Com o tempo, as fresadoras vêm incorporando recursos tecnológicos significativos, com resultados que se refletem na produtividade dos trabalhos em manutenção rodoviária e repavimentação.
Essa evolução é marcada por avanços como digitalização dos sistemas de controle, automação de ajustes operacionais e incorporação de sensores, que garantem maior precisão na remoção do asfalto.
Ademais, isso também melhora a qualidade do corte, a uniformidade da profundidade fresada e, notoriamente, os padrões de segurança do operador. Para aumento da visibilidade do operador, algumas máquinas já possuem câmeras com transmissão em tempo real, por exemplo.
“Além da qualidade, a integração de sistemas e tecnologias embarcadas faz com que o operador consiga definir os principais parâmetros ainda antes da operação&rd
Com o tempo, as fresadoras vêm incorporando recursos tecnológicos significativos, com resultados que se refletem na produtividade dos trabalhos em manutenção rodoviária e repavimentação.
Essa evolução é marcada por avanços como digitalização dos sistemas de controle, automação de ajustes operacionais e incorporação de sensores, que garantem maior precisão na remoção do asfalto.
Ademais, isso também melhora a qualidade do corte, a uniformidade da profundidade fresada e, notoriamente, os padrões de segurança do operador. Para aumento da visibilidade do operador, algumas máquinas já possuem câmeras com transmissão em tempo real, por exemplo.
“Além da qualidade, a integração de sistemas e tecnologias embarcadas faz com que o operador consiga definir os principais parâmetros ainda antes da operação”, explica Pedro Carvalho, especialista de produtos da Caterpillar. “Desse modo, consegue manter a atenção apenas no carregamento.”
De acordo com ele, alguns parâmetros – como rampas de entrada e de saída, espessura e inclinação de corte, rotação do motor e velocidade de deslocamento, entre outros – integram o rol de itens pré-ajustáveis, que são gerenciados por sistemas como o Cat Slope Assist.
Mas a tecnologia também avança com soluções sustentáveis, o que pode ser visto nos equipamentos Smart, Safe and Sustainable, da Wirtgen, que prometem padrões de excelência em variados campos de aplicação.
“Esse posicionamento resulta em equipamentos com alta produtividade, qualidade, economia e redução de emissões”, comenta Vinicius Zimmer, analista de marketing da Ciber, destacando sistemas operativos intuitivos e de fácil interpretação. “Essas características permitem que as máquinas se adaptem às necessidades dos canteiros.”
Parâmetros operacionais importantes integram o rol de itens pré-ajustáveis em sistemas especializados de fresagem. Foto: CATERPILLAR
CARREGAMENTO
Em uma fresadora, os sistemas de carregamento definem como o material fresado é removido da pista e transferido durante a operação. No carregamento traseiro, o material é descarregado na parte de trás da máquina, geralmente acumulando-se no solo para coleta posterior.
Esse modelo ser usado em fresadoras menores ou de uso urbano, onde o espaço é limitado.
Embora mais simples, o sistema é útil em obras de menor escala, oferecendo eficiência em espaços reduzidos e operações localizadas de manutenção.
“Esses modelos demandam recuo constante da máquina e maior espaço operacional”, observa Alesandra Ribeiro, coordenadora de marketing da Astec. “Por isso, são mais indicados para intervenções menores ou em áreas confinadas.”
Já no modelo frontal, a esteira transportadora é posicionada na frente da máquina e lança o material diretamente em um caminhão, que acompanha o movimento da máquina.
Isso permite uma operação contínua com melhor visibilidade e menos paradas, sendo indicada para grandes obras e trechos extensos, onde a produtividade precisa ser mantida em nível elevado.
“O modelo RX600ex, por exemplo, permite uma operação bidirecional, o que confere maior flexibilidade em canteiros com diferentes necessidades logísticas”, prossegue Ribeiro.
A capacidade de manter o corte contínuo é determinante para fresadoras de asfalto. Foto: ASTEC
Segundo ela, modelos com sistemas de automação e carregamento frontal podem alcançar ganhos de produtividade superiores a 20% ou até 30%, dependendo da aplicação.
