P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.230 - Dez/Jan 2019
Voltar
M&T Expo 2018

De volta para o futuro

Realizada pela primeira vez fora de sua época tradicional, a 10ª edição da M&T Expo surpreendeu expositores pelos bons resultados, prenunciando uma retomada mais forte do setor de máquinas pesadas no país

A 10ª edição da M&T Expo (Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração) já entrou para a história. Se por um lado seu inédito (e forçado) adiamento em decorrência da greve dos caminhoneiros representou contratempos para todos os envolvidos, por outro também propiciou sua realização em um momento mais ameno da conturbada política nacional, com as eleições já decididas e o mercado mais confiante e em franca expectativa pela retomada do crescimento. Nesta edição, a feira recebeu aproximadamente 40 mil visitantes e reuniu 800 expositores de 19 países – Alemanha, Canadá, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, Reino Unido, Rússia, Suécia, Suíça e Turquia.

Como veremos neste especial, o tom do evento foi de otimismo entre players, palestrantes e visitantes, todos exalando um clima de superação que, ademais, materializou-se nos resultados da feira. “A M&T Expo acaba sendo um termômetro para medirmos como está a situação do mercado”, afirmou Giovanni Borgonovo, ger


A 10ª edição da M&T Expo (Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração) já entrou para a história. Se por um lado seu inédito (e forçado) adiamento em decorrência da greve dos caminhoneiros representou contratempos para todos os envolvidos, por outro também propiciou sua realização em um momento mais ameno da conturbada política nacional, com as eleições já decididas e o mercado mais confiante e em franca expectativa pela retomada do crescimento. Nesta edição, a feira recebeu aproximadamente 40 mil visitantes e reuniu 800 expositores de 19 países – Alemanha, Canadá, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, Reino Unido, Rússia, Suécia, Suíça e Turquia.

Como veremos neste especial, o tom do evento foi de otimismo entre players, palestrantes e visitantes, todos exalando um clima de superação que, ademais, materializou-se nos resultados da feira. “A M&T Expo acaba sendo um termômetro para medirmos como está a situação do mercado”, afirmou Giovanni Borgonovo, gerente de marketing da New Holland Construction. “E, nesse sentido, pudemos sentir um grande otimismo por parte do público na retomada do segmento da construção.”

E nem mesmo o adiamento do evento foi capaz de tirar seu brilho. Para o vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel, o momento de realização da feira foi perfeito. “Ouvi vários fabricantes afirmando que foi muito bom a feira ter sido realizada após as eleições, pois as pessoas estão mais otimistas e as expectativas em relação aos projetos de infraestrutura são muito maiores”, disse. “Vivemos um momento que excede nossas expectativas, as vendas estão em alta e as equipes estão satisfeitas com os resultados obtidos.”

De fato, como maior evento de seu segmento na América Latina, a feira é reconhecida justamente pela sua capacidade de gerar (muitos) negócios. Em 2015, por exemplo, foram movimentados aproximadamente R$ 3 bilhões em negociações. Isso porque, como acontece já há 23 anos, os visitantes aguardam a feira para renovar seus parques de equipamentos. E dessa vez não foi diferente. “Certamente, a feira contribui para os resultados do mercado, como vem ocorrendo em todas as edições anteriores, quando ajudou a reverter os impactos da crise econômica enfrentada pelo país”, disse Afonso Mamede, presidente da Sobratema.

RESULTADOS

Volume de negócios fechados durante a feira surpreendeu expositores

O volume de negócios gerados na feira ainda não havia sido divulgado até o fechamento desta edição, mas, a se fiar nos depoimentos de vários expositores, os resultados ficaram acima do previsto. “Nossa expectativa era bem positiva antes do início da feira e está se confirmando”, comentou Walter Rauen, CEO da Bomag Marini Latin America, destacando que a empresa vendeu todos os equipamentos expostos no estande. “Além da venda do nosso lançamento, conseguimos vender produtos de outras linhas.”

A seu ver, isso significa que a feira não foi afetada pela mudança de data. “A realização em uma nova data acabou sendo benéfica, pois coincidiu com um momento no qual o quadro sucessório já estava definido”, afirmou. “E isso acabou sendo favorável, pois temos percebido um tremendo otimismo por parte dos nossos clientes em relação a 2019.”

Ainda durante o evento, essa percepção também foi passada pelo presidente da Ciber Equipamentos Rodoviários, Luiz Marcelo Tegon, que revelou ter concluído vários negócios. “A M&T Expo 2018 tem sido bastante positiva, pois tivemos a presença de muitos clientes e estamos bem perto da nossa meta”, afirmou o executivo.

Público qualificado acorreu em busca de novas opções de fornecedores de produtos e serviços

O mesmo balanço positivo também foi relatado pela Komatsu. “Nosso estande está sempre cheio de clientes e receber esse volume expressivo de visitas em uma feira promovida nessa época do ano é surpreendente”, contou Luciano Rocha, gerente da divisão de equipamentos de construção da Komatsu. “O mais importante é que temos recebido clientes muito qualificados, realmente interessados em prospectar a compra de equipamentos.”

