P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.155 - Março 2012
Voltar
Locação

Em busca de novos nichos

Obras residências impulsionaram a demanda por telehandlers, mas as locadoras reclamam do abuso operacional por parte de construtoras imobiliárias e sinalizam redução de investimentos nesse segmento de negócio

O programa “Minha Casa, Minha Vida” foi o principal responsável pela popularização dos manipuladores telescópicos no Brasil em 2011. Estima-se que esses projetos responderam por 70% da demanda de locação dos quase 2,5 mil equipamentos desse tipo em operação no Brasil. Desse montante, aliás, mais de mil unidades teria ingressado no mercado nacional em 2011, fazendo com que a frota de telehandlers dobrasse de tamanho em pouco tempo.

Esse cenário, todavia, aumentou a competição do mercado, reduzindo os preços de locação e tornando a operação pouco atrativa para as locadoras do país, conforme relatam os entrevistados pela revista M&T. Nessa categoria se inclui a Locar, cuja frota de 300 manipuladores telescópicos foi totalmente adquirida entre 2010 e 2011.

“Por se tratar de um mercado que depende essencialmente das obras residenciais, ficamos atrelados às construtoras imobiliárias, que têm feito uso inadequado dos equipamentos”, diz Yuri Caldeira, diretor da Locar para as áreas de plataformas elevatórias, manipuladores telescópicos e gruas. Segundo ele, os manipuladores têm trabalhado no limite em projetos de construção de edifícios de até cinco pavimentos e isso tem elevado as paradas de manutenção, inviabilizando o rendimento da locação e reduzindo a produtividade das contratantes.

Menor atratividade

Citando uma reunião entre os 10 maiores locadores do setor, promovida por um fabricante de equipamentos (veja a reportagem na página 12), o executivo da Locar avalia que o mercado deverá consumir cerca de 190 manipuladores telescópicos em 2012. “Esse volume representa quase um décimo do que foi adquirido no ano passado, considerando que essas empresas detêm mais de 50% dos equipamentos que operam no Brasil”, ele pondera.

Além disso, uma questão cultural estaria limitando o uso de manipuladores no Brasil. “Diferentemente da Europa e Estados Unidos, onde as obras já começam com a presença de um manipulador telescópico para movimentação de cargas, no Brasil se utiliza intensivamente a retroescavadeira para essa função, o que nos leva a confirmar que o mercado para esse tipo de máquina de elevação de carga tende a apresentar crescimentos menores este ano”, diz ele.

Hamilton Bogado, dire


O programa “Minha Casa, Minha Vida” foi o principal responsável pela popularização dos manipuladores telescópicos no Brasil em 2011. Estima-se que esses projetos responderam por 70% da demanda de locação dos quase 2,5 mil equipamentos desse tipo em operação no Brasil. Desse montante, aliás, mais de mil unidades teria ingressado no mercado nacional em 2011, fazendo com que a frota de telehandlers dobrasse de tamanho em pouco tempo.

Esse cenário, todavia, aumentou a competição do mercado, reduzindo os preços de locação e tornando a operação pouco atrativa para as locadoras do país, conforme relatam os entrevistados pela revista M&T. Nessa categoria se inclui a Locar, cuja frota de 300 manipuladores telescópicos foi totalmente adquirida entre 2010 e 2011.

“Por se tratar de um mercado que depende essencialmente das obras residenciais, ficamos atrelados às construtoras imobiliárias, que têm feito uso inadequado dos equipamentos”, diz Yuri Caldeira, diretor da Locar para as áreas de plataformas elevatórias, manipuladores telescópicos e gruas. Segundo ele, os manipuladores têm trabalhado no limite em projetos de construção de edifícios de até cinco pavimentos e isso tem elevado as paradas de manutenção, inviabilizando o rendimento da locação e reduzindo a produtividade das contratantes.

Menor atratividade

Citando uma reunião entre os 10 maiores locadores do setor, promovida por um fabricante de equipamentos (veja a reportagem na página 12), o executivo da Locar avalia que o mercado deverá consumir cerca de 190 manipuladores telescópicos em 2012. “Esse volume representa quase um décimo do que foi adquirido no ano passado, considerando que essas empresas detêm mais de 50% dos equipamentos que operam no Brasil”, ele pondera.

Além disso, uma questão cultural estaria limitando o uso de manipuladores no Brasil. “Diferentemente da Europa e Estados Unidos, onde as obras já começam com a presença de um manipulador telescópico para movimentação de cargas, no Brasil se utiliza intensivamente a retroescavadeira para essa função, o que nos leva a confirmar que o mercado para esse tipo de máquina de elevação de carga tende a apresentar crescimentos menores este ano”, diz ele.

