Prontas para o que der e vier. Essa é a mais maneira mais apropriada de descrever a participação das empresas na Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos. Sem se intimidarem com o mercado arrefecido, os expositores deram provas de persistência para superar os percalços da crise, mostrando suas inovações em tecnologias e serviços condizentes com a proposta da feira.
Ao todo, 122 companhias de dez países (Alemanha, Argentina, Canadá, China, Espanha, EUA, Israel, Peru e Reino Unido, além do Brasil) se apresentaram em um espaço de 10 mil m2 do principal centro de exposições da América Latina. Com foco em serviços, sustentabilidade e projetos, os expositores fizeram uma valiosa amostragem de seus esforços no sentido de alavancar a produtividade da construção em um cenário econômico que – embora não seja definitivo – permanece desafiador.
Afinal, se há uma palavra que define o momento dessas empresas é esta: confiança.
SERVIÇOS
Como fio condutor, a Semana das Tecnologias apontou para ve
Prontas para o que der e vier. Essa é a mais maneira mais apropriada de descrever a participação das empresas na Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos. Sem se intimidarem com o mercado arrefecido, os expositores deram provas de persistência para superar os percalços da crise, mostrando suas inovações em tecnologias e serviços condizentes com a proposta da feira.
Ao todo, 122 companhias de dez países (Alemanha, Argentina, Canadá, China, Espanha, EUA, Israel, Peru e Reino Unido, além do Brasil) se apresentaram em um espaço de 10 mil m2 do principal centro de exposições da América Latina. Com foco em serviços, sustentabilidade e projetos, os expositores fizeram uma valiosa amostragem de seus esforços no sentido de alavancar a produtividade da construção em um cenário econômico que – embora não seja definitivo – permanece desafiador.
Afinal, se há uma palavra que define o momento dessas empresas é esta: confiança.
SERVIÇOS
Como fio condutor, a Semana das Tecnologias apontou para vetores que farão a diferença no reestabelecimento do setor, como redução de custos, aumento da produtividade, atualização tecnológica e sustentabilidade econômico-ambiental das tecnologias construtivas. E, sem dúvida, as novidades foram muitas.
A Terex, por exemplo, divulgou em primeira mão seu novo sistema de educação a distância para operadores de guindastes. Denominada “Mundo dos Guindastes”, a plataforma de e-learning foi lançada oficialmente no ITF (Innovative Technological Forum). O plug-in online disponibiliza conhecimento técnico e emite certificado ao participante, que pode ser utilizado em qualquer centro de treinamento (leia mais a partir da pág. 87). A ideia é qualificar 2.500 operadores já no primeiro ano. “Há muitos operadores disponíveis e, por isso, a hora é ideal para se reciclar”, destacou o gerente de serviços Ricardo Beilke Neto. “Mais à frente, também vamos criar um banco de dados com todos os registros, que vai servir de referência ao mercado.”
Além do aplicativo, a empresa exibiu a atualização do Programa My Terex (antigo Minha Terex), voltado para reposição de peças, prestação de serviços e treinamento, agora disponível em toda a América Latina. O coração do projeto é uma van totalmente equipada, que foi exibida na feira. “O custo de logística com guindastes é muito alto, por isso essa van de serviços vai até o cliente com todas as ferramentas, como unidade de diálise, gerador, solda etc.”, comentou Beilke, que destacou ainda a presença de duas bancadas com sistemas de monitoramento de carga Greer 3B6 e rede Can-Bus interligada. “Podemos simular toda a parte eletroeletrônica e emular falhas, o que auxilia muito no diagnóstico via call center”, disse.
Igualmente com foco em serviços, a John Deere destacou seu sistema JDLink, uma ferramenta de telemetria que permite o monitoramento remoto da máquina via laptop, tablet e smartphone. “A pós-venda é uma questão de satisfação do cliente”, ressaltou Roberto Marques, diretor de vendas da divisão de construção e florestal. “Mas também é uma fonte importante de receita para a rede de distribuição e para a empresa.”
