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Valor Econômico
30/04/2014 08h45 | Atualizada em 07/05/2014 18h32
As mineradoras postergaram investimento e chegaram a suspender encomendas dos fabricantes de equipamentos. A maioria dos produtores avalia que a situação só deverá ser normalizada entre 2015 e 2016.
"As indústrias de equipamentos para o setor de mineração estão precisando de capital de giro porque não estão faturando. E, se caminhar assim, não teremos mais fábrica de equipamentos para mineração e cimento no Brasil", afirma Valter Furlan, presidente da Câmara Setorial de Cimento e Mineração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
De acordo com estimativa da Abimaq, 192 companhias produzem equipamentos para o setor no Brasil, empregando 56,3 mil pessoas. Associadas à Abimaq são 95 empresas
...As mineradoras postergaram investimento e chegaram a suspender encomendas dos fabricantes de equipamentos. A maioria dos produtores avalia que a situação só deverá ser normalizada entre 2015 e 2016.
"As indústrias de equipamentos para o setor de mineração estão precisando de capital de giro porque não estão faturando. E, se caminhar assim, não teremos mais fábrica de equipamentos para mineração e cimento no Brasil", afirma Valter Furlan, presidente da Câmara Setorial de Cimento e Mineração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
De acordo com estimativa da Abimaq, 192 companhias produzem equipamentos para o setor no Brasil, empregando 56,3 mil pessoas. Associadas à Abimaq são 95 empresas, que empregam 46 mil trabalhadores, faturam anualmente R$ 13 bilhões e representam 16,6% do valor total produzido pelo setor de bens de capital.
Para Marcelo Sigalla, gerente geral de vendas da Weir Minerals Brasil, conta que houve a necessidade de demitir 50 funcionários em decorrência da queda no ritmo de produção das mineradoras.
Para 2014, a expectativa é de crescimento de 20% no faturamento, com ajuda de um projeto de expansão de minas da Vale em Itabirito e Mariana, em Minas Gerais. Mas os recursos virão, principalmente, na reposição de peças.
"Só em 2015 e 2016 a mineração voltará a crescer. Nós crescemos agora com a parte de serviço e peças." A empresa forneceu bombas gigantescas, de 18 toneladas, para a expansão do minerioduto da Samarco e para o minerioduto da Anglo American, mas foram negócios fechados há quatro anos.
A Metso também teve que adequar o número de funcionários à redução do ritmo de pedidos das mineradoras, segundo Anderson Brini, vice-presidente de vendas de serviço para o Brasil. Entre o ano passado e o início deste ano, foram demitidos 80 trabalhadores.
"Temos uma expectativa de melhora forte no segundo semestre. Haverá uma reviravolta no volume de minério exportado."
Já o mercado de escavadeiras e caminhões de grande porte sentiu pouco o impacto. Marcos Costa, gerente de marketing da divisão de mineração da Komatsu, confirma que houve postergações de investimentos, 80% delas na área de minério de ferro e carvão.
"Como temos contrato com os grandes players temos uma participação relevante. E o que se viu foram algumas postergações de entrega. Houve um cancelamento ou outro, mas foi pequeno. Mas será a partir de 2015 que esperamos um aquecimento maior do mercado."
É o mesmo horizonte que vislumbra Afrânio Chueire, presidente da Volvo Construction Equipment Latin America. "Em dois anos, acreditamos que os níveis de investimento devem voltar a aumentar", afirma.
28 de julho 2020
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