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Revista M&T - Ed.178 - Abril 2014
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Demolição

Desmonte controlado

Incipiente no país, mercado de tesouras hidráulicas de demolição vive momento de crescimento e anima fabricantes de equipamentos a investir na expansão dos negócios
Por Camila Waddington

A falta de espaço físico nas grandes cidades tem estimulado o desenvolvimento de novas tecnologias no mercado de construção. Em todo o mundo, luta-se por centímetros entre as edificações que ocupam a paisagem urbana e tornou-se comum a substituição de prédios antigos por modernos arranha-céus, com projetos contemporâneos e funcionalidade aperfeiçoada. Mais comum ainda é a substituição de bairros inteiros de casas térreas envelhecidas, que são impiedosamente demolidas para a construção de prédios, principalmente nas regiões mais valorizadas das grandes cidades. Essa situação é mais corriqueira em metrópoles europeias e norte-americanas, nas quais os processos de demolição de estruturas de concreto armado não param de evoluir como mola propulsora dessa contínua recriação urbanística.

No Brasil, porém, a prática ainda é incipiente – como avaliam os fabricantes ouvidos nesta reportagem. Mas, até por isso, também é promissora. Afinal, já há uma gama considerável de implementos em oferta para potencializar os processos de demolição, sendo possível atualmente escolher, inclusive, o tipo de material que se deseja obter dos destroços (como brita, pó e ferragens). “Para atender às necessidades dos países europeus, a demolição, antes limitada ao método de percussão com o uso de rompedores hidráulicos, seguiu o caminho do desmonte por corte ou cisalhamento”, explica Marcos Schmidt, gerente de produtos da Atlas Copco. “E, nesse tocante, as tesouras hidráulicas ganharam destaque.”

PRECISÃO

Ao detalhar as qualidades e aplicações das tesouras hidráulicas, Schmidt enfatiza que seu uso – assim como o de pulverizadores, caçambas de demolição e outros implementos – é indicado para solucionar problemas frequentemente causados por rompedores hidráulicos nas demolições. É o caso da transmissão de vibrações a toda a estrutura da edificação, inclusiva aos segmentos que não seriam demolidos.

O ruído elevado é outro ponto negativo dos rompedores, assim como a falta de precisão, que impede a prática de desmontes seletivos. “Já as tesouras hidráulicas oferecem a possibilidade de demolições precisas, uma vez que não trazem repercussão em estruturas adjacentes”, destaca Schmidt.

Pela natureza me


A falta de espaço físico nas grandes cidades tem estimulado o desenvolvimento de novas tecnologias no mercado de construção. Em todo o mundo, luta-se por centímetros entre as edificações que ocupam a paisagem urbana e tornou-se comum a substituição de prédios antigos por modernos arranha-céus, com projetos contemporâneos e funcionalidade aperfeiçoada. Mais comum ainda é a substituição de bairros inteiros de casas térreas envelhecidas, que são impiedosamente demolidas para a construção de prédios, principalmente nas regiões mais valorizadas das grandes cidades. Essa situação é mais corriqueira em metrópoles europeias e norte-americanas, nas quais os processos de demolição de estruturas de concreto armado não param de evoluir como mola propulsora dessa contínua recriação urbanística.

No Brasil, porém, a prática ainda é incipiente – como avaliam os fabricantes ouvidos nesta reportagem. Mas, até por isso, também é promissora. Afinal, já há uma gama considerável de implementos em oferta para potencializar os processos de demolição, sendo possível atualmente escolher, inclusive, o tipo de material que se deseja obter dos destroços (como brita, pó e ferragens). “Para atender às necessidades dos países europeus, a demolição, antes limitada ao método de percussão com o uso de rompedores hidráulicos, seguiu o caminho do desmonte por corte ou cisalhamento”, explica Marcos Schmidt, gerente de produtos da Atlas Copco. “E, nesse tocante, as tesouras hidráulicas ganharam destaque.”

