Movimentar terra, rocha e entulhos, cavar buracos e perfurar solos. Com o emprego de diferentes implementos no lugar das habituais caçambas, essas são algumas das funções que as escavadeiras podem realizar com facilidade nos canteiros, dentre uma vasta gama de outras tarefas.
Para isso, a lista de opções de implementos também é grande. Rompedores, tesouras, pulverizadores, placas compactadoras e garras, por exemplo, são alguns dos implementos cujo uso, mesmo constituindo rotina já bem-estabelecida, deve seguir alguns parâmetros básicos, em alguns casos demandando acessórios específicos, como kits hidráulicos, válvulas e placas de união.
De saída, o processo de análise da viabilidade de conexão do implemento à máquina deve levar em consideração a relação entre peso e fluxo hidráulico.
“Como regra, o peso do implemento não pode ser superior a 10% do peso do equipamento&rdqu
Movimentar terra, rocha e entulhos, cavar buracos e perfurar solos. Com o emprego de diferentes implementos no lugar das habituais caçambas, essas são algumas das funções que as escavadeiras podem realizar com facilidade nos canteiros, dentre uma vasta gama de outras tarefas.
Para isso, a lista de opções de implementos também é grande. Rompedores, tesouras, pulverizadores, placas compactadoras e garras, por exemplo, são alguns dos implementos cujo uso, mesmo constituindo rotina já bem-estabelecida, deve seguir alguns parâmetros básicos, em alguns casos demandando acessórios específicos, como kits hidráulicos, válvulas e placas de união.
De saída, o processo de análise da viabilidade de conexão do implemento à máquina deve levar em consideração a relação entre peso e fluxo hidráulico.
“Como regra, o peso do implemento não pode ser superior a 10% do peso do equipamento”, explica o gerente comercial de construção civil e produtos de força da Yanmar para a América do Sul, Anderson Oliveira.
Segundo ele, os rompedores geralmente já vêm prontos de fábrica para acoplamento aos equipamentos. “Mas para acoplar rompedores e máquinas de marcas diferentes pode ser necessário instalar uma válvula para ajustar o fluxo hidráulico à necessidade do implemento”, afirma o especialista.
Conforme observa Reginaldo Junior, gerente de produtos da linha TLD (Tools Line Division) da Epiroc Brasil, quando a máquina tem peso suficiente para aceitar o implemento, também dispõe de fluxo hidráulico capaz de acioná-lo. “Porém, é necessário sempre realizar a checagem desse parâmetro”, aconselha.
Rompedores e máquinas de marcas diferentes exigem a instalaçãode válvula para ajustar o fluxo hidráulico
Nas escavadeiras atuais, ele observa, “o ajuste da pressão para cada implemento é feito por comandos na cabine, evitando o ajuste manual, que exige intervenção no equipamento por mecânico capacitado”.
Como as máquinas mais modernas dispõem de comandos para ajustar automaticamente os parâmetros, na maioria dos casos basta valer-se de um “flowmeter” (medidor de vazão) para regular a vazão e a pressão demandadas pelos implementos, lembra Permínio Amorim, gerente comercial da HXF Equipamentos, cujo portfólio inclui rompedores, tesouras, compactadores de solo, engate rápido e placas de união.
Todavia, pode ser necessário instalar válvulas que adequem a pressão e a vazão necessárias aos diferentes implementos. “Dependendo do implemento ou da máquina, pode ser preciso instalar ainda uma placa de união que compatibilize seus diâmetros”, acrescenta Amorim.
ACOPLAGEM
Com exceção de equipamentos de porte menor, as escavadeiras na maioria das vezes têm sistemas hidráulicos concebidos para movimentar apenas as próprias caçambas. Para utilizar outros implementos, é indispensável a instalação de kits hidráulicos (em linhas gerais, uma linha hidráulica adicional).
No caso de implementos que realizem movimentos em uma única direção – como rompedores, por exemplo –, o kit pode ser unidirecional, delineia Ricardo Barros, diretor geral da FB Equipamentos.
“Para modelos que realizam movimentos adicionais (caso de tesouras, por exemplo, que devem girar 360º), o kit deve ser bidirecional, possibilitando a função de giro quando estiver disponível”, observa Barros.
