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Revista M&T - Ed.159 - Julho 2012
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Locação

O que pauta a opção dos contratantes

Construtoras de médio e grande porte mostram quais critérios adotam na escolha entre locar ou adquirir equipamento próprio para atendimento a um novo contrato

A locação de equipamentos para construção movimenta mais de R$ 3 bilhões por ano em negócios e, segundo levantamentos da Sobratema, já responde por quase 30% de todo o mercado de compra de máquinas novas. Com a rápida profissionalização das empresas do setor, que não param de desenvolver novas soluções para o melhor atendimento dos clientes, as expectativas de crescimento são positivas, mesmo porque esse tipo de atividade ainda precisa evoluir muito no Brasil para atingir o mesmo nível de representatividade que desfruta nos países desenvolvidos.

Para alcançar esse avanço, entretanto, as empresas de rental precisam estreitar sua estratégia com a dos clientes, que apresentam demandas diferenciadas e determinantes na escolha pela locação ou o uso de equipamento próprio. Esse entendimento não é simples, variando muito de um cliente para o outro, seja em função do tipo de atividade, do seu porte ou de demandas específicas. Embora praticamente todas as construtoras apontem a locação como uma forma de reduzir os custos da operação, algumas ainda abominam essa opção em função dos preços e práticas adotadas nesse mercado.

A cultura empresarial também pesa na decisão, como demonstra a Terrabrás, da Bahia. Como a construtora atua principalmente em obras rodoviárias, sua frota já conta com um perfil adequado a esse tipo de atividade, conforme explica José Luis Vicentini, gerente de suprimentos e equipamentos da empresa. “Operamos atualmente com cerca de 300 a 400 equipamentos pesados, dos quais aproximadamente 30% são locados”, diz ele.

Fatores a considerar

Segundo Vicentini, o índice de locação é maior na linha de máquinas de terraplenagem e movimentação de terra. “Nas construções rodoviárias, onde as atividades se desenvolvem em áreas muito espalhadas geograficamente, avaliamos a necessidade de locar os equipamentos em maior ou menor intensidade de acordo o perfil do projeto.” Ele destaca que nessa decisão pesam fatores como a região de atuação, a disponibilidade de locação e o tempo de execução da obra, entre outros itens.

Dessa forma, se a obra durar mais de sete meses, a empresa avalia se a melhor estratégia de suprimento é a compra ou locação. “Nesses casos, consideramos também fatores como a


A locação de equipamentos para construção movimenta mais de R$ 3 bilhões por ano em negócios e, segundo levantamentos da Sobratema, já responde por quase 30% de todo o mercado de compra de máquinas novas. Com a rápida profissionalização das empresas do setor, que não param de desenvolver novas soluções para o melhor atendimento dos clientes, as expectativas de crescimento são positivas, mesmo porque esse tipo de atividade ainda precisa evoluir muito no Brasil para atingir o mesmo nível de representatividade que desfruta nos países desenvolvidos.

Para alcançar esse avanço, entretanto, as empresas de rental precisam estreitar sua estratégia com a dos clientes, que apresentam demandas diferenciadas e determinantes na escolha pela locação ou o uso de equipamento próprio. Esse entendimento não é simples, variando muito de um cliente para o outro, seja em função do tipo de atividade, do seu porte ou de demandas específicas. Embora praticamente todas as construtoras apontem a locação como uma forma de reduzir os custos da operação, algumas ainda abominam essa opção em função dos preços e práticas adotadas nesse mercado.

A cultura empresarial também pesa na decisão, como demonstra a Terrabrás, da Bahia. Como a construtora atua principalmente em obras rodoviárias, sua frota já conta com um perfil adequado a esse tipo de atividade, conforme explica José Luis Vicentini, gerente de suprimentos e equipamentos da empresa. “Operamos atualmente com cerca de 300 a 400 equipamentos pesados, dos quais aproximadamente 30% são locados”, diz ele.

Fatores a considerar

Segundo Vicentini, o índice de locação é maior na linha de máquinas de terraplenagem e movimentação de terra. “Nas construções rodoviárias, onde as atividades se desenvolvem em áreas muito espalhadas geograficamente, avaliamos a necessidade de locar os equipamentos em maior ou menor intensidade de acordo o perfil do projeto.” Ele destaca que nessa decisão pesam fatores como a região de atuação, a disponibilidade de locação e o tempo de execução da obra, entre outros itens.

