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Revista M&T - Ed.173 - Outubro 2013
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Especial Concreto

Concreteiras aumentam participação na construção civil

Apoiadas por centrais dosadoras e misturadoras, autobetoneiras e bombas para concreto, usinas especializadas já representam mais de 20% do cimento consumido no Brasil
Por Rodrigo Conceição Santos

As concreteiras estão alavancando o setor de concreto no Brasil. O cenário é descrito na primeira pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) sobre esse segmento de mercado. Desenvolvido em parceria com as empresas E8 Inteligência e UBM Brazil, o levantamento mostra que o consumo de cimento no Brasil cresceu mais de 80% entre 2005 e 2012, enquanto a produção do material avançou 180%. Como resultado desse avanço, as concreteiras saltaram de 13% do consumo cimenteiro do país em 2006 para 20,7% no ano passado.

Evidentemente, tais números são um motivo de comemoração para o setor concreteiro do país, em claro contraste com a retração geral da construção civil, prevista em 4% para 2013. “No ano passado, estimamos que as concreteiras tenham produzido cerca de 50 milhões de m³ de concreto”, diz Valter Frigieri, diretor de mercado da ABCP. “Considerando a projeção do PIB brasileiro e do PIB da construção até 2017, projetamos que esse volume chegue a 72,3 milhões de m³ no último ano do quadrante, representando um crescimento total de 41,2% nos próximos quatro anos.”

AUTOCONSTRUÇÕES

Parte desse avanço deve-se aos empreendimentos urbanos, que gradualmente estão substituindo a mistura manual da massa por compras diretas das concreteiras. Com isso, a atividade clássica de “bater laje” está perdendo espaço para a utilização de autobetoneiras e bombas compactas de concreto, que transportam e lançam, respectivamente, o material produzido nas centrais dosadoras das concreteiras.

Segundo Eliana Taniguti, diretora geral da E8 Inteligência, o nicho das autoconstruções (nome técnico dado às obras particulares urbanas) tem optado pela compra do concreto usinado graças à crescente presença das concreteiras nos centros urbanos. “É um mercado que possui possibilidades altíssimas de expansão”, diz ela, completando que esse é o nicho mais promissor para o consumo de concreto nos próximos anos, principalmente pela demanda exponencial por novas moradias.

Entretanto, enquanto o futuro não chega, as principais responsáveis por puxar o crescimento das concreteiras continuam sendo as grandes obras. O estudo da ABCP evidencia que boa parte das construtoras de infraestrutura opta pela compra d


As concreteiras estão alavancando o setor de concreto no Brasil. O cenário é descrito na primeira pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) sobre esse segmento de mercado. Desenvolvido em parceria com as empresas E8 Inteligência e UBM Brazil, o levantamento mostra que o consumo de cimento no Brasil cresceu mais de 80% entre 2005 e 2012, enquanto a produção do material avançou 180%. Como resultado desse avanço, as concreteiras saltaram de 13% do consumo cimenteiro do país em 2006 para 20,7% no ano passado.

Evidentemente, tais números são um motivo de comemoração para o setor concreteiro do país, em claro contraste com a retração geral da construção civil, prevista em 4% para 2013. “No ano passado, estimamos que as concreteiras tenham produzido cerca de 50 milhões de m³ de concreto”, diz Valter Frigieri, diretor de mercado da ABCP. “Considerando a projeção do PIB brasileiro e do PIB da construção até 2017, projetamos que esse volume chegue a 72,3 milhões de m³ no último ano do quadrante, representando um crescimento total de 41,2% nos próximos quatro anos.”

AUTOCONSTRUÇÕES

Parte desse avanço deve-se aos empreendimentos urbanos, que gradualmente estão substituindo a mistura manual da massa por compras diretas das concreteiras. Com isso, a atividade clássica de “bater laje” está perdendo espaço para a utilização de autobetoneiras e bombas compactas de concreto, que transportam e lançam, respectivamente, o material produzido nas centrais dosadoras das concreteiras.

Segundo Eliana Taniguti, diretora geral da E8 Inteligência, o nicho das autoconstruções (nome técnico dado às obras particulares urbanas) tem optado pela compra do concreto usinado graças à crescente presença das concreteiras nos centros urbanos. “É um mercado que possui possibilidades altíssimas de expansão”, diz ela, completando que esse é o nicho mais promissor para o consumo de concreto nos próximos anos, principalmente pela demanda exponencial por novas moradias.