PRECISÃO

Ao detalhar as qualidades e aplicações das tesouras hidráulicas, Schmidt enfatiza que seu uso – assim como o de pulverizadores, caçambas de demolição e outros implementos – é indicado para solucionar problemas frequentemente causados por rompedores hidráulicos nas demolições. É o caso da transmissão de vibrações a toda a estrutura da edificação, inclusiva aos segmentos que não seriam demolidos.

O ruído elevado é outro ponto negativo dos rompedores, assim como a falta de precisão, que impede a prática de desmontes seletivos. “Já as tesouras hidráulicas oferecem a possibilidade de demolições precisas, uma vez que não trazem repercussão em estruturas adjacentes”, destaca Schmidt.

Pela natureza mecânica de seu funcionamento, o momento de força das tesouras é exercido em posição estática, explica o especialista. Ou seja, a força ocorre apenas quando as garras se fecham sobre o elemento a ser demolido. “Por isso, elas podem oferecer precisão mesmo a distâncias maiores, o que favorece a sua aplicação em demolições a grande altura“, acresce o gerente. “Com o rompedor é diferente, pois é uma solução que requer contato consistente e transversal ao seu eixo para não deslocar-se do ponto de quebra visado”, completa, frisando a dificuldade intrínseca de se realizar demolições em grandes alturas com o uso de rompedores.

Para Schmidt, entretanto, a cultura de utilização de tesouras ainda é muito nova no Brasil e, por isso, não é possível quantificar sua efetiva representatividade em relação aos demais implementos de demolição comercializados a cada ano no país. Todavia, considerando o avanço dessa técnica de desmonte, principalmente nos grandes centros urbanos, a Atlas Copco pretende fechar o ano com um índice de 5% a 10% de suas vendas de implementos de demolição representados justamente pelas tesouras.

TRANSIÇÃO

Na mesma linha, Walfrido Piantieri, supervisor da Rammer – marca controlada pelo grupo Sandvik –, concorda com a premissa de que o mercado para tesouras de demolição ainda é pequeno no Brasil. Na sua visão, contudo, o país já está em uma fase de transição cultural entre o desmonte manual e o mecanizado. “Claramente, os principais mercados estão em São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente pela necessidade de uma incessante revitalização urbana, ou seja, a demolição de prédios antigos e avariados para a construção de novos”, diz ele. “Mas muita coisa ainda é feita na marreta, literalmente.”

Para o executivo da Rammer, além da mudança cultural, o mercado de reciclagem de resíduos também deve impulsionar as vendas de implementos de demolição mais avançados como as tesouras hidráulicas. “No Brasil, essa prática foi iniciada apenas na última década, mas tende a avançar rapidamente para atender a prazos, aos gargalos de falta de mão de obra e, principalmente, às legislações”, diz ele.

A propósito, a parte normativa a que Piantieri se refere está balizada na Política Nacional de Resíduos Sólidos, que – após ser sancionada pela Lei 12.305, de agosto de 2010 – exigiu uma forte movimentação para adequação dos processos da construção civil às disposições ambientais nela previstas.

Como são disposições relativamente recentes, Piantieri acredita que o espaço para avanço dessa tecnologia ainda é amplo, principalmente se compararmos com o que acontece na Europa e nos EUA. “Lá, a cultura é diferente e eles adotam esses equipamentos em grande escala, principalmente por conta do custo da mão de obra, que é alto, e pela preocupação com a qualidade da operação”, diz ele. “O brasileiro, infelizmente, mantém a visão de curto prazo de optar pelo mais barato. Por isso, ainda não temos processos de demolição plenamente mecanizados.”

OFERTA

Com isso, o executivo da Rammer revela que a empresa comercializou apenas quatro unidades de tesouras de demolição no Brasil em 2013, sendo três delas para trabalhar acopladas a uma escavadeira portadora de 16 a 25 toneladas e uma para trabalhar com escavadeiras de pequeno porte, de 6 a 10 toneladas. “Mas nossa oferta é extensa e inclui cinco modelos de tesouras, que possuem quatro dentes nas extremidades e ferramentas de corte de vergalhões no interior”, afirma.