Com funcionamento por sinal de celular ou satélite, a solução permite antecipar eventuais falhas e agir com antecedência, como garantiu o executivo. “Boa parte dos equipamentos já está conectada a esse tipo de tecnologia”, afirmou, destacando que o serviço não abrange apenas monitoramento, mas também dá acesso ao equipamento. Após receber os dados, o usuário pode executar ações proativas de diagnóstico com a ferramenta Service Advisor Remote, que permite interação técnica remota em tempo real. “Não é mais necessário que o mecânico vá a campo e faça a atualização da máquina, pois o próprio sistema faz os ajustes à distância”, explicou. “Ele emite alertas de manutenção preventiva contra superaquecimento do motor, de óleo hidráulico, entupimento de filtros de ar, ou seja, tudo o que possui sensor pode ser monitorado, seja via central do cliente ou pela rede de distribuição.”
O pacote de serviços é complementado pelos produtos de manutenção periódica Plus Care e SIMM, também expostos no estande. Além desses, a fabricante mostrou o novo modelo da retroescavadeira 310L, equipada com motor Tier III de 86 hp e transmissão PowerShift, e a escavadeira 210, com três modos de operação e embarcada com sistema hidráulico PowerWise III.
A Case CE também apresentou a estrutura de pós-venda oferecida aos clientes. Como o SiteControl, um sistema que faz o gerenciamento da lâmina de tratores de esteiras, motoniveladoras e caçambas de escavadeiras, tudo por meio de uma faixa laser. A tecnologia elimina as paradas para acompanhamento topográfico nos pontos de terraplenagem, aumentando a velocidade de trabalho das motoniveladoras. “Com o georreferenciamento, a lâmina atua sozinha, chegando a triplicar a produtividade devido à redução das paradas”, acentuou Maurício Moraes, gerente de comunicação da fabricante, acrescentando que, no caso de escavadeiras, a medida a ser atingida é programável.
A fabricante expôs ainda sistemas de telemetria como o SiteWatch, para monitoramento remoto e controle das operações dos equipamentos, e o SystemGard, que possibilita a análise laboratorial de fluidos e diálise de óleo, com filtragem total para eliminar impurezas e permitir reutilização, aumentando a vida útil sem necessidade de substituição. A marca apresentou ainda o Datar, uma tecnologia de diagnóstico que referencia os parâmetros de medição e possibilita um comparativo com os valores aferidos, gerando relatórios das condições dos componentes. “O cruzamento dos dados e sua comparação com os parâmetros geram análises sobre a vida útil do componente, apontam possíveis irregularidades e dão informações para a tomada de providências”, explicou o engenheiro de suporte ao produto Ivan Pereira.
A Moba apresentou sistemas de monitoramento de compactação, balanças para pá carregadeira e tecnologia de orientação e controle para tratores de esteiras e motoniveladoras, além de um sistema de orientação gráfica para operadores de escavadeira e um sensor ultrassônico para nivelamento automático. “Com o sistema de nivelamento, a vibroacabadora reconhece a superfície do pavimento e suaviza as irregularidades, proporcionando economia de asfalto e enquadrando a obra nos parâmetros exigidos em projeto”, explicou Patrícia Herrera, gerente da marca no Brasil. “Ao ser instalado no compactador, ele identifica o momento em que o solo ou pavimento já está compactado e proporciona economia de passadas.”
A fabricante também apresentou a plataforma Mawis, uma tecnologia integrada para gestão de resíduos urbanos que, dentre outros recursos, possibilita funcionamento otimizado do serviço de coletas contêinerizadas. “A crise é passageira, o Brasil ainda está na pré-história na utilização de equipamentos para construção e, por isso, acreditamos que há um longo trabalho a ser feito”, observou a executiva.
Por meio da tesoura GS-1930, a Genie mostrou seu novo sistema eletrônico LiftGuard, projetado para garantir proteção secundária a operadores de plataformas. Padrão na maioria das máquinas das séries Z (articuladas) e S (telescópicas) da marca, o acessório é composto por um cabo de ativação instalado acima do painel. “Quando se aplica pressão ao cabo, ele desconecta e ativa o sistema, parando imediatamente todas as funções da máquina, além de emitir sinais sonoros e luminosos de emergência”, explicou a empresa.
PEÇAS
A queda na demanda de equipamentos novos nos últimos anos afetou em cheio os setores vinculados à construção. Para os fornecedores de peças, no entanto, tal cenário tem representado uma oportunidade, até pela proeminência do mercado de reposição para usados, que continua fluindo. “Não há um estudo aprofundado, mas sabemos que a maioria dos dealers está sobrevivendo do mercado de peças”, corroborou Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema. “Isso porque, pela falta de crédito e obras, ninguém está comprando máquinas novas. De modo que as máquinas que saem do pátio precisam ser revisadas, demandando mais peças e manutenção.”