A capacidade de manter o corte contínuo, sem paradas para reposicionar caminhões ou realizar ajustes manuais, é um fator determinante.
“O sistema de controle digital e os ajustes rápidos via painel contribuem diretamente para esse ganho”, completa.
O gerente de produtos de compactação e pavimentação da XCMG, Rubens Candido de Brito, ressalta que os equipamentos de descarga frontal são maiores e mais complexos.
Mesmo comparadas a modelos com a mesma largura de corte, as máquinas frontais apresentam maior produtividade, ele garante.
“As operações com descarga traseira implicam deslocamento dos caminhões em marcha à ré, além de saída no sentido contrário ao deslocamento da fresadora, muitas vezes na contramão, exigindo área de manobra”, explica Brito. “Isso torna a operação menos produtiva.”
Por essa razão, é difícil estabelecer um percentual dessa diferença na produtividade, ele acentua, pois isso depende de vários fatores, como especificações de projeto, tipo de material fresado, interferências, traçado das vias, sinuosidade, distância de bota-fora e tráfego, entre outros.
“São fatores particulares de cada projeto e local, mas, dependendo das condições, uma máquina menor pode ser mais produtiva”, aponta.
SENSORIAMENTO
Até porque existem soluções tecnológicas para diferentes trabalhos, como sistemas 3D, sensores 2D, sensores mecânicos ou múltiplos sensores. Cada vez mais, os sistemas de múltiplos sensores têm sido utilizados para garantir padrão de nivelamento ou correção de irregularidades.
Algumas aplicações mais específicas demandam sistemas de nivelamento 3D, com aplicação de estações totais e receptores para informações geradas por meio da topologia.
“Além dos sensores, é importante contar com um sistema operacional amigável, no qual a integração com os sistemas de nivelamento seja de fácil acesso e compreensão”, delineia Zimmer, da Ciber, lembrando que a Wirtgen desenvolve seus próprios sensores e sistemas de controle operacional. “Já o sensor deve ser simples de instalar, configurar e controlar.”
Por sua vez, Carvalho pontua que, na Caterpillar, a regularidade da área fresada pode vir de sensores referenciais das comportas laterais da máquina, do sistema sônico ou até de tecnologias mais avançadas. como 2D e 3D.
“Independentemente de onde a máquina receba a referência, o sistema auxilia o operador na manutenção e controle da profundidade de corte, além do grau de inclinação’, afirma.
“Isso não ocorre apenas com a máquina em trabalho, mas também em momentos como início e término de corte, executando automaticamente. uma rampa pré-definida de entrada e saída”
A fresadora PM620 também possui uma função de salto de obstáculos, diz Carvalho. Ao toque de um botão, a máquina eleva os cilindros das esteiras, permitindo que o tambor salte obstáculos como bocas de lobo, retornando depois às referências de profundidade e inclinação.
“O uso de tecnologias como essa permite uma maior regularidade na área fresada, evitando a necessidade de mais material asfáltico para corrigir imperfeições”, relata.
BITs
A rigor, a escolha do tipo de bit depende de fatores técnicos como tipo de aplicação (microfresagem, fresagem rasa ou fresagem profunda), material a ser removido (asfalto ou concreto) e especificações do tambor da máquina (largura, distanciamento dos porta-bits e profundidade de fresagem).
“Aplicações mais leves exigem bits mais finos e precisos, enquanto fresagens profundas requerem bits mais robustos”, detalha Victor Hugo Taglieri, supervisor de vendas para peças e serviços da Dynapac, cujos bits contam com hastes de 20 mm ou 22 mm.
“Já materiais mais abrasivos, como concreto, demandam maior resistência ao desgaste.”
Aplicações mais leves exigem bits mais finos e precisos, enquanto fresagens profundas requerem bits mais robustos. Foto: DYNAPAC
Quando se fala de fresadoras, a importância dos bits é tão acentuada que um modelo com poucos recursos pode entregar desempenho superior ao de um equipamento similar de última geração.
