No Brasil, um dos segmentos com maior expansão na atualidade é o de bombeamento de concreto. Bem-abastecido, o mercado brasileiro dispõe de bombas para concreto de diversos modelos, sejam estacionárias, autobombas, autobombas com lança, mastros distribuidores de concreto e até mesmo bombas montadas junto ao balão da betoneira.
Nessa variedade, há capacidades de bombeamento que vão de 5 a 200 metros cúbicos por hora, alcançando mais de mil metros horizontalmente e 300 metros verticalmente, dependendo da configuração das tubulações de distribuição de concreto. Esta vasta gama de opções mostra quão específica pode ser a escolha por bombas para concreto, explicando ainda os motivos que levam os fabricantes a trabalhar duro para abocanhar fatias maiores desse mercado. “Com a expansão do mercado de bombeamento, obras que utilizam até 15 m³ de concreto têm optado por bombeamento”, avalia Guilherme Zurita, gerente de vendas da área de tecnologia do concreto da Liebherr. “Mas o setor ainda precisa amadurecer em termos de produtividade e capacitação de pessoal, pois não
No Brasil, um dos segmentos com maior expansão na atualidade é o de bombeamento de concreto. Bem-abastecido, o mercado brasileiro dispõe de bombas para concreto de diversos modelos, sejam estacionárias, autobombas, autobombas com lança, mastros distribuidores de concreto e até mesmo bombas montadas junto ao balão da betoneira.
Nessa variedade, há capacidades de bombeamento que vão de 5 a 200 metros cúbicos por hora, alcançando mais de mil metros horizontalmente e 300 metros verticalmente, dependendo da configuração das tubulações de distribuição de concreto. Esta vasta gama de opções mostra quão específica pode ser a escolha por bombas para concreto, explicando ainda os motivos que levam os fabricantes a trabalhar duro para abocanhar fatias maiores desse mercado. “Com a expansão do mercado de bombeamento, obras que utilizam até 15 m³ de concreto têm optado por bombeamento”, avalia Guilherme Zurita, gerente de vendas da área de tecnologia do concreto da Liebherr. “Mas o setor ainda precisa amadurecer em termos de produtividade e capacitação de pessoal, pois não é incomum recebermos pedidos de equipamentos de 50 a 90 m³/h para executar uma demanda de apenas 15 m³/h.”
PROJEÇÃO
De acordo com os fabricantes, não há dados oficiais sobre o volume atual de bombas para concreto atuando no Brasil. Mas Ricardo Lessa, diretor-presidente da Schwing-Stetter no Brasil, cruzou alguns dados para dimensionar esse volume, obtendo um resultado que aponta para a existência de 2,5 mil máquinas do tipo em operação atualmente. “Chegamos a esse número avaliando que o país produz cerca de 54 milhões de metros cúbicos de concreto industrializado por ano, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Concreto (Snic)”, diz ele. “E esse material é todo transportado por autobetoneiras, sendo que parte dele – cerca de 60% – é bombeado. Sabendo que as bombas para concreto bombeiam uma média de 1.250 m³/mês, conseguimos chegar a esse total de máquinas em operação.”
De acordo com o executivo da Schwing-Stetter, desse total cerca de 800 máquinas são equipadas com mastro para distribuição do concreto. Ou seja, são autobombas com lança. “Detectar a localização desses equipamentos também não é fácil, mas concluímos que 65% deles estão nas regiões mais industrializadas do país, principalmente Sul e Sudeste”, supõe Lessa.
O diretor de vendas da Putzmeister Brasil, Rodrigo Satiro, avalia que o momento atual do mercado é de transição dos modelos de bombas para concreto de 32 metros – mais usuais até então – para os maiores, na faixa de 36 a 38 metros. No caso da Putzmeister, a mudança ocorre ainda pelo incremento de tecnologia, tornando os conjuntos mais leves e, portanto, passíveis de montagem em caminhões de três eixos, atendendo às exigências dos órgãos de fiscalização de trânsito. “Isso representa maior eficiência para os operadores e redução no custo na aquisição e manutenção dos veículos”, diz Satiro.