Hamilton Bogado, diretor da divisão de manipuladores telescópicos da BMC, discorda quanto ao potencial do mercado brasileiro para esse tipo de equipamento. Após concluir a venda de uma modelo da fabricante italiana Merlo, representada no país pela BMC, que vende e loca os equipamentos da marca, para a construção da arena esportiva do Corinthians, em São Paulo, o executivo avalia que o emprego dos manipuladores vai além das obras residenciais. “Aí entra a função do fabricante de prestar consultoria para os clientes, demonstrando a versatilidade dos manipuladores telescópicos para diversos tipos de obras”, ele sintetiza.

Nesse aspecto, apesar de concordar que a demanda por esses equipamentos foi impulsionada pelos projetos do “Minha Casa, Minha Vida”, Bogado avalia que o alto índice de máquinas paradas nos pátios das locadoras não se deve somente ao fato de as construtoras imobiliárias estarem trabalhando com as máquinas no limite, mas também à falta de assistência técnica dos fabricantes. “Além disso, a baixa qualificação dos operadores tem sua parcela de culpa no índice de improdutividade. Com uma entrega técnica eficiente, é possível reduzir significativamente a incidência de falhas”, diz ele.

Mercados potenciais

Para o executivo da BMC, os manipuladores se caracterizam pela versatilidade, podendo operar com diversos implementos, entre os quais a concha para carregamento de agregados, o guincho para içamento de cargas pequenas e o garfo para carregamento de pallets, entre outros. “Enxergo que estamos iniciando o desenvolvimento de um novo produto no mercado, algo que exige um certo prazo para ser concluído”, diz Bogado.

Por esse motivo, o executivo cita o desenvolvimento de novos nichos de mercado para o equipamento, como as usinas sucroalcooleiras, onde o manipulador realiza o içamento de cana com a utilização de pinças (garras) especiais como implemento. Outros setores que a BMC tem trabalhado a oferta de manipuladores são o agrícola e agropecuário. “Essas máquinas são muito produtivas no manuseio de fardos e até mesmo de ração, além de limpeza de estábulos”, ele explica.

A atuação no setor agrícola, aliás, é uma prática bastante difundida na Europa, onde pelo menos a metade dos manipuladores telescópicos em operação está nesse segmento. Isso também explicaria a diferença entre os equipamentos de origem americana e os europeus, já que esses últimos teriam mais sensores de segurança e maior conforto operacional pelo fato de terem sido desenvolvidos para atender aos próprios donos de fazendas.

Foco na segurança

Paulo Esteves, diretor da Solaris, ressalta que as máquinas de origem europeia são mais seguras, pois englobam diversos sensores capazes de travar o movimento em caso de excesso de carga ou de desnivelamento durante a operação. Já os modelos norte-americanos teriam sensores somente de alerta, não travando a operação em caso de excesso. “Resumindo, podemos dizer que as máquinas europeias prezam pela segurança operacional enquanto as norte-americanas prezam pela produtividade”, diz ele.

Na opinião de Esteves, o mercado brasileiro conta com clientes para os dois tipos de conceitos, “o que nos levou à estratégia de mesclar a nossa frota com modelos norte-americanos e europeus”. Ele destaca que, apesar do histórico remeter ao maior volume de importação de máquinas norte-americanas, os modelos europeus têm sido bem aceitos pelo mercado nacional e hoje já representam um terço da frota de manipuladores da Solaris.

Para Yuri Caldeira, da Locar, a utilização de máquinas europeias tende a se intensificar proporcionalmente ao crescimento da qualificação profissional dos operadores e dos engenheiros de obras. “A falta de qualificação dos operadores não é novidade, mas temos ficado bastante chocados ao constatar essa realidade também entre os engenheiros de obras, alguns deles muito jovens, que recebem bonificações por produtividade, o que os leva a operar o equipamento no limite, elevando o risco de acidentes e até mesmo reduzindo o intervalo de manutenção das máquinas”, diz ele.

Os modelos do mercado

Entre os equipamentos que compõem a frota brasileira de manipuladores, a esmagadora maioria é composta por modelos na faixa de 14 ou 17 m de altura de trabalho, com capacidade de içamento entre 4 e 5 t de carga. “Estamos estudando a aquisição de algumas unidades especiais, com capacidade de içamento de até 10 t”, adianta Paulo Esteves, da Solaris. Ele também cita os equipamentos de porte reduzido, que mais se assemelham a minicarregadeiras e são capazes de manobrar em locais confinados, como subsolos de edifícios ou até mesmo poços de fundação de obras prediais.

A Locar também observou a demanda por equipamentos com capacidades diferentes das mais usuais do mercado. “Por isso, trouxemos algumas máquinas que carregam até 7 t em alturas máxima de 6 m. Esses equipamentos estão operando em refinarias, onde realizam o carregamento de tubulações. É uma operação bem mais leve do que a construção imobiliária e para a qual queremos aumentar a locação desse tipo de equipamento”, ele finaliza.

 

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E