Dessa forma, se a obra durar mais de sete meses, a empresa avalia se a melhor estratégia de suprimento é a compra ou locação. “Nesses casos, consideramos também fatores como a disponibilidade de linhas de crédito para compra”, diz ele. Vicentini explica que a Terrabrás, assim como outras construtoras de porte médio, incorpora cada vez mais a visão de que os equipamentos não são patrimônio da empresa, mas uma forma de atender a necessidade da obra. Com isso, a opção entre locação ou compra obedece unicamente a critérios econômicos, de produtividade e logística da operação.

Para a Construtora Santanna, que conta com uma frota de 200 a 250 equipamentos pesados, o tempo de execução da obra também é determinante na hora de optar entre a locação ou a utilização de ativos próprios. “Em um grande projeto que participamos no ano passado, mobilizamos 230 equipamentos, dos quais cerca de 130 eram locados”, afirma Delton Galuppo, gerente de manutenção da construtora.

Nesse caso específico, a logística de suprimento das máquinas no canteiro foi determinante para a forte participação das rentals no projeto. Contrariando a visão geral, Galuppo explica que a empresa já contratou locadoras para projetos com duração inferior a seis meses, até mesmo como forma de reduzir seus ativos. “No futuro, devemos locar cada vez mais equipamentos, principalmente em períodos como o atual, caracterizado pela previsão de poucos contratos de longo prazo.”

Visão diferente

Estratégia diametralmente oposta é adotada pela Construtora Queiroz Galvão. “O nosso princípio é utilizar máquinas próprias e só locarmos em último caso”, afirma Francisco Neto, superintendente de equipamentos da empresa. Por esse motivo, a Queiroz Galvão detém um dos maiores parques de equipamentos próprios do Brasil, contabilizando cerca de 4,8 mil unidades. “Posso garantir que essas máquinas representam mais de 90% da nossa frota em operação, já que o volume de locação é pouco expressivo”, ele afirma.

Partindo desse princípio, ao ser requisitado para atender um novo projeto, o departamento de equipamentos da Queiroz Galvão consulta imediatamente o pátio para avaliar a disponibilidade de máquinas próprias. Não havendo unidades disponíveis, a empresa avalia a possibilidade de aquisição, processo no qual leva em conta o prazo previsto de utilização do equipamento para aquela obra.

“Depois disso, vemos se esse equipamento terá uma sequência de utilização, ou seja, se ele poderá ser aplicado em outras obras no futuro”, explica Neto. Nessa avaliação, a locação mostra-se mais vantajosa para os equipamentos muito específicos e que se aplicam a poucos tipos de obras, como dragas, por exemplo. Já as máquinas mais versáteis e utilizadas em diferentes tipos de projetos, como retroescavadeiras e escavadeiras de médio porte, seguramente entram para a lista dos ativos a serem adquiridos pela construtora.

O custo da locação

Mesmo em casos específicos, porém, a Queiroz Galvão só optará pela locação se não conseguir justificar a conta do custo de propriedade, onde se avalia o montante pago pela aquisição da máquina, os custos com manutenção durante a sua vida útil, o custo operacional e a produtividade proporcionada, algo que está diretamente ligado ao período de utilização do equipamento. “Vale salientar que no custo de propriedade avaliamos também a depreciação do equipamento e no custo de operação computamos o operador, as peças de reposição, lubrificante e combustível”, explica o executivo.

Na Camargo Corrêa, a política é bastante parecida com a da Queiroz Galvão: locação, só em último caso. E o principal responsável por essa filosofia, segundo Pedro Bianchi, gerente de equipamentos da construtora, é o alto custo da locação de máquinas no Brasil. “Se compararmos o custo de uma frota própria onde avaliamos as questões de propriedade, manutenção, operação e outros fatores com os preços praticados pelos locadores, o resultado é 50% mais vantajoso para a primeira opção.” Para Bianchi, isso demonstra como as rentals ainda não estão preparadas para suprir grande parte da demanda do mercado, “pois querem ganhar momentaneamente, sem visão de longo prazo”.

Por esse motivo, dos 2,8 mil equipamentos que a Camargo Corrêa mobiliza atualmente em suas operações no Brasil, Bianchi avalia que a participação dos ativos locados junto a terceiros é mínima. A frota própria da construtora, todavia, cresceu a uma média anual de 15% nos últimos três anos e deverá aumentar mais de 50% até 2016, diante dos planos da empresa para ampliar sua participação no mercado brasileiro de construção nesse período.

 

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