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Revista M&T - Ed.136 - Junho 2010
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Grupos geradores

Grupos geradores ganham terreno na energização dos canteiros

Com aquecimento de grandes obras, os grupos geradores tornam-se indispensáveis nos canteiros

Os apagões do setor elétrico ocorridos em 2001 foram os primeiros grandes impulsionadores do mercado de grupo geradores: setores sensíveis como o industrial e médico e até mesmo shows e entretenimento passaram a reforçar suas soluções de energia alternativa ou criar um sistema redundante ao fornecimento das concessionárias tradicionais.

Outro impulsionador, no entanto, tem acrescentado mais energia a esse mercado desde 2008: as obras de infraestrutura, principalmente as ligadas ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Agora passou a ser comum a atuação de empresas especializadas em equipamentos fora-de-estrada também na locação de grupos geradores. Elas ampliaram o escopo de produtos alugados por uma razão muito simples: atualmente os setores de infraestrutura e construção chegam a ser responsáveis pela compra de 30% dos grupos geradores colocados por alguns fabricantes no mercado brasileiro.

É o caso da Cummins Power Generation, segundo o diretor da empresa, Fausto Ferrari. Ele avalia que, das 3,7 mil máquinas que a fabricante deve produzir


Os apagões do setor elétrico ocorridos em 2001 foram os primeiros grandes impulsionadores do mercado de grupo geradores: setores sensíveis como o industrial e médico e até mesmo shows e entretenimento passaram a reforçar suas soluções de energia alternativa ou criar um sistema redundante ao fornecimento das concessionárias tradicionais.

Outro impulsionador, no entanto, tem acrescentado mais energia a esse mercado desde 2008: as obras de infraestrutura, principalmente as ligadas ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Agora passou a ser comum a atuação de empresas especializadas em equipamentos fora-de-estrada também na locação de grupos geradores. Elas ampliaram o escopo de produtos alugados por uma razão muito simples: atualmente os setores de infraestrutura e construção chegam a ser responsáveis pela compra de 30% dos grupos geradores colocados por alguns fabricantes no mercado brasileiro.

É o caso da Cummins Power Generation, segundo o diretor da empresa, Fausto Ferrari. Ele avalia que, das 3,7 mil máquinas que a fabricante deve produzir em 2010, cerca de 1 mil serão destinadas a projetos de construção e infraestrutura. E mais: aproximadamente 85% daquelas que são adquiridas nesses setores têm como compradoras as locadoras de equipamentos. “O restante deverá ser vendido diretamente para empreiteiras executoras de grandes projetos de infraestrutura”, complementa Ferrari. Ou seja, a relação entre compra e aluguel favorece essa segunda categoria.

A reportagem da M&T consultou alguns locadores e eles atestam a forte presença dos setores de construção e infraestrutura como clientes potenciais no mercado de grupos geradores. A Solaris, por exemplo, tem um parque de 300 unidades de 25 modelos diferentes. “Para o segmento de construção, os geradores mais utilizados são os que possuem potência entre 30 kVA e 500 kVA”, explica Paulo Esteves, diretor comercial da empresa. Ele informa que também há casos esporádicos de instalação de equipamentos acima da faixa de potência citada. “São situações com demandas especiais em grandes projetos de infraestrutura”, complementa.

A Orguel, outra importante locadora de grupos geradores para o setor de construção e infraestrutura, confirma os nichos de equipamentos já apontados pela Solaris como os mais usuais nos canteiros de obras. Os grandes projetos representam 60% dos contratos de locação de grupos geradores e devido ao aquecimento do mercado, a empresa está investindo R$ 6 milhões em equipamentos até o final de 2010, exatamente o dobro do que investiu no ano passado. A informação é de Alex Cossenzo, gerente comercial da companhia.

Outro player do setor, a Brasif Rental, confirma a demanda de locação de grupos geradores por obras de infraestrutura e prevê um mercado ainda mais promissor para os próximos anos. “Apesar de a tendência predominante ser o aluguel, ainda há um grande número de construtoras que adquirem o próprio grupo gerador na falsa expectativa de obter menor custo”, avalia Marcelo Felippetto, gerente de grupos geradores da locadora. Para ele, as empresas que tomam essa iniciativa não avaliam os custos indiretos com manutenção preventiva, depreciação do bem e taxas de financiamentos. Todas elas, em conjunto, de acordo com ele, tornam a locação uma opção economicamente mais viável do que a compra.

