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Revista M&T - Ed.251 - Fev/Mar 2021
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Bombas de concreto

Adequação de conceitos

Com diferentes tipos disponíveis, a escolha de equipamentos para bombeamento de concreto exige uma análise criteriosa da relação entre custo operacional e produtividade
Por Antonio Santomauro

Maior produtividade, aplicação mais uniforme e acabamento de melhor qualidade são vantagens sempre associadas ao bombeamento do concreto, principalmente quando confrontado com o transporte manual desse insumo. Vantagens que podem se tornar ainda mais relevantes se for utilizado o tipo mais adequado entre os diferentes conceitos de bombas disponibilizados pelos fabricantes.

No Brasil, atualmente predominam as autobombas estacionárias (também conhecidas como city pumps), versáteis e de preço mais acessível. Mas na América do Norte e em alguns países europeus as vendas de bombas-lança já são bem mais relevantes, comparativamente ao mercado nacional. “Nesses mercados, os projetos já preveem espaço para o patolamento das bombas-lança, algo que ainda não acontece aqui”, justifica Celso Pinheiro, gerente de atendimento ao cliente da Putzmeister.

Com efeito, embora tenha o alcance limitado pelo tamanho da lança, a bomba-la


Maior produtividade, aplicação mais uniforme e acabamento de melhor qualidade são vantagens sempre associadas ao bombeamento do concreto, principalmente quando confrontado com o transporte manual desse insumo. Vantagens que podem se tornar ainda mais relevantes se for utilizado o tipo mais adequado entre os diferentes conceitos de bombas disponibilizados pelos fabricantes.

No Brasil, atualmente predominam as autobombas estacionárias (também conhecidas como city pumps), versáteis e de preço mais acessível. Mas na América do Norte e em alguns países europeus as vendas de bombas-lança já são bem mais relevantes, comparativamente ao mercado nacional. “Nesses mercados, os projetos já preveem espaço para o patolamento das bombas-lança, algo que ainda não acontece aqui”, justifica Celso Pinheiro, gerente de atendimento ao cliente da Putzmeister.

Com efeito, embora tenha o alcance limitado pelo tamanho da lança, a bomba-lança é capaz de agilizar consideravelmente a concretagem: “Chegando à obra, em 5 a 10 min já pode começar a bombear, enquanto uma bomba estacionária exige a montagem de uma linha para conduzir o concreto”, observa Pinheiro. “E, dependendo da complexidade do local, montar uma linha de 30 m pode demandar algumas horas.”

Todavia, o especialista ressalta que, com um bom layout e logística bem-planejada, uma bomba estacionária – seja rebocável ou montada sobre caminhão – também possibilita uma concretagem eficiente, além de proporcionar maior alcance. “A produtividade é bem próxima à das bombas-lança”, ele comenta.

O custo de aquisição, consideravelmente inferior ao das bombas-lança (em alguns casos, menos da metade), também favorece as vendas dos modelos estacionários no mercado brasileiro, argumenta Pedro Scamilla, gestor de pós-venda e exportação da área de tecno-logia de concreto da Liebherr. “Além disso, bombas-lança têm usos mais específicos”, acresce. “Uma lança de 32 m, por exemplo, serve um prédio de até nove ou dez andares, ou um pilar de ponte. Depois disso, é preciso um modelo estacionário.”

Se, no Brasil, a Liebherr ainda concede bastante atenção aos modelos estacionários, em outros mercados seu foco já recai mais sobre as bombas-lança: “Elas permitem concretagens com altíssima produtividade”, pondera Scamilla. “Nos EUA e na Europa, por exemplo, é normal uma bomba lança realizar três ou quatro trabalhos por dia.”

Deslocando-se sobre esteiras, modelo de bomba estacionária movimenta-se com mais facilidade em fundações

ESPECIFICIDADES

Além de autobombas, bombas estacionárias rebocáveis e bombas-lança, o portfólio da Liebherr inclui ainda uma bomba – já demandada em outros países – desenvolvida para trabalhar em conjunto com os equipamentos de fundação da marca. Em linhas gerais, como explica Scamilla, trata-se de uma bomba estacionária que se desloca sobre esteiras, movimentando-se mais facilmente no espaço das fundações. “A partir da perfuratriz, é possível operar automaticamente o bombeamento”, ele ressalta.

Em uma determinada aplicação, cada tipo de bomba apresenta tanto vantagens quanto limitações, aponta o gerente de vendas da Zoomlion, Enio Pallaro. As autobombas sobre caminhão, por exemplo, bombeiam a distâncias e alturas maiores, com custo menor não apenas de aquisição, mas também de manutenção.

Atualmente, a Zoomlion disponibiliza a autobomba modelo K609R PTO, que utiliza o motor do caminhão para acionar seu sistema hidráulico, reduzindo ainda mais os custos. “Porém, o caminhão precisa de potência maior, comparativamente ao de autobombas que usam motor exclusivo”, ressalva Pallaro. “Em algumas regiões brasileiras – como capitais do Centro-Oeste e interior paulista – já cresce a demanda por bombas-lança.”

Ao lado de bombas-lança, autobombas sobre caminhão, bombas estacionárias rebocáveis e placing booms, a Zoomlion fornece uma betoneira com bomba-lança acoplada, com lança de 28 m de comprimento e quatro seções. “No Brasil, ainda não vendemos nenhuma unidade, mas na Europa já é bastante utilizada”, informa Pallaro. “Já são comuns em construções que não requerem grandes volumes de concreto, nem têm altura muito elevada, como prédios de até três andares.”