Análise da viabilidade de conexão do implemento à máquina
deve levar em consideração a relação entre peso e fluxo hidráulico
Uma vez instalado o kit, é importante valer-se sempre do “flowmeter” para ajustar a vazão e a pressão de acordo com as necessidades específicas de cada implemento, reforça o especialista.
“Esse ajuste evita danos a componentes como as vedações internas do implemento, aumentando sua vida útil, além melhorar a performance”, diz o diretor da FB, que importa e distribui rompedores, tesouras de demolição e sucatas, placas compactadoras e engates rápidos, dentre outros itens.
É importante lembrar que a acoplagem do implemento à máquina pode ser extremamente agilizada com o uso de engates rápidos. Por fatores como custo, entre outros, esses dispositivos ainda são pouco utilizados no Brasil. No entanto, além de acelerar o processo de acoplagem, o engate rápido proporciona ainda diversos outros benefícios, afirma Jabres Novaes, diretor da HXF.
“O engate rápido também é importante para obter maior segurança dos profissionais”, acentua. “Além disso, ajuda a preservar a vida útil do embuchamento das máquinas, pois a troca manual (feita com marreta) proporciona muito mais possibilidades de ingresso de impurezas, que aos poucos vão comprometendo as buchas”, observa Novaes.
No mercado, existem três diferentes tipos de engate rápido, detalha José Alberto Moreira, diretor geral e CEO da Machbert. Um deles é específico para tubulações hidráulicas, enquanto o outro é destinado a conectar / desconectar fisicamente o acessório à máquina.
“Já o terceiro realiza essas duas atividades conjuntamente, conectando e desconectando as linhas hidráulicas e o suporte do acessório à ponta da lança da escavadeira”, informa Moreira. “Porém, o custo de aquisição é altíssimo e, por isso, ainda é bastante raro em qualquer lugar do mundo, inclusive no Brasil.”
Acoplagem do implemento à máquina pode ser agilizada com o uso de engates rápidos
Moreira orienta a pensar antes no acessório, definindo o modelo mais adequado ao serviço e à produção desejada, para só então escolher a escavadeira para movimentá-lo.
“O serviço se dá em função do acessório, de modo que é preciso saber, por exemplo, o tamanho da coluna que se pretende pulverizar para definir o tamanho da abertura do pulverizador”, justifica Moreira. “Somente então se define qual deve ser a escavadeira.”
No entanto, não é a prática mais usual, ele reconhece, “Normalmente, tem-se uma máquina e, daí, tenta-se escolher um implemento que caiba nela”, diz o diretor da Machbert, cujo portfólio abrange rompedores hidráulicos, caçamba-britadora, fresas, pulverizadores de demolição, tesouras para corte de sucata e placas compactadoras de solo, dentre outros produtos.
MANUTENÇÃO
Após a comprovação da viabilidade de acoplagem do implemento à máquina, obviamente é preciso realizar corretamente o processo de instalação e cuidar da manutenção, tanto para potencializar o tempo de vida útil da ferramenta como para evitar paradas e otimizar a eficácia da operação.
Kits possibilitam a adição de linha hidráulica adicional para uso de implementos
Nesse aspecto, cada tipo de implemento demanda ações específicas. Em rompedores, os componentes mais sujeitos a desgaste são os ponteiros, aponta Junior, da Epiroc.
Qualquer que seja o tipo – chato, cônico ou cinzel –, o desgaste na ponteira geralmente é percebido visualmente. “Mas as buchas também se desgastam, o que faz com que o ponteiro comece a apresentar folga, gerando problemas maiores”, ele afirma.
Um recurso já incorporado aos rompedores da marca é o IPS (Intelligent Protection System), que percebe quando a ferramenta não está corretamente apoiada, reduzindo o curso e, assim, o impacto no início da percussão.
“O sistema para o rompedor automaticamente depois que o material foi rompido, ajudando a preservar seus componentes”, acrescenta o profissional.
Para cada tipo de rompedor, destaca Amorim, da HXF, há uma folga máxima permitida, que começa a ser percebida de forma também visual, por movimentos anormais da ponteira.
