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Revista M&T - Ed.53 - Jun/Jul 1999
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Fábrica abre uma escola

FiatAllis investe US$ 1 milhão em Centro de Treinamento para formação de operadores e de "um novo homem de manutenção"
Obras do Centro de Treinamento, recentemente inaugurado

Se, de um lado, a evolução tecnológica promete novos recursos e maior interatividade entre o homem e a máquina, não há como negar que, por conta dessa mesma “interatividade”, ela passou a exigir um operador e um mecânico com um novo perfil profissional. “Estamos vivendo uma fase de transição”, diz Anelezio Gonçalves de Figueiredo, da área deSuporte ao Cliente, da FiatAllis. “Temos profissionais, que não sabem ler ou que precisam recorrer ao encarregado a cadanova instrução técnica que recebem, e canteiros de obras onde os operadores têm curso técnico de 2° grau ou curso de engenharia operacional”.
Para ele, a tendência é que esse homem, “que está em cima da máquina e executa o trabalho maior de todos”, tenha formação técnica e esteja plena


Obras do Centro de Treinamento, recentemente inaugurado

Se, de um lado, a evolução tecnológica promete novos recursos e maior interatividade entre o homem e a máquina, não há como negar que, por conta dessa mesma “interatividade”, ela passou a exigir um operador e um mecânico com um novo perfil profissional. “Estamos vivendo uma fase de transição”, diz Anelezio Gonçalves de Figueiredo, da área deSuporte ao Cliente, da FiatAllis. “Temos profissionais, que não sabem ler ou que precisam recorrer ao encarregado a cadanova instrução técnica que recebem, e canteiros de obras onde os operadores têm curso técnico de 2° grau ou curso de engenharia operacional”.
Para ele, a tendência é que esse homem, “que está em cima da máquina e executa o trabalho maior de todos”, tenha formação técnica e esteja plenamente familiarizado com novas tecnologias. Esse é o principal motivo, diz ele, pelo qual a FiatAIlis investiu cerca de US$ 1 milhão em um ambicioso Centro de Treinamento, para operadores e mecânicos de sua rede de concessionários e de grandes frotistas, tanto do Brasil quanto dos demais países da América Latina. O Centro de Treinamento, que acaba de ser inaugurado próximo à fábrica da empresa em Contagem (MG), conta com infra-estrutura completa (área construída de 1.000 m2) para aulas práticas e teóricas e também dará respaldo às atividades de Assistência Técnica e Suporte ao Produto.
Figueiredo tem um arsenal de argumentos para quem duvidar do custo benefício dessa iniciativa. “Não é possível colocar um homem despreparado a bordo de uma recicladora de asfalto de US$ 1 milhão. Ele tem que ser realmente um homem de produção, porque em alguns casos ele terá que interpretar imagens captadas por uma câmera de vídeo e praticamente programar a máquina”. O mesmo raciocínio seria válido para os equipamentos de compactação, onde o operador tem que ter informações do pessoal que está medindo o grau de compactação para que ele aumente a frequência do impacto ou da amplitude e, ainda controle, por exemplo, a velocidade de deslocamento. Vale também, segundo ele, para a operação de modernas escavadeiras hidráulicas, com vários modos de operação para que a máquina tenha maior força para romper a escavação e tenha uma velocidade compatível de deslocamento, mantendo o equilíbrio do ciclo com a necessidade de esforço. “Na agricultura, as colheitadeiras já têm monitores de perda no painel e o operador tem 3 formas de intervenção: reduzir a velocidade dos batedores, reduzir a velocidade da máquina ou modificar as distâncias por onde o material passa ou, ainda, aumentar a velocidade do ventilador. Então, o operador é praticamente um programador”.
A FiatAIlis, de acordo com Figueiredo, parte do pressuposto de que é sua obrigação dar o treinamento. Desde uma “introdução ao produto”, ainda “com pouca prática, pouca graxa, pouca ferramenta”, até programas periódicos de reciclagem (um curso de transmissão de tratores de esteiras, por exemplo), e outros mais amplos, que abrangem toda uma família de produtos ou um equipamento em particular. Para participar desses cursos, com
duração de uma a duas semanas, os dealers, ou os próprios usuários, inscrevem seu pessoal com antecedência, segundo uma programação estabelecida pela FiatAllis. Os pré-requisitos básicos para participar não são muito rigorosos. Basta que o aluno conheça medidas, tenha noções de
grandezas e aritmética, e saiba ler e escrever.
Durante os cursos, os alunos contarão com alguns recursos didáticos pouco comuns mesmo em escolas de mecânica. Para treinamento hidráulico, por exemplo, onde há sempre uma grande problema em se explicar o fluxo de óleo com diagramas fixos, a FiatAllis adquiriu, por US$70 mil, de um
fornecedor alemão um sistema de válvulashidráulicas em acrílico que podem ser projetadas em uma tela. “Hoje, os cursos são práticos quando se fala em mecânica.
Evolução passou a exigir um operador e um mecânico com um novo perfil profissional.
Quando se entra no detalhe funcional, ele é teórico e nossa intenção é transformá-lo em prático, para que o mecânico realmente entenda o funcionamento dos componentes”.