Dependendo da aplicação, a análise das vantagens e limitações dos diferentes tipos de bomba é um aspecto crucial para a alta produtividade. “Mas a escolha da bomba mais adequada a uma obra deve levar em consideração a relação entre custo operacional e produtividade”, destaca Edvaldo Donizetti Magossi, gerente de operações com concreto da Votorantim Cimentos. “Quanto maior for a capacidade da máquina, maiores serão os investimentos e custos operacionais.”

Em geral, a Votorantim trabalha com bombas-lança e autobombas sobre caminhão. Mas em outros países, observa Magossi, já há um uso mais intensivo do modelo placing boom e, em menor escala, de correias transportadoras telescópicas – também conhecidas como telebelts –, como são denominados os sistemas de distribuição de concreto desenvolvidos para projetos que exigem grandes volumes de concretagem, como usinas e túneis, entre outros. “Algumas obras, mesmo no Brasil, começam a utilizar também o spider, um mastro de menores dimensões, operado manualmente e com movimentação bastante precisa na concretagem de áreas de porte menor ou de difícil acesso”, complementa Magossi.

Conhecidas como telebelts, as correias transportadoras telescópicas são desenvolvidas para projetos com grandes volumes de concreto

ESCOLHA

O alcance de uma bomba-lança é função do tamanho nominal da lança. “Uma lança de 36 m, por exemplo, possui alcance vertical de 36 m e horizontal de 32 m”, exemplifica Pinheiro, da Putzmeister. “A bomba-lança também pode ser utilizada como estacionária, mas isso é inadequado do ponto de vista comercial, pois suas características técnicas incidem em custo operacional mais alto, fazendo um trabalho que poderia ser feito com um equipamento cujo custo operacional é bem menor.”

Além do tamanho da lança (no caso de bombas-lança), a vazão e a pressão também são elementos importantes de diferenciação dos conceitos. As bombas-lança, especificamente, têm capacidade de até 190 m3/h. “No Brasil, as capacidades normalmente variam entre 60 m3/h nas bombas mais antigas até 120 m3/h nos modelos mais novos”, diz Pinheiro. “Nas estacionárias, a vazão varia entre os modelos mais econômicos, de 30 m3/h, até os modelos mais eficientes, com vazão de até 120 m3/h, embora os modelos mais comuns estejam na faixa de 90 m3/h.”

E a capacidade de bombeamento, retoma Scamila, da Liebherr, é determinada por fatores como pressão hidráulica do sistema, pressão resultante no concreto, diâmetro dos cilindros e quantidade de strokes – ciclos de ida e volta dos pistões –, entre outros.

Além do alcance da lança, orienta Scamila, é importante verificar ainda a quantidade de segmentos que compõem a bomba-lança, certificando-se de como esses segmentos angulam-se entre si, ou seja, em forma de ‘R’, ‘Z’ ou ‘M’. “A combinação do número de segmentos com a forma de angulação determina a aplicação da bomba para uma tarefa”, explica o especialista. “Aliada à capacidade de bombeamento, essa informação determina parâmetros e define a aplicação de um modelo em vez de outro.”

A Zoomlion, detalha Pallaro, disponibiliza bombas-lança com capacidade teórica entre 120 m3/h e 180 m3/h e lanças com comprimento entre 23 m e 63 m. Já nas autobombas e rebocáveis, a capacidade varia entre 40 m3/h e 105 m3/h. “Esses equipamentos podem bombear concreto até 400 m na vertical e 800 m na horizontal, ressalvando-se obviamente o traço do concreto utilizado”, conclui.

Segurança e qualidade impulsionam o uso de controle remoto

A segurança dos profissionais envolvidos nos processos de concretagem é o principal benefício do controle remoto em bombas de concreto, ressalta Edvaldo Magossi, gerente de operações da Votorantim Cimentos, lembrando que esse sistema de controle conta inclusive com parada de emergência, que eleva ainda mais a segurança. Mas a qualidade da estrutura de concreto também é beneficiada. “Com o controle remoto, o operador da bomba permanece próximo à peça que está sendo concretada, podendo responder de maneira imediata a qualquer não-conformidade”, destaca.

Na Zoomlion, o controle remoto já é item de série em bombas-lança, sendo capaz de operar tanto por rádio quanto por cabo. Nas autobombas e estacionárias, é oferecido apenas com cabo. “Muitas vezes, o concreto é bombeado fora do alcance das ondas de rádio”, justifica o gerente de vendas Enio Pallaro. “O controle remoto permite domínio total da operação, controlando vazão e posição de bombeamento – no caso das bombas-lança –, com toda a confiabilidade e segurança.”

Dispositivos podem operar tanto por rádio quanto por cabo

Na Putzmeister, o controle remoto via rádio é padrão nas bombas-lança e opcional nos modelos estacionários. E, de acordo com o gerente de atendimento Celso Pinheiro, a demanda por esse opcional é crescente no país, pois permite comandar as bombas a distâncias de até 100 m. “Além de eliminar problemas que afetam os cabos no ambiente das obras, o comando via rádio proporciona maior área de atuação”, destaca.

Por sua vez, a Liebherr também oferece o controle remoto por rádio como item de série nas bombas-lança e opcional nas estacionárias e autobombas. “A demanda por esse recurso será crescente, especialmente pela questão da segurança”, prevê o gestor de pós-venda e exportação Pedro Scamila, lembrando que a fabricante alémã lançou recentemente um modelo de controle remoto também para betoneiras.

Saiba mais:
Liebherr: www.liebherr.com
Putzmeister: www.putzmeister.com
Votorantim Cimentos: www.votorantimcimentos.com.br
Zoomlion: http://en.zoomlion.com

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