Em tal contexto, o segmento não poderia mesmo faltar ao evento. Especializada em itens de reposição, usinagem de precisão e transmissões hidráulicas, a Novak & Gouveia apresentou alguns destaques de seu portfólio, como as bombas Bosch Rexroth A10V para retroescavadeiras. Mas mostrou bem mais que isso. Além de oferecer componentes hidráulicos da Handok, a empresa também é distribuidora autorizada da Danfoss, agregando ao portfólio produtos como motores, transmissões hidrostáticas, bombas de circuito aberto e válvulas de direção.
Em relação à remanufatura de componentes, outra especialidade da companhia, o responsável pela área de serviços em escavadeiras, Jeverson Azevedo, explicou que o estoque de bombas Bosch para modelos Volvo e Hyundai gira atualmente em torno de 50 peças. “No entanto, o total em estoque, incluindo marcas como New Holland, Doosan e John Deere, chega a aproximadamente 150 itens”, disse ele, anunciando ainda a disponibilização de bombas para escavadeiras Cat das linhas 330D e 336.
A feira também presenciou o amadurecimento de novas estratégias. Há seis meses, a Astec decidiu se posicionar no mercado de reposição de peças de desgaste, de modo a se aproximar ainda mais de clientes da mineração. “As peças de reposição geram oportunidades de estabelecer um contato mais estreito”, apontou o diretor comercial Marco Galvão Maia.
Entrante no segmento de peças, o executivo admitiu que os concorrentes ainda lideram o mercado, em um patamar que a empresa quer chegar em até dois anos. Para atingir o objetivo, a empresa anunciou a disponibilização de uma linha com 40 itens para britadores cônicos e de mandíbulas, alguns exibidos no estande. “A projeção é de faturar 30 toneladas por mês no mercado de reposição. Se atingirmos a meta até o final do ano, a empresa terá dobrado o faturamento nesse segmento”, projetou. “Como nascemos em meio à crise e a nossa base instalada no Brasil ainda é pequena, sentimos a necessidade de atingir essa fatia do mercado.”
Especializada em peças de reposição para motores e máquinas de construção, a Super Bull também marcou presença com sua linha de bombas submersíveis e peças para marteletes Bosch 11316/GSH11E e 113041/GSH27, além de peças para sistemas de escoramento, ponteiras, talhadeiras e filtros de ar para motores Honda, incluindo os modelos GX 160, GX 260 e GX 390. “Apesar de atuarmos com a linha de leves, decidimos participar do evento para conhecer o público da linha pesada e avaliar a recepção”, disse o diretor Juliano Lages. “E foi positivo, no sentido de termos feito contatos que possibilitam um estudo para entrar neste nicho.”
A Fenix, por sua vez, divulgou sua linha de ferramentas para penetração de solo (FPS), incluindo lâminas, pontas, unhas, suportes, protetores, pinos, travas, parafusos e porcas, além de soluções personalizadas. “A feira é uma oportunidade para apresentar a empresa aos locadores de máquinas, lojistas, fabricantes, fornecedores e outros players, mostrando nossa proposta”, destacou o diretor Euler Carneiro Miranda.
Com um estoque de 66 mil itens de reposição para máquinas da Cat, a Costex Tractor Parts (CTP) divulgou seus produtos fabricados nos EUA, incluindo componentes para motor, vedações, juntas, kits hidráulicos, filtros, FPS, material rodante e outros. “Como todos no mercado, também sentimos a retração do setor de construção, que atinge diretamente nosso negócio”, afirmou a gerente nacional Valdineide Godoi. “Mesmo assim, viemos com o objetivo de fortalecer a presença no mercado.”
A indústria chinesa de peças também deu seu recado. Com duas fábricas instaladas em Shenyang, a Milequip produz peças de reposição para caminhões Heavy Duty, equipamentos de movimentação de terra e motores, que são disponibilizadas ao redor do mundo via dealers. O portfólio inclui correias, componentes de frenagem, discos de fricção, engrenagens, faróis, sensores e disjuntores, dentre outros produtos. “Atuamos com marcas como Cat, Komatsu, Cummins, Volvo e Scania”, detalhou o gerente de vendas Season Lee, explicando que a empresa atua há cerca de oito no país. “Apesar da baixa recente, os negócios já melhoraram um pouco neste ano.”
RODANTE
Confiante na retomada, a Laguna decidiu ampliar a linha da Gripmaster com o lançamento de novas opções no mercado nacional. Exibidos na feira, dois desses modelos chegam para atender à demanda em mineração e construção. Segundo o diretor comercial Leandro Veiga, o modelo 10-16,5 sólido é indicado para minicarregadeiras e rodas frontais de retroescavadeiras, enquanto o modelo 17,5 sólido é específico para pás.
Apesar de considerar restrito o mercado de sólidos no Brasil, ele acredita que já houve expansão, principalmente entre clientes de grande porte. “Hoje, um dos maiores problemas dos gestores são furos, cortes e desgaste prematuro, de modo que essa nova linha vai garantir o uso de máquinas sem paradas, reduzindo custos”, afirmou.
Sem revelar números, Veiga afirmou que a empresa deve repetir o faturamento de 2016. “Expandimos a nossa atuação em mais quatro estados brasileiros para consolidar as marcas Gripmaster e OTRmax”, contou o executivo, sem descartar a possibilidade de aumentar o faturamento em 10% até o final do ano.
No mercado há 20 anos, a Comercial Rodrigues também mostrou novidades. Para atender à demanda por peças de reposição, a empresa reforçou o portfólio, que já chega a 10 marcas. Entre os lançamentos estão correntes de blindagem e tração da Laszirh, polímeros para pneus da TyrFil e reguladores de pressão da Frog, além da distribuição de produtos da WindPower, ampliando a linha de sólidos superelásticos. “Hoje, nosso objetivo é oferecer soluções completas da parte rodante e prestar consultoria nessa área”, resumiu o diretor comercial Jorge Rodrigues. “Os novos produtos podem reduzir os custos operacionais dos clientes e atrair novos contratos para a nossa carteira.”
Em razão da estratégia, a empresa decidiu mudar inclusive o logo da marca, agora incluindo a brand Time Solution. “Queremos ser um provedor de serviços e soluções para o cliente”, disse o executivo. “O mercado está bastante receptivo por oferecermos esse conjunto de soluções em um só fornecedor.”
Expositora tradicional, a Tecpolimer divulgou sua expertise na fabricação de elastômeros, selantes e pneus completos, que evitam paradas inesperadas das máquinas devido a furos, cortes, vazamentos pelo talão e perda natural de pressão. Substituindo o ar, o elastômero Tecflex é injetado na forma líquida dentro da carcaça, mantendo a calibragem do começo ao fim da vida útil do pneu em pás carregadeiras e outros equipamentos. “Ao contrário do ar, o elastômero não vaza pelos cortes, mas somente se dilata, pois não é uma espuma”, explicou Ciro Nogueira, diretor da empresa.
Além deste produto, a empresa mostrou o selante Tecflex, uma novidade no mercado brasileiro que veda furos de até 38 mm. “Lá fora, é bastante comum o uso em pás carregadeiras que trabalham com reciclagem”, disse Nogueira. Já o pneu Softgel foi apresentado como uma solução definitiva, resistindo a cortes largos e com menor custo horário. Disponível em desenho lameiro ou misto (para concreto e asfalto), o pneu é indicado para minicarregadeiras e dianteiras de retroescavadeiras. “Sem utilizar ar, sua vantagem é resistir a grandes cortes em vários pontos, continuando funcional pela vida toda”, citou o diretor, que destacou ainda a oportunidade de investir na imagem da empresa. “A feira é importante para encontrarmos dirigentes que, muitas vezes, não cuidam da manutenção, mas têm o poder de decisão de investimento”, comentou. “É por isso que sempre estamos aqui.”
IMPLEMENTOS
A Indeco levou o rompedor HP4000 com sistema hidráulico inteligente, que modula a frequência dos golpes de acordo com a dureza do material, além de divulgar um pulverizador de concreto e uma placa compactadora. “Temos uma linha completa de produtos e acessórios hidráulicos destinados à construção, mineração, demolição e reciclagem”, ressaltou Luiz Ginefra Toni, diretor da marca no Brasil.
Segundo ele, a empresa italiana inaugura em outubro uma fábrica em Campinas (SP), se estabelecendo em definitivo no país. A ideia inicial é reforçar a oferta de produtos e o pós-venda no Brasil. Mas não quer ficar só nisso. “Nosso objetivo é expandir a operação para a América do Sul até 2019”, revelou.
Anunciada no ano passado em entrevista exclusiva concedida à M&T, a implantação da fábrica brasileira é mais uma demonstração da atenção que a fabricante dá ao mercado nacional, um dos principais focos de expansão comercial em sua estratégia. Na contramão da apreensão geral, a companhia mostra total confiança na recuperação do país. “Resolvida essa grave pendência politica, o país tem condições e energia para atrair investimentos, recuperando de forma consistente e sustentável sua economia”, opinou.
A Máquina Solo levou um time de peso para promover seu “conceito multiuso”. A ideia consiste em assegurar a operação em diferentes situações utilizando a mesma máquina, apenas com a troca da parte principal do conjunto. “Em razão do número de máquinas paradas nos pátios, decidimos oferecer uma solução versátil para os clientes”, ressaltou Maycon Pereira, diretor da área de mineração da empresa. “Com isso, podemos ampliar as vendas para quem deseja, por exemplo, substituir uma caçamba convencional por outros implementos, como rompedor hidráulico, pulverizador de concreto, martelo vibratório e arrasador de estaca, dentre outros.”
O plano é focar na mineração, acelerando as vendas de soluções como caçambas processadoras, peneiras móveis e caçambas britadoras, sempre com foco na redução dos custos operacionais, que pode chegar a 50% quando comparada aos sistemas estacionários. “Alguns contratos fechados no segundo trimestre foram reflexos de conversas iniciadas nos primeiros meses do ano”, contou Pereira. “Assim, encerramos o período com acréscimo de 10% em relação a 2016.”
No segmento de implementos rodoviários, a Grimaldi mostrou soluções como o guindaste GR 12.500. A empresa vem apostando especialmente no agronegócio e na exportação de seus produtos, setores que têm sido a “salvação da lavoura” para vários players. Tanto que a marca comercializa seus produtos especialmente para regiões com características agrícolas, como Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins.
Um dos produtos mais representativos da marca, como destacou o representante comercial Marcos Rossi, é o implemento do tipo Roll On/Roll Off, voltado para diversos setores – incluindo transporte de grãos, construção e reciclagem. “Um dos diferenciais é a possibilidade de multiplicação da ação do caminhão, além de possuir um chassi a mais de basculamento, dinamizando muito a operação”, assegurou Rossi. Além deste implemento, a empresa anunciou que, ainda neste ano, fará o lançamento de um implemento autocarregável madeireiro, que será apresentado na M&T Expo, em 2018.
LINHA AMARELA
Uma das 18 marcas da Caterpillar, a SEM exibiu equipamentos produzidos na fábrica da CQL (Caterpillar Qingzhou Ltd.). Exposta no estande, a pá carregadeira 638 traz componentes de mercado, o que inclui caçamba de 1 m3, motor Cummins 6BT de 123 hp, eixo Meritor e transmissão própria. “É o porte mais versátil para as várias operações, tanto em aplicações de cerâmica, suporte em obras e construção em geral”, assegurou o gerente de vendas Ivan Pezzoto.
Já a pá 618B/QC é equipada com acoplamento rápido, caçamba e porta-pallet, sendo indicada para utilização principalmente em lojas de materiais, mas também em operações agrícolas e de reciclagem. Com manobrabilidade avançada, ar condicionado e joystick, a máquina permite realizar a troca da caçamba para o garfo em menos de um minuto, sem descer da cabine.
Além desses equipamentos, a marca divulgou as parcerias com seu representante Sematech, com o revendedor Supertek, de Curitiba (PR), e com a Nexmaq, que integra o grupo Finning na Argentina. “Mais do que vender a máquina, nossa preocupação é que o cliente consiga manter a operação em dia. Se a máquina não estiver operacional, tanto no suporte de serviços quanto de peças, acaba comprometendo a operação do cliente”, afirmou Pezzoto, que ainda deixou antever novidades para breve, como a provável inclusão de mais uma família no segmento de movimentação de terra. “Mas vamos divulgar isso mais à frente”, despistou.
A XCMG, por sua vez, efetivou durante a feira uma parceria com o Banco do Nordeste (BND) para oferecer taxas de financiamento com juros mais atraentes. “Todos os equipamentos produzidos no Brasil podem ser financiados pelo Finame”, garantiu Jaquelyne Gonçalves, assistente de marketing da empresa, que inaugurou uma fábrica em Pouso Alegre (MG) em 2014, época em que a economia nacional já entrava em colapso. Agora, o foco é a recuperação. “Nos últimos meses, a fábrica precisou contratar funcionários para atender à demanda gerada pelas exportações”, afirmou a representante. “Superamos obstáculos para participar da feira e, mesmo nesse momento difícil, temos boas expectativas.”