CAPACIDADE
Para Marcelo Antonelli, CEO da Zoomlion Cifa no Brasil, os mercados mais maduros no segmento, como EUA, China e Europa, já demandam bombas para concreto de maior capacidade há vários anos, pois esses modelos permitem atender a uma gama igualmente maior de obras. “Os equipamentos maiores têm um diferencial competitivo para atuar nas obras de infraestrutura, grandes estruturas, concretagem de vários edifícios em um mesmo canteiro, grandes vãos de concretagem etc.”, diz ele. “Além disso, os modelos de mastros maiores sempre têm um dimensionamento mecânico mais robusto”, ajunta, detalhando ainda que, no caso da Zoomlion Cifa, há soluções com capacidade de bombeamento de até 200 m³ por hora, com camisas de transporte de grande dimensão (260 mm x 2.100 mm), auto-lubrificadas, com quatro bombas hidráulicas independentes, sistema de filtragem do óleo hidráulico para reduzir a emissão de CO2 e outras tecnologias.
Essa também é a avaliação da Schwing-Stetter. Segundo Lessa, a tendência de utilização de equipamentos de maior capacidade, principalmente as autobombas com lança, vem se consolidando com rapidez no Brasil. “Por isso, iniciamos a fabricação nacional do modelo de 43 metros de altura de bombeamento, que pode ser adquirido via Finame”, diz ele.
Aliás, a unidade brasileira da Schwing-Stetter tem capacidade instalada para produção de 600 a 800 bombas e autobombas para concreto ao ano. Mas, devido ao mercado pouco aquecido em 2014, tem produzido apenas 60% dessa capacidade, como revela Lessa.
DIMENSIONAMENTO
Como destacado acima, a vasta gama de opções naturalmente exige maior especialização dos clientes na hora de escolher o tipo e a capacidade da bomba para concreto a ser adquirida para a frota. Nesse sentido, Zurita, da Liebherr, lembra que o dimensionamento primário leva em conta quatro parâmetros básicos: vazão de concreto, altura e distância máximas de bombeamento, características do concreto e layout da obra. “A vazão é determinada pela quantidade de concreto necessária para as obras, enquanto a altura e distância determinam qual é a pressão que o equipamento deve exercer no concreto, ou seja, qual a distância em que o concreto pode ser entregue, tanto na horizontal quanto na vertical”, afirma. “Já como características do concreto entende-se o slump, tamanho e tipos de agregados, FCK etc., ao passo que conhecer o layout das obras é essencial para determinar a movimentação e montagem do equipamento e também para dimensionar a linha de distribuição do concreto.”
Lessa, da Schwing-Stetter, acrescenta que a montagem correta do equipamento e da linha de distribuição de concreto é tão importante quanto a escolha da solução. Nesse aspecto, ele frisa que a bomba estacionária sempre deve ser avaliada com o objetivo de evitar entupimentos na linha de distribuição, o que torna necessário montá-la a, no mínimo, 6 metros de distância do início da subida vertical do mastro. “Para bombeamentos verticais, é importante que a linha de distribuição esteja muito bem fixada e, desse modo, recomendamos que na primeira curva de saída vertical seja colocado um bloco de concreto, para absorver os ciclos de bombeio na linha de distribuição”, orienta.
O especialista acrescenta que os tubos, acoplamentos e guarnições da linha de bombeamento e distribuição do concreto devem ser verificados, para que não apresentem defeitos ou desgastes excessivos, o que gera a perda de finos durante o bombeamento e contribui para o entupimento e consequente queda de produtividade.
MODELOS
Para dimensionar o equipamento correto, não há como não tratar dos vários tipos de bombas disponíveis e respectiva operação a que cada uma é indicada. Para Antonelli, da Zoomlion Cifa, a autobomba com lança é sempre limitada pelo alcance do mastro distribuidor e, por isso, costuma ser utilizada nas fundações, pisos e lajes iniciais. “Ultrapassando essas etapas de obra, geralmente será utilizada uma bomba estacionária ou autobomba, montando-se a tubulação fixa na obra ou, dependendo do volume e características do canteiro, usando-se mangotes flexíveis”, diz ele.
