que o setor de máquinas da Linha Amarela vem de resultados expressivos nos últimos anos.
Dados atualizados do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção mostram que, em 2022, foram comercializadas 11.966 escavadeiras, volume que representou um crescimento de mais de 20% sobre as 9.685 unidades vendidas em 2021. Para 2023, o estudo aponta uma queda de 32%, com a venda de 8.100 escavadeiras.
Ao mesmo tempo, produtos como retroescavadeiras, carregadeiras, motoniveladoras e tratores de esteiras registraram queda corresponde a 11%, em média no 1º semestre, segundo a Abimaq.
“Evidentemente, essa diminuição expressiva no mercado acarreta desafios em toda a cadeia de fornecimento, que realizou investimentos significativos nos últimos anos para atender à demanda crescente”, analisa Spana.
“Nesse quadro, estamos aproveitando o momento para desenvolver tecnologias alinhadas às expectativas dos nossos clientes e preparando a retomada.”
RENTAL
Recursos melhoram margens em contratos de locação
No rental, a aposta em tecnologias embarcadas exige contratos mais longos
O uso de tecnologias pelo mercado de rental está muito atrelado ao tempo de contrato de aluguel. Ou seja, se a empresa costuma locar escavadeiras por prazos curtos, não faz sentido oferecer tecnologias adicionais. Isso porque existe uma curva de aprendizado do operador, que precisa se acostumar com os botões e entender como programar os sistemas.
Muitas vezes, quando o profissional começa a entender o cenário, já está no momento de devolução da máquina, ao término do contrato.
“Por outro lado, temos clientes de renome que costumam alugar máquinas por um longo período”, posiciona Maurício Briones, especialista da Caterpillar.
Segundo ele, vale a pena apostar em tecnologias diferentes em casos como esses. “Inclusive, em algumas situações o cliente pôde obter uma margem melhor no contrato de aluguel, baseado nos benefícios que os recursos inovadores do equipamento oferecem”, afirma.
Saiba mais:
Case CE: www.casece.com/latam/pt-br
Caterpillar: www.caterpillar.com/pt
CNH Industrial: www.cnhindustrial.com
John Deere: www.deere.com.br/pt
Komatsu: www.komatsu.com.br
Liebherr: www.liebherr.com
New Holland Construction: https://newholland.com.br/brasil
Volvo CE: www.volvoce.com/brasil/pt-br
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade