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Revista M&T - Ed.292 - Abril de 2025
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TECNOLOGIA

A descarbonização dos canteiros

Uma ampla gama de máquinas elétricas já está disponível no mercado, mas os equipamentos também já podem reduzir emissões com HVO, hidrogênio e células de combustível
Por Redação

Anualmente, o maquinário de construção emite várias centenas de milhões de toneladas de dióxido de carbono em todo o mundo, enquanto cada vez mais países, governos e empresas aspiram a um futuro com impacto neutro no clima.

Nesse contexto desafiador, a indústria de equipamentos busca fazer a sua parte, saindo dos tradicionais motores a diesel para motores mais amigáveis ao meio ambiente, em direção a uma plataforma multicombustíveis.

A essa altura, aliás, muitos fabricantes e usuários de máquinas de construção já se comprometeram com a descarbonização.

O Grupo Volvo, por exemplo, anunciou que a partir de 2040 só fornecerá veículos totalmente livres de combustíveis fósseis.

No mesmo ano, a Strabag, uma das maiores empresas de construção da Europa, quer alcançar a neutralidade climática ao longo de toda a cadeia de valor, o que in


Anualmente, o maquinário de construção emite várias centenas de milhões de toneladas de dióxido de carbono em todo o mundo, enquanto cada vez mais países, governos e empresas aspiram a um futuro com impacto neutro no clima.

Nesse contexto desafiador, a indústria de equipamentos busca fazer a sua parte, saindo dos tradicionais motores a diesel para motores mais amigáveis ao meio ambiente, em direção a uma plataforma multicombustíveis.

A essa altura, aliás, muitos fabricantes e usuários de máquinas de construção já se comprometeram com a descarbonização.

O Grupo Volvo, por exemplo, anunciou que a partir de 2040 só fornecerá veículos totalmente livres de combustíveis fósseis.

No mesmo ano, a Strabag, uma das maiores empresas de construção da Europa, quer alcançar a neutralidade climática ao longo de toda a cadeia de valor, o que inclui, naturalmente, a operação das máquinas de construção.

Cabe ressaltar o estágio atual desse processo em andamento.

ELÉTRICOS

Os motores elétricos já podem ser classificados como uma tendência consolidada no sentido de oferecerem um acionamento mais limpo para veículos e máquinas de construção.

Seja em escavadeiras, carregadeiras de rodas, compactadores, caminhões ou placas vibratórias, muitos expositores da próxima bauma, que acontece em Munique de 7 a 13 de abril de 2025, já contam com um crescente portfólio de novas tecnologias com baixa ou nenhuma emissão.

Essa tendência parece destinada a continuar. De acordo com previsão da empresa de análise e consultoria IDTechEx, o mercado global de máquinas de construção elétricas chegará a 105 bilhões de dólares em valor de mercado até 2042.

“Os sistemas elétricos com bateria, principalmente, continuam adequados para máquinas compactas”, avalia Timo Feuerbach, especialista técnico em máquinas da VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais), que desde 1969 é parceira institucional estratégica da feira alemã.

“As necessidades diárias de energia e potência podem ser atendidas por um motor elétrico e uma bateria de íons de lítio de tamanho médio, em conjunto com uma estratégia bem-definida de carregamento”, diz ele.

A minicarregadeira conceitual Bobcat RogueX2 pertence a essa categoria, ilustra o especialista, despontando como um exemplo pioneiro na área.

Totalmente elétrica, a máquina não só funciona com zero emissões, como também é totalmente autônoma, de acordo com as especificações do fabricante. Recentemente, inclusive, o protótipo recebeu o prestigioso prêmio Red Dot Design Award, na categoria “Conceito de Design”.

No entanto, os acionamentos elétricos frequentemente ainda atingem seus limites tecnológicos em máquinas maiores e mais pesadas.

“Devido aos custos adicionais da eletrificação, também não tendem a ser mais econômicos”, afirma Feuerbach.

A isso juntam-se os desafios relacionados ao fornecimento de energia e infraestrutura de carregamento.

A capacidade de rede disponível, por exemplo, pode não ser suficiente para as elevadas necessidades energéticas das máquinas elétricas, especialmente em canteiros de construção remotos ou em zonas rurais.

Por sua vez, o longo tempo ainda necessário para o carregamento limitam o tempo de funcionamento dos equipamentos.

“Atualmente, a indústria está pesquisando soluções práticas e acessíveis para esse problema”, reconhece o especialista da VDMA.

“Seja por meio de unidades de carregamento móveis e estações de carregamento rápido ou mesmo implementação de sistemas inteligentes de gestão de energia.”

COMBUSTÍVEIS VERDES

É evidente que a abertura à tecnologia é necessária para que os acionamentos sejam tão neutros para o clima quanto possível, em todo o espectro da indústria da construção.

Uma análise de ciclo de vida encomendada pelo Grupo Liebherr chegou à conclusão de que a operação de gruas móveis com Óleo Vegetal Hidrogenado (HVO) promete agregar maior potencial de redução de gases de efeito de estufa no futuro.

Porém, outras opções de combustível também podem contribuir para descarbonizar os canteiros de construção, incluindo biodiesel, biogás e combustíveis sintéticos.

Com zero emissões, a minicarregadeira autônoma elétrica RogueX2 venceu o Dot Design Award em 2024

Em paralelo, as OEMs e os laboratórios de P&D estão se concentrando no desenvolvimento e testes de máquinas de construção movidas a hidrogênio.

O segmento de produtos da Liebherr Components, por exemplo, apresentou na bauma 2022 os protótipos de dois novos motores de combustão a hidrogênio, com produção em série anunciada já para 2025.

Na próxima edição, agora em abril, muitos outros exemplos foram exibidos ao público (confira a cobertura na edição de maio da Revista M&T).

A indústria também vem explorando aplicações potenciais para células de combustível.

Nessa linha, a General Motors e a Komatsu estão trabalhando no desenvolvimento de um módulo de células de combustível a hidrogênio para caminhões basculantes elétricos.

A própria Komatsu já desenvolveu uma escavadeira de médio porte equipada com sistema de células de combustível de hidrogênio, embora ainda em estágio conceitual.

Segundo Feuerbach, todavia, antes que os combustíveis alternativos possam ser utilizados em grande escala, é necessário resolver questões relativas à produção e à distribuição.

Para ele, os biocombustíveis devem ser produzidos apenas a partir de resíduos vegetais e alimentares, mantendo-se amplamente disponíveis.

“A situação é semelhante no caso do hidrogênio ou dos combustíveis eletrônicos”, aponta o especialista da VDMA.

“Além da produção de volumes suficientes a partir de fontes neutras em carbono, outro pré-requisito é a criação de uma extensa rede de distribuição”, assinala.


Saiba mais:

VDMA: https://www.vdmaservices.de

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