Segundo ela, para alinhar estratégias comerciais a empresa realizou a 2nd Dealer Conference na mesma semana da feira. Os 14 dealers distribuídos por vários estados brasileiros participaram do evento com a fábrica, que apresentou os principais modelos de equipamentos de Linha Amarela produzidos no Brasil, como a pá carregadeira LW 300BR, a motoniveladora GR 1803BR, a escavadeira XE 215BR, o rolo compactador XS 123BR e a retroescavadeira XT 870BR.
Para cada equipamento exposto, a fabricante apresentou um painel com as principais peças de reposição. A XT870BR, por exemplo, é uma retroescavadeira com vários modelos de caçamba, além de ferramentas para customização como garfos, martelo hidráulico, perfuratriz e vassoura mecânica, dentre outras. “É o primeiro projeto totalmente pensado exclusivamente para o mercado brasileiro, produzido exclusivamente na planta fabril brasileira, nossa base das exportações para os países sul-americanos”, disse Jaquelyne.
Já a SDLG expôs a pá carregadeira LG-918 e as escavadeiras LG-6150E e LG-6250E, equipamentos talhados para brigar por espaço no mercado nacional. Com peso operacional de 6,2 t e caçamba de 1 m3, a primeira é apresentada como um equipamento multifuncional, com capacidade de operar em diversos tipos de terrenos e condições de trabalho. Já as escavadeiras têm peso operacional de 14 t e 24,3 t, respectivamente.
Com foco institucional, a empresa chinesa também reforçou sua ligação com a Volvo CE, destacando o direcionamento de sua estratégia de dual brand no mercado internacional. “Entendemos que a inovação constante e o emprego de novas tecnologias são peças-chave para atender às demandas cada vez maiores dos clientes num mercado cada vez mais competitivo”, disse a gerente de comunicação e marketing Suzanne Darie. “Nesse sentido, é fundamental aprofundar o conhecimento e difundir novas tecnologias, contribuindo para que todos os participantes da cadeia da construção entendam melhor essa nova realidade e enfrentem os desafios que temos, agora e no futuro.”
COMPACTAÇÃO
Com foco na divulgação de tecnologias para compactação de aterros, a Bomag preparou um estande totalmente voltado para a área. Além de comemorar os 60 anos de fundação da Bomag e do Grupo Fayat, a ideia foi mostrar uma metodologia para se trabalhar a parte mecânica dos aterros, com a qual a marca atua há décadas. Para tanto, a empresa montou uma bancada com a maquete de um compactador de aterros de classe intermediária (na faixa de 32,1 a 36,5 t). “A ideia é demonstrar características como os raspadores na frente e nas traseiras das rodas, que não deixam o lixo ‘enrolar’ na máquina, ou o sistema de corta-fios, que evita a adesão até mesmo de material em aço”, detalhou o CEO, Walter Rauen.
A peça também permitiu à fabricante mostrar outros pontos importantes dos equipamentos, como a forma dos dentes e entrada de ar diferenciada (por cima). O compactador também possui estrutura fechada, evitando a entrada de resíduos no compartimento interno, além de se adaptar conforme a superfície, ao passo que as quatro rodas são mantidas com a mesma pressão sobre o solo, com força de compactação idêntica. “É uma máquina pensada para trabalhar com lixo”, disse o executivo, destacando ainda as melhores práticas para atingir o máximo de compactação. “Tudo é gestão do espaço e do volume de material. Com equipamentos desenvolvidos especificamente para a tarefa, é possível prolongar a vida útil do aterro em torno de cinco anos, se comparado à operação com tratores de esteiras”, afirmou. “E como o licenciamento está cada vez mais difícil, ter uma tecnologia para prolongar a vida dos aterros permite não só maior rentabilidade, como atender às exigências ambientais de forma mais favorável.”
O CEO também comparou a situação do Brasil com a Europa e os EUA, mostrando como o número de compactadores de lixo ainda é ínfimo aqui, o que representa uma perda ambiental enorme para o país. “O desconhecimento ainda é a maior barreira para a disseminação dessas tecnologias”, sublinhou.