Segundo ele, os dentes são removíveis e opcionalmente podem ser substituídos por um pulverizador. Dessa forma, o usuário obtém duas possibilidades de atuação com um só implemento, sendo que o dente pulverizador na tesoura oferece até 40% da produtividade de um implemento pulverizador destinado especificamente para esse fim.

Entre os modelos de tesouras hidráulicas da Rammer, Piantieri destaca a BC 2019 como carro-chefe. É justamente esse modelo que ostenta o maior volume de vendas, como citado acima. “Ele é mais requisitado pela popularidade no Brasil das escavadeiras da classe de 20 toneladas, que são suas máquinas portadoras”, avalia.

A empresa norte-americana Stanley Hydraulic Tools também atua no mercado de implementos para demolição por meio da marca LaBounty. Assim como os demais fabricantes, a empresa vê o Brasil como um mercado promissor, mas ainda embrionário. Como a fabricante define as tesouras de demolição em uma categoria genérica para os implementos avançados de cisalhamento, seu produto de destaque é um pulverizador da linha MDP.

Trata-se de um processador móvel para demolição com versões para máquina portadora de até 125 toneladas, cujo desenvolvimento foi embasado nas características de outra linha de produtos da empresa, a MSD, voltada para o processamento de sucata. “Patenteado, esse novo acessório possui cilindro único e reverso de alta potência”, diz Flávia Garcia, gerente de vendas da Stanley Infrastructure Solutions. “Também possuiu mandíbulas que podem pulverizar ou simplesmente quebrar o concreto, além de contar com lâminas para cortar vergalhões, barras de ferro U, tubos e chapas de aço.”

A Atlas Copco também oferece pulverizadores, mas Schmidt destaca a linha de tesouras hidráulicas, até pela diferenciação que a empresa faz entre os dois tipos. “A tesoura opera por cisalhamento, enquanto o pulverizador destina-se ao desmonte por esmagamento”, explica. “Além disso, a utilização predominante do pulverizador é no processo de separação do concreto do aço, adequando-os à reciclagem. Ou seja, trata-se de uma etapa posterior à demolição praticada pelas tesouras.”

Nesse contexto, a fabricante sueca dispõe de quatro opções de aplicação de tesouras, que somam 15 diferentes modelos de implementos. Todos os equipamentos são tesouras do tipo combinada (Combi Cutter), indicadas para uso universal no corte de concreto armado ou estruturas de alvenaria. “Dotadas de garra tipo S, elas destinam-se ao desmonte de estruturas de aço perfilado como telhados, galões metálicos e outras”, sublinha Schmidt.

DIMENSIONAMENTO

Atendendo a demolições de diferentes portes, as tecnologias apresentadas pelos fabricantes são disponibilizadas em tamanhos variados, mas todas funcionam como implemento de uma máquina portadora, geralmente escavadeira. Selecionar corretamente esse conjunto, portanto, faz toda a diferença para a operação.

Piantieri, da Rammer, explica que a ocorrência de sobrepeso – o uso de tesoura em um equipamento portante menor do que o especificado – pode causar tombamento da máquina, além de acarretar perda de potência do implemento. “Por outro lado, o uso de uma escavadeira maior do que o especificado acarretará perda econômica para o usuário, pois consumirá mais combustível e demandará manutenção mais cara, entre outros fatores”, diz ele, lembrando que a instalação depende de uma adequação do sistema hidráulico, realizado – no caso da Rammer – por uma ferramenta conhecida como flowmeter, que calcula pressão, vazão e outros pontos focais do sistema.

Schmidt, por sua vez, pondera que os principais parâmetros envolvidos são o peso operacional da escavadeira e suas configurações hidráulicas. Segundo o gerente da Atlas Copco, no caso de escavadeiras com braço alongado, deve-se analisar também os parâmetros de içamento (lifting) definidos pelo fabricante da máquina portadora. “Porém, o habitual é a escolha inversa. Ou seja, a tesoura é comprada de acordo com a escavadeira que o cliente já possui na frota”, finaliza.

 

 

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