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Revista M&T - Ed.83 - Jun/Jul 2004
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QUALIFICAÇÃO

Engenharia do exército : batalhões de homens e máquinas

Em palestra na Sobratema, o diretor da DOC, general de brigada ítalo Fortes Avena, fala da importância do curso Opus de treinamento e do plano de renovar a frota de máquinas do Exército.

Diretoria de Obras de Cooperação (DOC) do Exército teve em 2003 um orçamento de R$ 45,6 milhões, repassados pelo governo federal. É pouco, se considerados os custos altos de manutenção da frota de equipamentos pesados atribuídos pelo diretor do órgão, o general de divisão ítalo Fortes Avena, tanto à idade média das máquinas — fabricadas a partir de 1990, com renovação parcial entre os anos de 1994 e 1996 - quanto à falta de preparo dos operadores.

O segundo problema já teve uma solução adequada, com a contratação do Instituto Opus, da Sobratema, para a reali


Em palestra na Sobratema, o diretor da DOC, general de brigada ítalo Fortes Avena, fala da importância do curso Opus de treinamento e do plano de renovar a frota de máquinas do Exército.

Diretoria de Obras de Cooperação (DOC) do Exército teve em 2003 um orçamento de R$ 45,6 milhões, repassados pelo governo federal. É pouco, se considerados os custos altos de manutenção da frota de equipamentos pesados atribuídos pelo diretor do órgão, o general de divisão ítalo Fortes Avena, tanto à idade média das máquinas — fabricadas a partir de 1990, com renovação parcial entre os anos de 1994 e 1996 - quanto à falta de preparo dos operadores.

O segundo problema já teve uma solução adequada, com a contratação do Instituto Opus, da Sobratema, para a realização de cursos de treinamento em operação de equipamentos, a princípio aos soldados de cada batalhão de engenharia que já possuem experiência como operadores. A seguir, serão ministrados cursos de formação para oficiais e sargentos que atuarão como agentes multiplicadores na formação dos soldados operadores.

Já a renovação da frota depende essencialmente de maiores recursos. A meta do general é uma elevação progressiva, com sua duplicação já neste ano, rumo a R$ 200 milhões. Do total repassado, apenas R$ 5 milhões “sobraram” em 2003 para a aquisição de equipamentos permanentes, dos quais R$ 2,6 milhões puderam ser destinados a máquinas para obras. Como esse volume é insuficiente para uma aquisição nos moldes do que seria necessário e desejável, a DOC está preparando uma licitação para alugar máquinas com opção de compra ao final do contrato de locação. Na mira, estão entre 20 e 30 equipamentos e todos os fabricantes ou seus dealers, presentes na palestra feita no auditório da Sobratema — Atlas Copco, Volvo, Komatsu, Liebherr, Fiatallis e Sotreq, por exemplo -, foram convidados a participar. “O Exército não é um mau pagador. Na DOC eu só assumo uma iniciativa dessas se tiver dinheiro em caixa para custeá-la”, garantiu o general.

Treinamento- Dos recursos recebidos pela DOC em 2003, 21% foram consumidos em gastos com combustíveis, 17% em insumos, 8% com peças de reposição e 3% com serviços. Na terceirização de obras, compra e locação de equipamentos foram aplicados 11% do total. O maior montante foi empregado em treinamento, mas, como explica Avena, “faltava ao Exército um método de ensino que surgiu com o Opus. Apostamos muito nessa parceria e estamos querendo outras”. O objetivo do DOC é certificar 7.500 treinandos nos próximos três anos e, há perspectivas de que o Opus seja incluído no programa federal “Primeiro Emprego”, o que estabeleceria uma linha regular de cursos.

A contratação do Opus só surpreende quando não se conhece o portfólio de obras do Exército que, há quase 200 anos fundou a primeira escola de engenharia do Brasil - o Instituto de Engenharia Militar. O primeiro curso privado surgiria somente cem anos depois, daí a denominação de engenharia civil, explica Avena. No início do século passado, o Exército já construía ferrovias e foi ele que, nessa mesma época, implantou as linhas de telégrafo no País”, conta, acrescentando que hoje o acervo ferroviário militar é de 3.598 km, a mesma distância entre Madri e Moscou, enquanto o acervo rodoviário é de 13,5 mil km.

Com Grupamentos de Engenharia e Construção em João Pessoa (PB) e Manaus (AM) e Batalhões de Engenharia e Construção (BEC) em Cuiabá (MT), Lages (SC) e Araguari (MG), ligados por vínculos técnicos e não militares, “o teatro de operações da DOC está centrado principalmente em áreas do território nacional onde há possibilidade de ocorrerem conflitos ou onde dificuldades geográficas encareceriam demais a contratação de uma construtora (veja box)”, justifica Avena.

Nesse contexto, cresce a importância dos cursos de treinamento com o que o Exército acaba também disponibilizando profissionais qualificados no mercado. Para isso, no entanto, devia suprir a deficiência de certificação, o que conseguiu com o Opus. O primeiro curso ministrado pelo Instituto foi encerrado em 28 de maio, em Araguari (MG) e serviu como uma espécie de teste, conta Avena, por ser destinado a operadores já experientes que, poderiam, portanto, validar ou não a eficiência do curso. “Um dos inscritos, por exemplo, opera motoescrêipers há 17 anos e, apesar disso, me garantiu ter aprendido muito sobre operação, cuidados com a máquina e manutenção”, garante o general. Em uma segunda etapa, o treinamento foi voltado para oficiais e sargentos. Aprovado, o curso seguiu para o BEC de Cuiabá, onde teve início em 13 de junho, destinado à formação de instrutores entre oficiais e sargentos.

Frota- Em paralelo à qualificação dos operadores, a DOC vem atualizando também sua frota pesada. “De 1990, quando a maioria de nossas máquinas foi fabricada, para cá, a matriz de equipamentos se alterou”, justifica Avena, admitindo que, até alguns anos atrás, ele próprio não conhecia uma escavadeira hidráulica. A ideia é manter a quantidade de máquinas existentes em 2003, mas substituindo-as por novas as maiores aquisições feitas já têm quase dez anos (1995) - foram 59 equipamentos para atender à construção da Ferrooeste. A disponibilidade operacional média da frota, em dezembro passado, foi de 64,6% e, em certas obras realizadas pelo departamento, conta Avena, os custos de manutenção chegaram a 30% do valor da obra.

Por isso, a DOC está se desfazendo das máquinas mais antigas. Em 2003, foram alienados 194 equipamentos. Até maio deste ano já haviam sido vendidos outros 63, dentro de uma previsão entre 150 e 200 unidades. Também neste ano foram adquiridas uma motoniveladora e uma usina de asfalto. A frota será reforçada com máquinas locadas – entre 20 e 30 modelos. A prioridade, explica Avena, será dada a mais motoniveladoras e a escavadeiras hidráulicas de 20 toneladas, seguidas de tratores de esteiras, pás-carregadeiras de rodas de médio porte, rolos compactadores, usinas de asfalto, vibroacabadoras e fresadoras. O exército também pretende investir em peças originais de reposição, “para manter as funções do ativo com confiabilidade”, diz o general. Uma das alternativas em cogitação é o sistema de registro de preços, que agiliza o processo de compra. Ao invés de abrir uma licitação a cada demanda por peças, abre-se uma única concorrência pública, elencando todos os itens de reposição que podem ser requisitados. As empresas vencedoras têm exclusividade de fornecimento por um ano. O preço de referência das peças a ser utilizado terá de incorporar o desconto de tabela sugerido pelas fabricantes.

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