“Para isso, basta que a primeira máquina esteja utilizando bits que proporcionem alta performance e baixo desgaste, enquanto que a segunda tenha uma escolha equivocada do bit”, sublinha Taglieri.
Além da questão de produtividade, há ainda o custo total de propriedade, diz ele. “Quanto mais sofisticada a fresadora, maiores podem ser os prejuízos com o uso de uma ferramenta inadequada”, explica.
De acordo com o supervisor, utilizar bits inadequados em aplicações pesadas – como fresagem de concreto – pode levar à quebra, gerando ainda vibrações que comprometem o tambor, os suportes e o eixo da máquina.
Já quando a geometria do bit não é adequada ao material, há desgaste acelerado, perda de eficiência e sobrecarga do sistema.
“Bits incompatíveis com o diâmetro do porta-bits no tambor podem se soltar durante a operação, provocando falhas e riscos de acidente”, adverte Taglieri.
“Já o uso de bits de baixa qualidade ou reutilizados compromete o desempenho, aumenta as paradas e pode danificar componentes críticos da fresadora”, arremata.
TÉCNICAS
Microfresagem corrige deterioração em pistas de aeroportos
Voltados para aplicações bastante específicas, os tambores de fresagem fina ou microfresagem são utilizados para regularização e aumento de atrito em pistas de aeroportos, assim como em aplicações de regularização superficial, onde não se planeje a aplicação de uma nova camada asfáltica após a fresagem.
Essas regularizações podem ser necessárias devido à necessidade de diminuição do IRI (International Roughness Index), aumento de suavidade na rodagem ou até mesmo preparação para aplicação de micropavimento.
Em pistas de aeroportos, os tambores operam com espaçamento reduzido entre as ferramentas de corte (em torno de 5 mm), obtendo uma superfície mais lisa, com aderência ideal para aeronaves.
O gerente de produto da XCMG, Rubens Candido de Brito, explica que os serviços normalmente são realizados para correção de pequenas irregularidades, com profundidade até 2 cm e, muitas vezes, com a aplicação de tratamento superficial (simples ou duplo) logo após a fresagem.
“A fresagem e a microfresagem são processos de manutenção indicados para pavimentos com deterioração da camada”, adverte. “Onde há comprometimento da base, o processo mais indicado é a reciclagem in loco.”
Em pistas de aeroportos, os tambores operam com espaçamento reduzido entre as ferramentas de corte. Foto: XCMG
OPERACIONAL
Oimpacto do peso operacional na estabilidade de fresadoras
Assim como ocorre em qualquer equipamento de pavimentação, a escolha e o ajuste corretos influenciam diretamente na produtividade e na eficiência de fresadoras.
Nesse contexto, o peso operacional exerce papel decisivo na estabilidade do equipamento durante o corte.
“Quando bem-distribuído, proporciona maior equilíbrio e reduz a vibração, favorecendo cortes mais profundos e uniformes”, explica Carlos Santos, gerente-geral da Sany.
“Essa estabilidade é crucial para garantir a planicidade da superfície fresada, garantindo o bom desempenho da nova camada de pavimento.”
Segundo o especialista, fresadoras mais estáveis tendem a preservar os bits e porta-bits, prolongando a vida útil e contribuindo para um acabamento mais homogêneo e eficiente.
Quando bem-distribuído, o peso operacional proporciona maior equilíbrio e reduz a vibração da máquina. Foto: SANY
“Ainda assim, o peso operacional deve ser avaliado em conjunto com todas as demais características técnicas da máquina”, ele observa. Dada a complexidade da escolha, é fundamental contar com apoio especializado, orienta Santos.
“O profissional pode orientar o cliente na seleção do equipamento mais adequado à aplicação, assegurando precisão, durabilidade e qualidade ao processo de reabilitação do pavimento”, ressalta.
Saiba mais:
Astec: www.astecindustries.com
Caterpillar: www.cat.com/pt_B
Ciber: www.wirtgen-group.com/pt-br/empresa/ciber
Dynapac: https://dynapac.com/br-pt
Sany: www.sanydobrasil.com
Wirtgen: www.wirtgen-group.com/pt-br
XCMG: www.xcmg-america.com
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