Ao longo dos últimos anos, o mercado de implementos rodoviários sofreu uma queda significativa, acompanhando as agruras generalizadas do setor de bens de capital. A base ainda é baixa, mas o suficiente para devolver a confiança. Segundo Norberto Fabris, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), em números absolutos o desempenho de janeiro a novembro de 2018 representa a metade do registrado há cinco anos. “Nesses onze meses, entregamos ao mercado 55.804 unidades, enquanto foram emplacados 100.406 produtos no mesmo período de 2013”, posiciona Fabris.
No entanto, em 2018 a curva descendente finalmente foi interrompida, sendo que o total emplacado até julho foi de 46.674 unidades, 52% acima do mesmo período de 2017, quando a indústria entregou ao mercado 30.707 implementos rodoviários. Se for considerada a demanda até agosto, o aumento é ainda maior, com um total emplacado de 55.804 unidades, frente a 36.494 unidades em igual período do ano anterior (52,9%).
Ao longo dos últimos anos, o mercado de implementos rodoviários sofreu uma queda significativa, acompanhando as agruras generalizadas do setor de bens de capital. A base ainda é baixa, mas o suficiente para devolver a confiança. Segundo Norberto Fabris, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), em números absolutos o desempenho de janeiro a novembro de 2018 representa a metade do registrado há cinco anos. “Nesses onze meses, entregamos ao mercado 55.804 unidades, enquanto foram emplacados 100.406 produtos no mesmo período de 2013”, posiciona Fabris.
No entanto, em 2018 a curva descendente finalmente foi interrompida, sendo que o total emplacado até julho foi de 46.674 unidades, 52% acima do mesmo período de 2017, quando a indústria entregou ao mercado 30.707 implementos rodoviários. Se for considerada a demanda até agosto, o aumento é ainda maior, com um total emplacado de 55.804 unidades, frente a 36.494 unidades em igual período do ano anterior (52,9%).
Gazzi vê uma retomada mais consistente em quase todas as famílias
De acordo com a Anfir, os resultados registrados por segmento também foram positivos no ano. No setor de reboques e semirreboques, por exemplo, de janeiro a julho de 2018 foram emplacadas 23.411 unidades, contra 12.912 em 2017, o que representa alta de 81,31%. Já no segmento de carrocerias sobre chassis, as vendas até julho foram de 23.263 unidades, enquanto no mesmo período de 2017 foram emplacados 17.795 produtos. “Isso representa 30,7% de resultado positivo”, comenta o executivo.
Segundo Fabris, as oscilações do setor de implementos rodoviários estão diretamente ligadas ao desempenho dos demais segmentos da economia. Atualmente, diz ele, mais de 60% das mercadorias que circulam pelas ruas e estradas do país são transportadas por meio de implementos rodoviários. “Se os negócios estão aquecidos, a nossa indústria recebe os benefícios, mas quando não estão, sofremos as consequências”, reitera.
PLAYERS
Para Alexandre Gazzi, diretor de operações da divisão montadora da Randon, o crescimento de mercado registrado em 2018 teve reflexo direto no desempenho da empresa no primeiro semestre do ano, que registrou a produção de 8.711 unidades, um volume 58,8% superior às 5.486 unidades vendidas em igual período de 2017. “A retomada dos negócios tem se mostrado consistente em quase todas as famílias de produtos, liderada pelos segmentos de graneleiros, basculantes, carga-geral e tanques”, informa. “Com isso, o market share da companhia subiu para 39,1%.”
Por sua vez, o CEO da Librelato, José Carlos Spricigo, avalia que o mercado de implementos vem reagindo acima das expectativas. Havia, decerto, uma demanda reprimida, devido à crise que se prolongou desde o segundo semestre de 2014 até o final de 2017. “Já a partir da Fenatran, no final de 2017, começamos a sentir um movimento de aquecimento nas vendas”, comenta.
O segmento de semirreboques registrou resultados “surpreendentes”, afirma o executivo, particularmente implementos voltados para logística agrícola, como os graneleiros. Mas baús lonados e baús frigoríficos também apresentaram forte recuperação, em função da melhoria da confiança dos consumidores, o que gerou um fluxo maior de cargas de alimentos e produtos industrializados, por exemplo. “Até o final de 2018, aumentamos nossa participação no mercado de 12% para 15%”, complementa.
Na Rossetti Equipamentos Rodoviários, a maior reação foi registrada nos segmentos de mineração e transporte rodoviário para atender ao setor agrícola. “Estes foram os setores que voltaram a investir e, assim, puxaram o crescimento do nosso mercado”, diz Daniel Rossetti, superintendente da empresa. “De forma geral, em relação a 2017, ambos os setores subiram 50%.”
Nessa linha, o executivo destaca as caçambas para mineração, que têm tido uma boa procura, principalmente soluções para bitrem e rodotrem basculante. Isso, inclusive, motivou novos lançamentos da marca. “Recentemente, lançamos uma linha de semirreboques específicos para mineração, com dois eixos para 52 t e três eixos para 70 t de carga líquida”, exemplifica.
MERCADO
Para Spricigo, mercado de implementos vem reagindo acima das expectativas
Os números ainda não estão consolidados, mas até o final de 2018 o mercado deve fechar com um total de emplacamentos de 82 mil unidades, entre reboques, semirreboques e carrocerias sobre chassis, em proporções iguais para cada segmento.
De acordo com Gazzi, da Randon, o mercado de semirreboques tem potencial de crescer mais de 30% em relação a 2017, mesmo prevendo algum leve desaquecimento dos volumes no segundo semestre em função da sazonalidade de alguns segmentos, como o canavieiro e graneleiro.