“Nesse caso, retira-se a ponteira e coloca-se um gabarito para verificar se o limite foi mesmo ultrapassado, o que exige a substituição das buchas”, ele destaca, ressaltando que folgas excessivas também facilitam a entrada de impurezas que podem danificar o pistão. “Isso pode comprometer também o pistão, pois os golpes não atingem a ponteira da maneira adequada”, frisa Amorim.
Especialistas indicam pensar antes no acessório mais adequado à produção,
para só então escolher a escavadeira
Além disso, é necessário ainda acompanhar a carga de nitrogênio dos rompedores, ressalta o analista de pós-venda da Yanmar, Luciano Gama. “Isso é feito conferindo a quantidade de carga interna, para que o rompedor trabalhe corretamente”, ele conta. “Essa verificação é realizada por meio de uma ferramenta especial, que acompanha o rompedor.”
A vida útil dos componentes varia de acordo com o tipo de trabalho realizado, explica Gama. Quanto mais pesado for, evidentemente maior será a possibilidade de desgaste. Por isso, é imprescindível verificar diariamente o desgaste e lubrificar o implemento. “Como sempre, também deve ser considerada a manutenção preventiva da máquina, que evita problemas como fluído hidráulico com viscosidade baixa, que prejudica as partes móveis do rompedor”, adverte o analista.
MANUTENÇÃO
Avarias são distintas para cada tipo de implemento
Modelos em corpo monobloco eliminam problemas com tirantes de fixação
Assim como as ponteiras, os tirantes de fixação também são sujeitos a desgaste em rompedores. Pensando nisso, a Furukawa lançou a linha de rompedores de grande porte FXJ (distribuída no Brasil pela Machbert), concebida em corpo monobloco e que não conta com esse componente, diminuindo a necessidade de manutenção nos tirantes, além de tornar mais silenciosa a operação (o corpo do implemento é totalmente vedado).
A quebra de tirantes, acentua o CEO da Machbert, José Alberto Moreira, pode danificar pistão e cilindro, acarretando a perda completa do implemento. “Alguns equipamentos dessa linha, que atuam em trabalhos pesados em pedreiras no Brasil, só precisaram ser abertos para manutenção após mais de dois anos de operação”, assegura.
Em caçambas britadoras, prossegue o profissional, os itens que sofrem mais desgaste são as placas de compactação. “Nesse caso, é feita a troca das placas, como ocorre em britadores fixos”, afirma.
Em compactadores, o gerente comercial da HXF Equipamentos, Permínio Amorim, explica que os coxins (peças de borracha que amortecem os impactos, evitando que atinjam a máquina) sofrem desgaste mais rapido, apresentando rachaduras e fissuras. Já em tesouras, o desgaste maior ocorre nas facas, que devem ser substituídas quando isso ocorrer.
“Esse desgaste é percebido na própria aplicação, quando a tesoura começa a demandar pressão excessiva para realizar o trabalho”, comenta.
Além da faca, os dentes das tesouras também devem ser observados com mais atenção, lembra o diretor da FB Equipamentos, Ricardo Barros.
Nesse gênero de implementos, ele ressalta, o conjunto de peças mais rapidamente consumível é bem mais simples que um rompedor, que requer acompanhamento de componentes como ponteira, buchas, pino-trava, diafragma, vedações e, em alguns casos mais complexos, tirantes e pistão.
“Mas é possível aumentar a vida útil do rompedor utilizando a graxa correta, resistente a altas temperaturas, lubrificando o implemento a cada duas horas de serviço”, orienta.
Caso seja instalado um engate rápido, é fundamental conferir se as medidas da placa de união do implemento batem com as medidas originais da concha da máquina, principalmente a que vai do centro do pino do braço fixo ao centro do pino H. “Caso essa medida seja maior, o cilindro do engate rápido não irá fechar, podendo causar contratempos como a queda do implemento”, finaliza Barros.
Saiba mais:
Epiroc: www.epiroc.com/pt-br
FB: www.fbequipamentos.com.br
HXF: www.hxfequipamentos.com.br
Machbert: www.machbert.com.br
Yanmar: www.yanmar.com/br
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