O clima otimista em relação aos negócios também foi relatado pela John Deere. “A M&T Expo 2018 tem sido uma surpresa muito boa para nós”, afirmou Roberto Marques, diretor de vendas da divisão de construção e florestal da fabricante, que também ressaltou a qualidade dos clientes que visitaram a feira. “Todos estão muito interessados na efetiva aquisição de equipamentos e, por isso, tem sido uma feira de negócios bastante importante”, atestou. “Estamos seguros de que essa feira representa a retomada de um ciclo mais próspero para a infraestrutura brasileira.”

No mesmo tom, o presidente da Terex Latin America, Gustavo Faria, resumiu o clima de alívio dos fabricantes após meses de espera pela nova data da feira, destacando a qualidade dos estandes. “O adiamento foi muito chato, mas o momento agora é muito melhor do que seria em junho”, disse. “A feira surpreendeu nesse sentido, com o pessoal mais animado. Todo mundo veio, os estandes estão impecáveis e, já no segundo dia, tivemos uma visitação interessante e encaminhamos negociações para nossos equipamentos. Mas são negócios disputados.”

Se os fabricantes ficaram satisfeitos, isso ocorreu porque, do outro lado do balcão, os visitantes também mostraram disposição em virar a página da crise e voltar a investir. “Vim à M&T Expo apenas com a intenção de conhecer os equipamentos, mas depois que vi as máquinas, as promoções e a taxa de juro ofertada, tenho intenção de comprar”, comentou Maicon Moreira, diretor da Moremac Locações e Terraplenagem, de Maringá (PR), que se mostrou surpreso com a estrutura e a diversidade de produtos expostos na feira. “Em apenas uma pequena volta, pude conhecer diversos fornecedores, por exemplo, das áreas de manutenção hidráulica, motores e pistões”, disse o empresário.

Essa variedade de expositores, como ressalta Moreira, auxilia as empresas em um de seus maiores desafios de gestão, que é encontrar novas opções de fornecedores, tanto de produtos quanto de serviços. “As pessoas precisam sair da zona de conforto e descobrir que existem diversos fornecedores e fabricantes que podem ajudar a resolver seus problemas do dia a dia na M&T Expo”, complementou.

OTIMISMO

Se o clima foi de confiança, existem bons motivos para isso. “Os recentes movimentos em torno da reativação de obras paralisadas e as sinalizações do governo eleito sobre os necessários e urgentes investimentos em infraestrutura têm viabilizado um horizonte de otimismo para as empresas do nosso segmento”, afirmou Mamede durante a solenidade de abertura do evento.

Em sua fala, o dirigente lembrou a natureza cíclica do setor e apontou para as oportunidades que se abrirão com o novo ciclo de investimentos, que todos aguardam para breve. “Se há um segmento com capacidade de reagir rápido, é o da construção. É o primeiro a sentir os efeitos na queda, mas também é sempre o primeiro a reagir, gerando empregos e renda às pessoas”, disse. “E essa feira é uma forma de auxiliar esse processo de mudanças, criando canais de negociação de equipamentos mais modernos, produtivos e seguros.”

Ressaltando como a edição exigiu uma superação adicional, Mamede também citou o adiamento provocado pela greve dos caminhoneiros, ocorrida praticamente na mesma época prevista para a feira, no início de junho. “Pela primeira vez a M&T Expo é realizada fora da sua época tradicional”, destacou. “Por outro lado, essa necessidade também trouxe maior empenho, esforço e dedicação redobrados de todos.”

O presidente da Sobratema lembrou ainda que a edição coincidiu com as comemorações dos 30 anos da entidade, além de citar a parceria com a Messe München – parceira na realização da feira. “Com essa parceria, a M&T Expo passa a se inserir na rede das mais importantes feiras mundiais de tecnologias para o setor”, comentou. Na mesma linha, o executivo Falk Senger, diretor da Messe München International, ressaltou a importância que a união entre as duas entidades representa para a concretização do evento. “A M&T Expo já tem uma longa tradição, sendo realizada com sucesso há 23 anos, de modo que não poderíamos organizar a feira sem essa colaboração”, disse ele.

Abertura da feira reuniu lideranças de vários setores no São Paulo Expo

Ambos os líderes também destacaram o valor conceitual e referencial da feira, uma vez que, além da exposição das mais modernas máquinas destinadas para obras de infraestrutura, a feira contempla uma série de atividades para agregação de conteúdo e atualização de conhecimentos sobre os segmentos-foco. “A feira também oferece uma grande oportunidade para que as empresas dos segmentos de construção e mineração estabeleçam e aprofundem os relacionamentos com seus clientes e parceiros, no sentido de realizar e ampliar negócios”, disse Senger. “Ou seja, não é apenas a maior feira, mas também o ambiente certo para iniciar negócios.”