Além de divulgar equipamentos de seu portfólio para compactação, de modelos leves de 60 kg a pesados de 25 toneladas, a Ammann levou duas placas vibratórias, uma de 390 kg (APR 4920) e outra de 500 kg (APH 6530). Indicados para obras como compactação de valas, calçamento e estacionamentos, os equipamentos podem ser utilizados inclusive em rampas, pois possuem inclinação de 25º para todos os lados. Com foco em rental, as soluções são fabricadas na República Tcheca e prometem desempenho superior. Equipado com motor diesel Hatz 1B40 de 8,2 kW, o modelo APR 4920, por exemplo, cobre uma superfície de trabalho de quase 1.000 m2/h e atinge profundidade máxima de compactação de 60 cm.
A empresa também exibiu um simulador de filtro de mangas, com funcionamento diferenciado em relação às soluções convencionais, pois não utiliza jato de pulso de ar, mas ar reverso e rotor de direcionamento do fluxo. “Trata-se de uma solução própria, que aumenta a durabilidade das mangas e do próprio sistema”, pontuou Marcelo Ritter, coordenador de vendas e marketing da Ammann Latin America. “Tudo permanece intertravado no sistema de automação, aumentando a resistência, além de ter um custo muito mais em conta do que a troca do conjunto.”
PLATAFORMAS
Disseminar a utilização das plataformas no Brasil para além da construção é algo a ser explorado. A visão foi exposta por Rafael Bazzarella, gerente de vendas da Skyjack no Brasil, reforçada com a exibição de duas máquinas: o mastro SJ 16 e a tesoura SLIII 4740. Em outros países, disse ele, a plataforma é muito utilizada na manutenção predial, além de exercerem importante papel em serviços urbanos. “Com a construção parada, aplicar os produtos em diferentes segmentos é uma alternativa para movimentar o mercado”, avaliou. “É preciso desenvolver a cultura de plataformas no país, com a qual temos muito a ganhar em produtividade.”
Pensando nisso, a empresa aos poucos vem inserindo novos produtos, como a tesoura elétrica compacta SJIII 4740, levada à feira. Com altura de trabalho de 14 m, trata-se de um equipamento novo no mercado brasileiro, plenamente dirigível com a altura total. A empresa também divulgou o modelo SJ16 com mastro de acesso baixo e altura de trabalho de 6,75 m, ainda pouco utilizado no Brasil. Em relação aos serviços, a empresa enfatizou que adota a mesma metodologia em todos os mercados em que atua. Com filial em Indaiatuba (SP), a fabricante inclusive vem nacionalizando algumas peças, reforçando seu plano de investimento em pós-venda. “As máquinas são simples e robustas, bem parecidas na sua composição, o que facilita um estoque reduzido de peças, garantindo maior disponibilidade e rapidez no atendimento”, expôs o gerente.
Outro player deste segmento, a Haulotte vê o mercado brasileiro caminhando a passos rápidos na utilização de equipamentos compactos em diversas áreas, principalmente para a aplicação em espaços confinados. Segundo o diretor geral Adriano Battazza, a empresa está investindo em mercados com características “low access”. “Nosso objetivo é mostrar que as plataformas podem substituir os trabalhos em que normalmente são utilizados andaimes e escadas, sendo mais seguras para o operador”, explicou.
Na feira, a marca trabalhou produtos como o Star 8, um mastro vertical com altura de trabalho de 8,2 m e suporte de cargas de até 200 kg. Também exibiu a plataforma articulada a diesel 16RTJ, com alcance de 16 m, e o elevador compacto Quick Up 8, com altura de trabalho de 8 m e que, devido ao baixo peso, “pode ser utilizado em qualquer tipo de piso, até mesmo os mais frágeis”, como destacou o diretor.
COMPACTOS
A JCB exibiu a miniescavadeira 8026 CTS e a miniretroescavadeira 1CX. “Os compactos são uma solução ideal para atuação em obras urbanas e locais confinados de difícil acesso”, afirmou o gerente de produto Agnaldo Lopes. “No Brasil, aliás, somos a única fabricante que vende esse modelo.”
A fabricante inglesa, como fez questão de frisar o executivo, foi a inventora da retroescavadeira e, ao longo dos anos, vem redesenhando o equipamento, sempre implementando alguma novidade ao projeto. A 1CX é um exemplo disso. “Incluído na categoria de três toneladas, o equipamento pode girar no próprio eixo para trabalhar em ambientes apertados”, disse.
