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Revista M&T - Ed.148 - Julho 2011
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Locação

Crescendo em ritmo acelerado

Representatividade do setor já passa de 26%, segundo entrevistados, e deve crescer ainda mais nos próximos anos

A locação de máquinas e equipamentos nas áreas de construção e mineração cresceu. Essa é a observação apontada pela reportagem da M&T depois de ouvir seis grandes fabricantes de equipamentos. Até poucos anos, cerca de um quinto das máquinas produzidas eram vendidas para locadores, sendo os 80% comprados diretamente pelas construtoras e mineradoras. Hoje, pelo relato dos entrevistados dessa edição, essa média é superior a 26%, ou seja, um quarto dos equipamentos segue para as empresas de locação.

Considerando que os potenciais compradores consumiram cerca de 25 mil equipamentos da linha amarela em 2010, de acordo com o Estudo de Mercado da Sobratema, podemos avaliar que aproximadamente 6.250 mil deles estão em mãos de locadores. Somente para efeito comparativo, tal montante representaria o parque de máquinas de 13 empresas como a Escad, que é a maior locadora independente do Brasil, registrando uma frota de 500 equipamentos. Outro comparativo possível indica que o total de equipamentos consumidos por locadores em 2010 representaria quase a metade dos 14 mil vendidos em 2009.

O avanço das rentals é inegável, mas ainda há espaço para ocupação, de acordo com os entrevistados da M&T. “Atualmente, nossa realidade no mercado brasileiro indica que 60% dos equipamentos são destinados a locadoras e o restante a consumidores finais”, diz Marcos Henrique Bezerra, gerente nacional de vendas da fabricante. Ele pondera, todavia, que esse cenário não deverá ser duradouro. Segundo ele, a proporção será inversa e a fabricante pretende inverter a balança quando a sua planta industrial, que está em construção no interior de São Paulo, começar a produzir em 2013. “Até lá as locadoras deverão comprar 40% das máquinas produzidas pela Sany, o que aproximará a nossa divisão de vendas da dos outros fabricantes instalados há mais tempo no Brasil”, complementa. Na média acima, a reportagem não computou o dado da Sany por se tratar de um cenário que a própria fabricante classificou como fora da curva.

Para a Case, 40% das máquinas são destinadas para locação e essa média deverá se manter a mesma até 2015. “As grandes empreiteiras, que são atualmente as p


A locação de máquinas e equipamentos nas áreas de construção e mineração cresceu. Essa é a observação apontada pela reportagem da M&T depois de ouvir seis grandes fabricantes de equipamentos. Até poucos anos, cerca de um quinto das máquinas produzidas eram vendidas para locadores, sendo os 80% comprados diretamente pelas construtoras e mineradoras. Hoje, pelo relato dos entrevistados dessa edição, essa média é superior a 26%, ou seja, um quarto dos equipamentos segue para as empresas de locação.

Considerando que os potenciais compradores consumiram cerca de 25 mil equipamentos da linha amarela em 2010, de acordo com o Estudo de Mercado da Sobratema, podemos avaliar que aproximadamente 6.250 mil deles estão em mãos de locadores. Somente para efeito comparativo, tal montante representaria o parque de máquinas de 13 empresas como a Escad, que é a maior locadora independente do Brasil, registrando uma frota de 500 equipamentos. Outro comparativo possível indica que o total de equipamentos consumidos por locadores em 2010 representaria quase a metade dos 14 mil vendidos em 2009.

O avanço das rentals é inegável, mas ainda há espaço para ocupação, de acordo com os entrevistados da M&T. “Atualmente, nossa realidade no mercado brasileiro indica que 60% dos equipamentos são destinados a locadoras e o restante a consumidores finais”, diz Marcos Henrique Bezerra, gerente nacional de vendas da fabricante. Ele pondera, todavia, que esse cenário não deverá ser duradouro. Segundo ele, a proporção será inversa e a fabricante pretende inverter a balança quando a sua planta industrial, que está em construção no interior de São Paulo, começar a produzir em 2013. “Até lá as locadoras deverão comprar 40% das máquinas produzidas pela Sany, o que aproximará a nossa divisão de vendas da dos outros fabricantes instalados há mais tempo no Brasil”, complementa. Na média acima, a reportagem não computou o dado da Sany por se tratar de um cenário que a própria fabricante classificou como fora da curva.

Para a Case, 40% das máquinas são destinadas para locação e essa média deverá se manter a mesma até 2015. “As grandes empreiteiras, que são atualmente as principais clientes das locadoras, tendem a continuar alugando máquinas devido ao limite natural que têm para administrar a frota e para imobilização de capital”, argumenta Roque Reis, diretor geral da Case para a América Latina. Assim como os demais fabricantes, ele credita o avanço do setor de rental como um fator ligado ao bom momento econômico pelo qual atravessa o Brasil, o que também se reflete na grande quantidade de obras em andamento e em projeto. A profissionalização do setor de rental, que repercute na redução da idade média da frota e modelos de contratos mais atraentes, é o outro fiel da balança a favor do aluguel.