Entretanto, o executivo avalia que o mercado não deve retornar tão rápido aos números verificados no passado, quando o mercado interno chegou a movimentar mais de 70 mil unidades, em parte motivado pelo crédito farto e barato, um fator que – segundo ele – não retornará no médio prazo. “Porém, é fato que os números verificados nos últimos anos estão aquém da necessidade e da demanda do país, o que abre espaço para crescer”, sintetiza.
Além da mineração, Rosseti destaca o transporte rodoviário para o setor agrícola
Além da necessidade de renovação da frota nacional, o executivo da Randon também cita a vantagem competitiva trazida por produtos mais atualizados, que trazem maior eficiência e produtividade à operação, fatores fundamentais na tomada de decisão dos transportadores de adquirir novos implementos. Todavia, para que este “ciclo virtuoso” se realize, é preciso que “o fabricante e o transportador contem com uma política econômica mais estável e que o crescimento retorne a níveis de, pelo menos, 3% do PIB, além de uma maior previsibilidade do dólar”.
Fazendo coro, Fabris, da Anfir, destaca que a indústria de implementos rodoviários depende diretamente do bom desempenho da economia para aquecer seus negócios. “Quaisquer medidas tomadas pelo governo que reflitam positivamente na atividade econômica acabam por beneficiar os negócios do setor”, diz ele.
Já Rossetti avalia que, após quatro anos de obras paradas e de investimentos minguantes em infraestrutura, o mercado irá reagir aos poucos, retomando gradativamente os investimentos para aquisição de implementos. “Já em 2019 veremos uma parte desta retomada acontecer”, sublinha. “O Brasil é um país grande que precisa de infraestrutura, de modo que não podemos sucatear toda nossa malha rodoviária e ficar com os investimentos parados.”
De acordo com o executivo da Randon, episódios recentes como a greve dos caminhoneiros – que paralisou momentaneamente a produção no país – não deixaram sequelas no setor rodoviário, que responde por 70% de tudo o que se transporta no país. “Ao contrário, muitas consultas de compras estão acontecendo, o que atribuímos, em grande parte, à nova tabela de fretes”, ressalta.
EXPORTAÇÃO
Em relação às exportações, Fabris explica que o cenário é de pleno desenvolvimento desde 2016, quando a Anfir iniciou um programa de incentivo junto à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), visando a ampliar as exportações do setor. “As vendas no mercado externo têm maturação mais longa e, por isso, os resultados ainda são gradativos”, diz ele.
Na Librelato, as exportações também vêm crescendo desde que a empresa buscou no mercado externo uma alternativa para minimizar os efeitos da queda das vendas no mercado interno. “Hoje, cerca de 20% de nosso faturamento vêm do mercado externo”, conta Spricigo. “Estamos trabalhando para abrir novos mercados na América do Sul e, também, na África, regiões onde nossos produtos são muito bem-aceitos devido à semelhança de clima, operação e topografia.”
Segundo o executivo, em tempos normais o mercado brasileiro é praticamente o dobro do mercado sul-americano. “Isso excluindo o México, que tem características muito peculiares e está muito ligado à influência dos Estados Unidos”, afirma.
Quanto à Randon Implementos, a participação das exportações nos resultados representa 15% da receita total da companhia, devendo fechar o ano de 2018 em US$ 70 milhões, contabilizando as exportações diretas do Brasil e os negócios feitos a partir das unidades no exterior. Mas, apesar de ter fechado bons negócios com os demais mercados sul-americanos, o Brasil segue como maior mercado potencial da empresa. “O Brasil, sozinho, representa 50% de todos os demais países da América do Sul juntos”, comenta Gazzi.
Por sua vez, Daniel Rossetti afirma que a expectativa é de obter 15% do faturamento via exportações, “mantendo um viés de crescimento”.
AGRIBUSINESS IMPULSIONA SETOR DE IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS
Agronegócio segue como âncora de negócios para o setor de implementos
Com as sucessivas safras recordes registradas no país, o agronegócio tem contribuído sobremaneira para a recuperação dos negócios do segmento de implementos rodoviários. Segundo Alexandre Gazzi, diretor de operações da Randon, a cadeia do setor agrícola tem tido um papel relevante para a sustentabilidade econômica dessa indústria, especialmente nos três últimos anos, quando a safra ultrapassou 240 milhões de toneladas.
De olho nesse segmento, a Randon Implementos inaugurou em 2018 uma nova unidade em Araraquara (SP), voltada para a fabricação de semirreboques canavieiros e de vagões ferroviários, como a Revista M&T informou na edição no 223. “A Randon Araraquara está em um polo de grande demanda por produtos voltados para o agronegócio, além de mais próxima dos fornecedores e clientes, o que facilita entregas mais rápidas dos nossos produtos”, comenta David Abramo Randon, diretor-presidente da Randon.
Segundo José Carlos Spricigo, CEO da Librelato, o agronegócio foi o que menos sofreu com a crise prolongada e o que primeiro reagiu positivamente com o início da retomada econômica neste ano. Para acompanhar o ritmo, a empresa lançou sua nova linha graneleira no final de 2017, praticamente dobrando as vendas de produtos. “A linha graneleira responde por 27% do volume movimentado”, finaliza.
Saiba mais:
Anfir: www.anfir.org.br
Librelato: www.librelato.com.br
Randon Implementos: www.randon.com.br
Rossetti: www.rossetti.com.br
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