Por sua vez, o diretor de feiras de bens de capital da Messe München, Collin Davis, destacou que a primeira edição promovida com participação da Messe München do Brasil tinha tudo para ser o sucesso que foi, pois “acontece no melhor momento possível, uma vez que as eleições foram definidas e um novo cenário político-econômico já foi desenhado para os próximos anos, estimulando a volta do crescimento para todos os setores, incluindo a construção e a mineração”. “Esta feira tem um significado especial para nós, pois completa o nosso portfólio global de eventos para o setor”, afirmou Davis, que apontou para o grande potencial do país no segmento. “É por isso que estamos aqui para ficar.”

TRANSFORMAÇÃO

A solenidade de abertura contou ainda com as presenças de autoridades políticas, empresariais e militares. Representando o governo do estado, o secretário de energia de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles, deixou uma mensagem de confiança em relação às oportunidades do segmento. “O país está pronto para explodir em desenvolvimento”, assegurou, ressaltando que o estado de São Paulo pode contribuir com seus modelos de concessões, de forma a replicá-los em outras regiões. Em seu discurso, o secretário municipal de serviços e obras da cidade de São Paulo, Vitor Aly, chamou a atenção para as potencialidades da feira. “O tamanho da M&T Expo deste ano surpreende e acredito que será um sucesso em termos de negócios”, comentou o secretário, ressaltando ainda a relevância das Parcerias Público-Privadas que estão sendo licitadas pela prefeitura.

Para o diretor-adjunto do Departamento da Indústria da Construção Civil, da Fiesp (Federação das Indústria de São Paulo), Newton José Cavalieri, a realização da M&T Expo 2018 após o forçoso adiamento foi uma amostra de persistência e confiança no país. “Reprogramar a data da feira é uma demonstração de audácia que vai ao encontro do momento de transformação que vivemos, com a expectativa da volta dos investimentos em infraestrutura e equipamentos, que movem o desenvolvimento do país”, disse ele. No mesmo tom, o presidente da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de Classe de Infraestrutura (Brasinfra), Emir Cadar Filho, destacou a necessidade de união na luta por investimentos e melhorias no Brasil. “Estamos no mesmo barco, é preciso se juntar na hora do aperto”, afirmou. “E a infraestrutura é a locomotiva que move o país, o resto é vagão. Sem ela, nada anda no país.”

Também participaram da solenidade de abertura oficial da M&T Expo o major Eduardo Mendonça Dorneles, o coronel Alexandre Lopes Nogueira, ambos do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, e o embaixador Affonso Massot, secretário municipal de relações internacionais de São Paulo.

SOBRATEMA DEBATE CONJUNTURA

Em coletiva de imprensa realizada na M&T Expo 2018, o economista Fernando Garcia ressaltou as perspectivas positivas para o setor ao apresentar os resultados do mais recente Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos, que mostrou um avanço de 40% em relação ao ano anterior. “Para manter esse ritmo, o governo precisa investir mais em infraestrutura e imprimir maior velocidade às licitações”, destacou o consultor, acrescentando que o clima de otimismo pode ser ainda maior em 2020, desde que a agenda de reformas seja mantida, fazendo com que a iniciativa privada volte a investir no país. “O pragmatismo precisa prevalecer sobre a questão ideológica”, disse.

Segundo o vice-presidente da Sobratema, Mário Humberto Marques, as obras já foram em parte retomadas, “graças a algumas ações do governo relacionadas aos leilões e licitações”. Corroborando sua análise, durante a feira foram lançados os editais para o leilão de 12 aeroportos em três regiões do país, além da subconcessão da Ferrovia Norte-Sul e de quatro terminais portuários por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), com expectativa de arrecadação de mais de R$ 4,5 bilhões e investimentos em torno de R$ 6,4 bilhões.

Representantes da Sobratema e da Messe München avaliaram o cenário da infraestrutura no Brasil

Também vice-presidente da Sobratema, Juan Manuel Altstadt destacou a situação dos profissionais após anos de recessão. “Agora é uma questão de o mercado brasileiro se reordenar”, disse ele. “Essa situação que acontece no Brasil hoje já aconteceu em vários países, como a Alemanha. Lá, quando as grandes empresas sucumbiram, as menores absorveram os profissionais dessas empresas e passaram a fazer as obras de infraestrutura em grandes consórcios entrantes.”

Por sua vez, o presidente da Sobratema, Afonso Mamede, destacou o árduo trabalho institucional realizado durante os anos de estagnação. “Após um cenário difícil e prolongado, em que tivemos um apagão ocasionado pela falta de obras e investimentos, já estamos mais otimistas, pois sentimos que, aos poucos, o mercado vai voltar”, disse. “Afinal, temos muito o que fazer em obras sociais, infraestrutura, logística, saneamento e outras áreas.”

Segundo o dirigente, as empresas estão se equacionando para esse novo momento de crescimento e já há um alento a curto prazo, com um “horizonte de investimentos” se aproximando. “Mas a retomada precisa acontecer logo, sob o risco de colapso, afetando a sociedade brasileira como um todo”, advertiu. “É certo que os investimentos e a presença do Estado são inevitáveis, mas a política não pode complicar ainda mais a situação.”

Saiba mais:

M&T Expo: www.mtexpo.com.br

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E

Mais matérias sobre esse tema