Já a miniescavadeira 8026 CTS tem profundidade de escavação de 2,74 m, alcance de 4,77 m e altura de descarga de 3,22 m. “A JCB buscou compilar nas máquinas menores as características de robustez e força das máquinas maiores”, ressaltou o gerente. “Como é um mercado relativamente novo no Brasil, os compactos ainda seguem importados.”
TÚNEIS
A Herrenknecht enfatizou a evolução tecnológica dos shields, frente aos desafios subterrâneos a que esses equipamentos têm sido submetidos em todo o mundo. Para Juan Manuel Altstadt, presidente da empresa no Brasil, as máquinas foram obrigadas a se aperfeiçoar para avançar em geologias variadas, construindo túneis de grande diâmetro em solos difíceis e com elevadas concentrações de água. “Recentemente, um shield com aproximadamente 15 m de diâmetro atravessou o Estreito de Bósforo, na Turquia, numa obra que liga Europa à Ásia através de um túnel subaquático”, contou.
No momento, outro túnel subaquático também está sendo escavado em Hong Kong, por uma tuneladora de 17,8 m de diâmetro, considerada o maior do mundo. “Antes, era impossível realizar obras de túneis tão complexos devido às adversidades geológicas, mas hoje os shields estão mais solicitados”, comentou o executivo. “E embora o mercado brasileiro esteja em crise, conseguimos aproveitar a mão de obra empregada, exportando técnicos para outros países.”
CIMENTO
A Romanelli lançou dois novos equipamentos, o distribuidor DCR 20 EFlow e o secador de solos rebocável MTR 250, ampliando o leque de oferta. Segundo o coordenador de vendas Thiago Sebber Romanelli, ainda não havia um equipamento automatizado no Brasil que garantisse 100% de eficiência na distribuição de cimento. “Antes, usava-se a técnica ‘rasga saco’, mas isso não garantia a distribuição homogênea, desperdiçando material”, apontou. “Agora, já é possível acelerar no mínimo em dez vezes o tempo de aplicação, se comparado à intervenção humana.”
Já o modelo MTR 250 é indicado para obras que permitam secagem de solos acima do recomendado. De acordo com o executivo, para desenvolver o equipamento foram necessários três anos de pesquisas. “Com as sucessivas chuvas, para secar o solo é necessário passar a grade várias vezes no mesmo local e, com isso, perde-se tempo”, contextualizou. “Com esse equipamento, o sistema reduz em cinco vezes o tempo de secagem.”
Em termos de mercado, a estratégia inicial é ofertar os equipamentos no Brasil, mas em até 18 meses a empresa pretende comercializá-los também na América Latina e África. Segundo o coordenador, a exportação já representa um terço do faturamento. “Apostamos muito nas vendas desses produtos, pois não existe nada igual no mundo”, projetou.
DIVERSOS
A Atlas Copco apresentou equipamentos para geração de energia, compressores de ar, rompedores hidráulicos e tesouras de demolição. Produzido na fábrica de Barueri (SP), o gerador QAS 24 entrega potência de 24 kVA e, de acordo com a empresa, tem baixo consumo. “O chassi é totalmente vedado e, caso haja vazamento de óleo ou combustível, o solo fica protegido de contaminação”, explicou o gerente de vendas Ricardo Pendek. Segundo ele, o QAS 24 é um gerador robusto ideal para a construção, mas também atende às necessidades de geração de energia em outros setores.
Os compressores, aliás, estão entre as linhas mais tradicionais da empresa, com modelos que variam de 90 a 20 pés cúbicos por minuto (PCM). “As vendas caíram pela metade, principalmente porque o setor da construção equivale a 80% desse mercado”, contou o gerente, enfatizando que a queda cessou, mas as vendas ainda seguem baixas.
Segundo Pendek, mais de 70% dos clientes atuais são locadores, “pois muitos clientes preferem alugar os equipamentos ao invés de comprá-los, evitando contrair dívidas”.
Com uma participação de cunho mais institucional, a Wirtgen divulgou suas soluções para o segmento de construção rodoviária, apoiadas por um atendimento ao cliente oferecido desde a unidade fabril de Porto Alegre (RS). “A M&T Peças e Serviços reforça ainda mais o momento de atenção total ao pós-venda e suporte ao cliente”, destacou Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da Ciber Equipamentos Rodoviários, que integra o grupo. “Embora a indústria de máquinas ainda esteja amargando a crise no que tange à venda de novos equipamentos, é fundamental esse aprimoramento contínuo e a ênfase no apoio técnico aos clientes.”
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