Entretanto, enquanto o futuro não chega, as principais responsáveis por puxar o crescimento das concreteiras continuam sendo as grandes obras. O estudo da ABCP evidencia que boa parte das construtoras de infraestrutura opta pela compra do material usinado e transportador diretamente via empresas terceirizadas, ao invés de manter uma central própria (seja dosadora ou misturadora) no canteiro de obras. Segundo os especialistas, essa movimentação estaria ocorrendo por questões econômicas – uma vez que as concreteiras estariam equalizando o custo do material terceirizado com o que as construtoras teriam com estrutura própria – e ambientais, pois elimina-se a necessidade de instalações próximas a reservas ambientais, conglomerados habitacionais e outras áreas potencialmente invasivas.

PROJEÇÕES

Diante desse cenário, Carlos Oliveira, diretor da RCO, acredita que nos próximos 15 anos haverá crescimento expressivo no volume de vendas de centrais de concreto. “Países emergentes como o Brasil precisam se desenvolver e, por isso, as inovações no segmento de concreto acontecem automaticamente, como uma necessidade”, diz ele. Da mesma forma, a CSM, também fabricante de centrais de concreto, revela que obteve um crescimento de 10 a 20% anuais nas vendas nos últimos três anos.

A utilização crescente de centrais de concreto pelas construtoras justifica a confiança dos fabricantes. Paralelamente, as grandes construtoras também estariam adquirindo centrais de maior porte para obras de infraestrutura, como no caso das hidrelétricas, nas quais o difícil acesso torna-se um obstáculo logístico para as concreteiras.

É esse o esteio para as projeções positivas apresentadas por RCO e CSM, que também apontam o setor de pré-moldados como grande consumidor de concreto produzido em centrais. “Esse setor é dinâmico e vai se adequando de acordo com as mudanças de demanda”, reforça Alexsandro Possani, gerente de marketing da CSM. “Se a pré-fabricação de postes, por exemplo, não está rendendo bons negócios, a empresa facilmente migra para a produção de tubulações de concreto, bastando se equipar com uma boa central de concreto e incrementar algumas configurações na linha de produção.”

CONFIGURAÇÕES

Nessa linha, Possani revela que o mercado tem demandado elementos isolados das centrais, principalmente quando o cliente deseja ampliar sua capacidade produtiva. “Só recebemos pedidos de centrais completas quando se trata de um cliente novo no segmento ou uma fábrica recém-estruturada”, diz ele, acrescentando que as configurações mais comuns no mercado brasileiro de pré-moldados são centrais com misturadores de 500 litros, combinados com quatro silos de agregados, correia transportadora, equipamentos de moldagem e painel automático na central.

A automatização, segundo o especialista da CSM, já é uma realidade nesse tipo de equipamento. Ele pontua que essas tecnologias reduzem o custo de mão de obra e os riscos de acidentes, além de controlarem toda a produção, desde o transporte dos agregados até a definição do traço da mistura. “O cliente pode optar por níveis maiores ou menores de automação, dependendo da sua necessidade”, sublinha Possani.

Oliveira, da RCO, pondera que um dos problemas enfrentados pelas construtoras em relação às centrais de concreto é justamente a mobilidade, já que transportar as estruturas é um processo dispendioso e caro. Embasada nesse obstáculo, a RCO lançou os modelos Nomad D-30 e D-40, variações da central móvel que podem ser montadas em apenas sete horas. “As centrais móveis do mercado nacional levam de cinco a 15 dias para serem montadas, enquanto as fixas demandam até 20 dias”, ele compara.

Segundo o executivo, o equipamento teve o chassi e as rodas retiradas, reduzindo a necessidade de manutenção das peças e facilitando o transporte. Além disso, o conjunto pode ser transportado em apenas duas carretas, movimentadas por um caminhão munck. Com isso, o especialista acredita que esse tipo de central irá substituir todas as unidades fixas com produção de 40 m³/h, já que a mudança que vem ocorrendo na cultura das construtoras certamente exigirá novas soluções de mobilidade, produção e atendimento nos próximos anos.

Nesse aspecto, Possani, da CSM, compactua com Oliveira, pontuando que as centrais de concreto não são produtos de prateleira e necessitam de desenvolvimento junto ao cliente para serem montadas de acordo com a operação e obterem a margem de lucro delas esperada. Em razão disso, como destaca o gerente, a fabricante oferece treinamento, equipes técnicas para acompanhamento e até mesmo estudos de viabilidade econômica, que levam em consideração fatores essenciais ao negócio, como local e processo de fabricação.

 

 

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