FiatAllis parte do pressuposto de que é sua obrigação dar o treinamento.
Com o novo Centro de Treinamento, a FiatAllis pretende pelo menos dobrar a média atual de alunos que passam por treinamento técnico mecânico na fábrica (900 pessoas, sem incluir os operadores) e passar a ministrar o treinamento em dois níveis: treinamento mecânico e o nível de treinamento de especialização e diagnóstico. “No Centro de Treinamento teremos uma sala com 15 alunos e duas outras de stand-by e uma sala de 25. E, além disso, mais 4 áreas de treinamento prático com 15 alunos cada. Em todos os casos, o “livro-texto”, é o próprio Manual de Serviços”.
Independente do novo Centro de Treinamento, a empresa manterá os treinamentos de operadores nas obras e nas subsidiárias da própria companhia. Como quem normalmente interage com o usuário é o dealer, segundo Figueiredo, a FiatAllis concentra prioritariamente a sua ação de treinamento no pessoal técnico de sua rede deconcessionários. Além disso, mantém na própria fábrica gente preparada para diagnosticar e resolver qualquer problema. “Nós damos suporte ao dealer e aos próprios usuários quando necessário através da nossa Divisão Tecnológica, que conta com especialistas em projeto e desenvolvimento dos mais diversos equipamentos e acessórios”.
Segundo ele, uma fábrica não tem que ter um técnico, mas um engenheiro de campo.
Enquanto o técnico tem que estar no dealer, muitas vezes até no cliente, a fábrica tem que ter alguém com nível para questionar o projeto da fábrica, a adequação do projeto utilização, trazendo esse feedback para engenharia. “Porque a aplicação da máquinaé muito em função da competência, formação e criatividade do homem do campo.”
Há também um intercâmbio interno entre as fábricas FiatAllis de várias regiões e países. Figueiredo explica que esse programa parte do conceito de “plataforma de produto",ou seja, a fábrica líder na produção de umadeterminada linha dá suporte tecnológico às outras. “Eu diria que a motoniveladora é um produto brasileiro, e por isso damos todosrespaldo aos distribuidores desse produto, inclusive nos Estados Unidos e Europa".
Outro projeto em curso é o delançamento, já no segundo semestre deste ano, de CD-Rom com os manuais de serviços de diversos equipamentos. Ele complementará o manualde operação e manutenção, e o catálogo eletrônico de peças, que já estão disponíveis. Ele está sendo formatado na forma de um guiaeletrônico de reparos, com informações sobre desmontagem, montagem, medição de peças, análise de desgaste, teste de funcionamento de um conjunto hidráulica dentre outros itens. “O dealer pode utilizá-lo quando é ele que dá assistência técnica ao cliente. Mas, o CD estará disponível para os grandes usuários e servirá também come ferramenta de treinamento”.
Figueiredo acredita que, com todos essesesforços conjugados, surgirá um novo homem de manutenção que passará a questionar, participar do próprio desenvolvimento dos produtos na fábrica. "A evolução dos equipamentos nos últimos anos partiram deiniciativa das próprias fábricas, mas,na minhaopinião, usuários como os que estão reunidosna Sobratema poderiam dizer ao fabricante o que falta, o que o mercado está buscando".

Figueiredo: infra-estrutura e recursos para formação de pessoal

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