Quem pondera a favor das autobombas com lança é Zurita, da Liebherr, que destaca a mobilidade e rapidez na montagem e desmontagem dos implementos. “O trabalho com essa máquina se resume em estabilizá-la, desdobrar a lança até o local de entrega e receber o concreto do caminhão betoneira”, descreve. Segundo ele, no mercado brasileiro já há modelos de 17 a 63 metros de altura (o que caracteriza a limitação exposta por Antonelli) e modelos com vazões que podem chegar a 200 m³ de concreto por hora.
Já as autobombas são montadas igualmente sobre caminhão, mas não têm a lança para distribuição. No geral, também são máquinas com grande mobilidade, porém, requerem que toda a linha de distribuição de concreto seja montada na obra. “Esses equipamentos têm alta performance, com vazões de até 200 m³/h e pressões de até 160 bar”, diz Zurita. “Mas, em termos de custo, podem ser comparadas às bombas estacionárias, com o adicional para aquisição do caminhão portador.”
Para Satiro, da Putzmeister, as autobombas são mais robustas e preparadas para obras de grande porte, em comparação com as bombas rebocáveis. “Elas devem ser escolhidas principalmente em operações nas quais o tempo gasto para montagem e desmontagem das linhas de tubulação não é primordial”, enfatiza.
As bombas estacionárias (ou rebocáveis) são geralmente utilizadas em obras comerciais e residenciais de pequeno e médio porte, principalmente na concretagem de fundações, pisos e lajes. São adaptadas a uma tubulação rígida ou flexível e chegam a capacidades de bombeamento de 20 a 160 m³ por hora, distâncias máximas verticais de 800 metros e horizontais de 3,5 mil metros. “No caso da Putzmeister, as bombas rebocáveis são preparadas para rodar nas ruas, avenidas e rodovias, pois podem ser emplacadas de acordo com regras do Código Brasileiro de Trânsito”, diz Satiro.
Se a bomba rebocável for utilizada dentro de um grande canteiro de obras, como observa Zurita, onde haja vários pontos de entrega de concreto, torna-se versátil e compacta. “Há até modelos sobre esteiras e guiados por controle remoto, o que facilita a mobilidade dentro da obra”, diz ele, destacando que, em termos de custo de aquisição, esse é o tipo de bomba para concreto mais econômico. “Porém, se o local de entrega do concreto for distante, a logística para levar a bomba estacionária em cada atividade fica complexa e desinteressante.”
Segundo o especialista, a Liebherr produz bombas montadas com o balão da betoneira. Trata-se de uma configuração ainda pouco usual no mercado brasileiro, com uma máquina de dupla função para transportar e bombear o concreto para obra. “O bombeamento fica inicialmente limitado ao volume transportado pela betoneira, mas depois desse primeiro bombeamento, fica disponível para receber mais alimentação de concreto”, diz Zurita. “De todo modo, é um equipamento indicado para obras que demandem pouco volume de concreto.”
SOLUÇÕES
A Liebherr oferece bombas estacionárias ao mercado brasileiro com vazão de 43 a 140 metros cúbicos por hora e pressão de 160 bar. Já a Schwing-Stetter tem em seu portfólio modelos de 20 a 160 m³ por hora, enquanto a Zoomlion Cifa e a Putzmeister oferecem dois modelos cada uma: de 40 e 70 m/h e de 48 e 88 m³/h, respectivamente.
No que tange às autobombas, os modelos da Schwing-Stetter oferecem as mesmas capacidades das bombas rebocáveis. Aliás, todos os fabricantes oferecem praticamente o mesmo tipo de máquina para as duas configurações, com a diferença de montagem opcional sobre caminhão. A vastidão de modelos, portanto, fica praticamente concentrada nas autobombas com lança.
Há tempos, a Liebherr tem equipamentos de 17 a 58 metros de altura de bombeamento. Mais recentemente, Putzmeister, Schwing-Stetter e Zoomlion Cifa aumentaram a disputa nesse mercado, apresentando modelos com mais de 60 metros de altura de bombeamento. No caso da Putzmeister, a maior é uma autobomba com lança de 63 metros, na qual a lança abre em formato da letra Z. Na Schwing-Stetter, o maior modelo é de 68 metros de alcance vertical, com braço articulado de cinco seções. Já a Zoomlion Cifa tem nove modelos em seu portfólio local, sendo que o maior chega a 63 metros de altura de bombeamento.
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