A cultura de compra como contraponto ao aluguel pode estar ligada à forma como a utilização de grupos geradores é dimensionada dentro das construtoras, segundo a Orguel.

Há um consenso entre os especialistas ouvidos por esta reportagem que as empreiteiras já procuram os equipamentos com o plano de abastecimento de energia praticamente finalizado. “Mas tanto os fabricantes quanto os locadores têm expertise para realizar esse dimensionamento, caso necessário”, pondera Ferrari, da Cummins.

O primeiro passo, segundo o executivo, é levantar a quantidade de eletricidade necessária para cada local da obra, como alojamentos, escritórios e máquinas de grande porte com motor elétrico, caso dos britadores e das centrais de concreto. “A motorização presente no canteiro é o principal influenciador no dimensionamento de alimentação elétrica”, diz o especialista. “Por isso, é importante que o gestor da área saiba calcular, com exatidão, a potência que os motores elétricos presentes no canteiro exigirão na hora da partida”, avalia. “Esse momento representa um pico de consumo elétrico duas vezes superior ao funcionamento contínuo dos dispositivos”, complementa.

Em locais com grande número de motores elétricos, como ocorre nas centrais de britagem que, em média, contém no mínimo 20 equipamentos com esse tipo de motorização, é necessário avaliar o consumo de forma gradativa.

Isso ocorre porque enquanto a britagem primária está sendo realizada, a secundária e a terciária estão em stand by, sem consumir carga elétrica para o funcionamento dos motores. Se o consumo da central de britagem for de 500 kVA, talvez a demanda real por eletricidade a cada momento não passe da metade desse montante. Considerando tais fatores, os especialistas fazem os cálculos de consumo do maior motor primeiro e depois da partida dos outros menores.

“Levando em conta tais cenários, o correto é dimensionar a utilização de grupos geradores em paralelo, para que, enquanto um funcione durante toda a operação, os outros fiquem em stand by, para serem acionados somente nos momentos de partida dos motores”, explica Ferrari.

Geradores em paralelo
Segundo o especialista da Cummins, outras situações também justificam a prudência da aplicação do regime paralelo na operação de grupos geradores. Um exemplo citado por ele é a execução de projetos dentro dos centros urbanos, nos quais a parada para manutenção de uma subestação de energia exige a locação rápida de alguns grupos geradores. “Costumamos colocar vários equipamentos em paralelo, garantindo confiabilidade no abastecimento”, reforça o executivo.

Para estabelecer a arquitetura de rede em paralelo, é necessário sincronizar os equipamentos, de forma que todos operem na mesma faixa de frequência. O usual no Brasil é a padronização em 50hz. Dessa forma, o princípio do paralelismo de grupos geradores se baseia no estabelecimento de uma central de energia, criada por meio de um painel de distribuição, no qual todos os equipamentos ficam ligados e sincronizados para atendimento às necessidades de carga em cada ponto do canteiro.

Os painéis de distribuição são fornecidos pelos próprios fabricantes de grupos geradores, o que torna a escolha por equipamentos da mesma marca uma facilidade de sincronização, no caso de montagem de linhas paralelas. O dimensionamento desse tipo de estrutura, de acordo com os especialistas, tornou-se mais fácil graças aos avanços tecnológicos conseguidos pelos fabricantes.

Um exemplo é a Cummins, que dispõe de controles simples de sincronização. “Basta conectar as saídas dos grupos geradores, interligar os equipamentos por meio de quatro cabos que fazem a comunicação entre eles e operar com a facilidade de controlar tudo eletronicamente”, detalha Ferrari.

O monitoramento e a sincronização são realizados por meio da tecnologia PowerCommand Control.

Já o gerenciamento remoto acontece com a adoção de redes de banda larga terrestre, satelital ou de telefonia celular e a interface é por meio de um software de controle. Segundo a Cummins, a tecnologia permite a visualização do status das chaves de transferência de cada grupo gerador ligado em paralelo e do nível de carga total do conjunto, além de receber e-mails de alerta sobre as condições de alarme do conjunto. Também é possível monitorar remotamente as horas trabalhadas e o nível de potência em que opera cada equipamento.

A Caterpillar igualmente atua de forma diferenciada nas opções de ligação de geradores em paralelo. De acordo com o fabricante, seus equipamentos são dotados de regulador eletrônico de velocidade, o que os tornam aptos a operar em paralelismo. A empresa destaca que o sincronismo entre os equipamentos exige tensão equilibrada entre as fontes de geração de energia, ângulo de fase semelhante entre todos os equipamentos e freqüência programada igualmente para todos eles.

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