A JCB, que considera o locador como cliente final, avalia que em algumas regiões do País esse mercado tem mais representatividade no montante de máquinas comercializadas pela empresa. “Todavia, a média nacional é de 26% para locação e acreditamos que até 2015 deverá chegar entre 30 e 35%, principalmente em função das obras para a Copa do Mundo de 2014”, diz ele.

A divisão de equipamentos de construção da Volvo registra índice semelhante ao da JCB (25%). Yoshio Kawakami, presidente da empresa para a América Latina, avalia que essa proporção pode crescer e representar mais de 30% das máquians comercializadas nos próximos anos, principalmente pela tendência brasileira de utilização de equipamentos locados em obras de grande porte. Outro ponto a favor da locação é a adoção mundial crescente, em função do aluguel agilizar a mobilização e desmobilização de equipamentos para as obras.

“O mercado está vencendo a resistência do passado quanto à propriedade do ativo e buscando melhor retorno do capital”, diz ele, justificando que o crescimento do setor de locação é também reflexo do amadurecimento do mercado de construção civil não somente no Brasil, mas em toda a América Latina. “Além disso, o aumento da competitividade nos segmentos atendidos por máquinas de construção exige um melhor uso do capital e o ato de locar a máquina libera parte do capital e do crédito que seriam imobilizados para que a empresa aplique no aumento da produtividade e na expansão do negócio”, sintetiza.

Na New Holland as locadoras consumiram 22% do foi comercializado no ano passado. A tendência, assim como a dos demais especialistas, é que essa representatividade cresça nos próximos anos. “Acreditamos que em alguns anos esse número chegará a 40% no Brasil”, diz Nicola D’Arpino, gerente de marketing da fabricante. Segundo ele, acontecerá no País o que já é realidade em países mais desenvolvidos da Europa e América do Norte, nos quais as rentals chegam a consumir 70% das máquinas que são comercializadas.

Eurimilson João Daniel, que dirige a Escad Rental, avalia que o setor de locação deve ultrapassar a marca de 30% de representatividade nas compras de máquinas em 2011. Ele credita o avanço às evoluções técnicas desse setor, mas adverte para gargalos que impedem o crescimento ainda mais acelerado. “Hoje, a quantidade de equipamentos que a frota atual da Escad tem está sendo administrada há dois anos, de modo que os novos investimentos realizados foram na renovação desse ativo”, diz ele. “Como tivemos crescimento expressivo entre 2006 e 2009, os anos de 2010 e 2011 ficaram com o bônus desse crescimento e com o ônus de gerenciar a sustentabilidade da empresa”, complementa.

Daniel contextualiza sua avaliação para uma empresa cuja frota vem crescendo em média 20% nos últimos três anos, sendo o pico em 2008, e com quedas em 2009. Com isso, o ano de 2010 indica sinais de recuperação, trazendo para 2011 um cenário de crescimento que ainda está se consolidando.

Apesar de apresentarem índices variados, outros locadores também registraram crescimento expressivo nos últimos anos. A Solaris, por exemplo, administra atualmente uma frota de 200 equipamentos da linha amarela, com crescimento anual na faixa de 50% entre 2008 e 2010. “Ultimamente, temos recebido solicitações de contratos de locação mais completos, que envolvem máquina, manutenção preventiva e manutenção corretiva”, diz Paulo Esteves, diretor da empresa. Os locatários ainda aumentaram as exigências acerca de treinamento de operadores, e os contratos firmados têm sido de médio a longo prazo, que variam de seis meses a um ano.

Esteves avalia que os contratos de longo prazo são diretamente influenciados pela fase de obras de infraestrutura pela qual atravessa o Brasil. Além disso, por questões de logística e administração, as construtoras envolvidas nesses projetos preferem trabalhar com um número menor de fornecedores, concentrando o maior volume possível de máquinas locadas com a mesma empresa. “Isso permite que o locador monte uma base de serviços próxima ao canteiro de obras, proporcionando personalização e agilidade no atendimento, além de aumentar a confiabilidade operacional do equipamento”, diz ele.

André Leão Ribeiro, diretor executivo da Fornecedora, avalia que os contratos mais extensos estão atrelados à exigência dos locatários por máquinas novas, que provêem mais segurança e maior produtividade à operação. “Para nós, locadores, também é vantajoso oferecer máquinas nessas circunstâncias, pois conseguimos diluir as despesas indiretas por um período maior”, relata ele.

Daniel, da Escad, por outro lado, diz que as propostas de contratos são variadas, com ênfase no perfil da obra e expectativa do locatário. “Todavia, os contratos de longo prazo continuam sendo um desejo dos locadores pela estabilidade comercial que provêem”, adverte. Ele complementa que os contratos com base de 200 horas de operação por equipamento ao mês é a referência, de modo que períodos menores apresentam custo elevado na hora/máquina locada e períodos maiores levam os contratantes a pressionar por redução de preço.

 

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